Vez por outra me encontro nesta encruzilhada, querendo jogar tudo para o alto – tudo mesmo! Sinceramente, acho que não existe uma técnica, um método ou uma fórmula exata que sirvam de antídoto para todo mundo, quando o assunto é a sensação de que a única saída que nos resta é abandonar (ou abortar) planos, sonhos e até projetos em fase de execução, aos quais, outrora, dedicamos tanta disposição e energia. Como não tenho e acho que não existe uma resposta pronta, prefiro acreditar que o que manda nesta hora é o bom senso, a ponderação e a razão.
Ainda que não percebamos, ou finjamos que não são reais, os fatores desencadeantes dos períodos em que experimentamos o gosto amargo do “querer jogar tudo pro alto” (correndo sérios riscos de chagar às vias de fato), estão ali, bem dentro de nós. Se foram plantados em nós, ou se simplesmente brotaram não importa, o fato é que eles estão minando nosso potencial de realização, escondendo-se em algum compartimento; presente em algum hábito; preso em algum complexo ou alguma coisa que muitas vezes não damos a devida importância.
Geralmente, aquilo que chamei de “fatores desencadeantes” se manifestam de formas variadas. Organizei uma pequena lista (óbvio que a mesma poderia conter muito mais elementos, portanto, fique à vontade para sugerir), mas penso serem estes suficientes para nossa apreciação e reflexão:
- Estresse;
- Decepção;
- Frustração;
- Pecado;
- Oposição;
- Doença;
- Medo;
- Dúvida;
- Solidão;
- Críticas;
- Falta de recursos.
Ao invés de arriscar na resposta, num axioma – já que assumi não ter uma – prefiro compartilhar sobre algumas das coisas que penso não ser inteligente, nem muito legal nestes períodos:
- Espiritualizar tudo – uma tendência muito comum entre os crentes.
- Assumir a pseudo-resignação fatalista do tipo “tem que ser assim”.
- Partir para a auto condenação e auto-flagelação.
- Procurar um bode expiatório para justificar a indisposição de continuar, de persistir.
- Achar-se punido por Deus ou acossado pelo diabo.
- Sair à procura de alguém que nos chame de “coitadinhos”.
- Trancar num quarto escuro.
- Achar-se a pior criatura do planeta.
- Duvidar da capacidade de realizações.
- Não ouvir conselhos.
Nestas horas, também procuro manter o pensamento de que a vida é cheia de oscilações: num momento tudo está maravilhoso, noutro uma meleca. Isto me ajuda a não perder a cabeça facilmente e esperar a maré baixa passar. – pr Aécio
Texto bem redigido. Abordagem peculiar de questão sem solução. Vale a leitura.
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