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segunda-feira, 19 de julho de 2010

MILAGRES NÃO SÃO "PRODUTOS" EXCLUSIVOS...


...De alguma denominação, igreja, ministério ou pregador. A razão desta afirmação é porque há muito percebo que muitos espertalhões acabam explorando e manipulando pobres coitados e moribundos de forma maliciosa e, sobretudo, ambiciosa. Também não passam despercebidas a arrogância e a desonestidade de alguns deles, que resulta numa química absurda e insuportável, pois é possível até mesmo assistir pregadores hostilizando e colocando em dúvida o que acontece nas igrejas dos concorrentes!

Fico estarrecido ao ouvir que já há até “espiões” de algumas denominações circulando dentro de outras, para sondar o que estes estão fazendo para atrair a “clientela” – acho que assim, cada um deles vai aprimorando seu maquiavélico marketing, no intuito de liquidar a proposta dos oponentes.
Sei que parece medonho isto, mas não tenho muitas dificuldades em acreditar que seja factível. Afinal, diante da bandalheira instalada em vários quintais evangélicos, colocar espião para observar o desempenho dos outros é algo de somenos importância!
Bem, mas o foco desta conversa é outro. Quero mais uma vez discorrer sobre milagres e de como as pessoas são manipuladas e forçadas, de certa forma, a crer que só acontece alguma coisa sobrenatural nas igrejas “X” ou “Y”.

Tudo começa com a propensão ingênua da grande massa de pessoas carentes e moribundas em aceitar qualquer oferta – para muitas nestes estados não importa que seja em nome de Jesus ou de Genésio, afinal, elas querem mesmo é se livrar de seus males, não se importando de onde vem (ou de quem vem) a cura, a libertação ou algo que o valha. Depois, passa pelas grandes redes do mercado de curas e libertação, conhecidas por aquelas ofertas mirabolantes, chamativas e promissoras, recheadas de jargões apelativos – tudo isto em belos pacotes promocionais chamados de campanhas, correntes, desafios ou atos de fé, com direito a brindes “sacrossantos” nas formas que vão das réplicas da “Arca da Aliança” ao lencinho sujo de suor do “apóstolo”. Finalmente, encontramos as grandes concentrações, os grandes públicos formados por audiências heterogêneas em todos os aspectos: de todas as crenças, de todas as camadas sociais, dos mais variados níveis culturais e com necessidades tão diversas quanto o próprio público. Ali se encontram a mãe oprimida pelo vício do filho drogado; o marido ou a esposa traídos; o canceroso e o aidético; o que sofre de alguma opressão espiritual; o que cansou de ser empregado e quer ser patrão, etc.

Mas, o desejo e a busca por intervenções milagrosas podem (e devem) ser mais bem explicados para o grande público. Como já escrevi antes, há uma desonestidade excessiva por parte dos marqueteiros e comerciantes da fé que chegam a me dar nojo. Como se não bastasse a alienação da fé das pessoas, eles também impõem sobre os pobres coitados desesperados pelas bênçãos certos jugos, sacrifícios e obrigações semelhantes aos encontrados em religiões místicas, animistas e pagãs!
Neste ponto, para começar, deve ser dito para todos os que necessitam e creem em milagres que nenhuma igreja é detentora dos direitos exclusivos da intervenção divina. Milagres acontecem todos os dias, em todos os lugares e o mais importante: Milagres não acontecem exclusivamente em igrejas ou templos, nem estão sujeitos exclusivamente às orações de homens e mulheres supostamente ungidos ou famosos – milagres são respostas à fé, e esta não está condicionada à lugares e pessoas, depende do clamor sincero em nome de Jesus.

É preciso que as pessoas saibam também que as tais campanhas, correntes e os “penduricalhos abençoados” ou “ungidos” distribuídos ou vendidos em grandes templos ou concentrações não passam de um amontoado de lixo religioso inútil e desnecessário. Na verdade, todas as vezes que alguém lança mão de qualquer destes artifícios corre seríssimos riscos de incorrer na prática (no pecado) da idolatria, visto que a fé bíblica dispensa o uso de qualquer fórmula ou objeto, devendo concentrar-se somente no nome de Jesus – os textos que se utilizam para justificar o uso de campanhas, correntes e tudo o que chamei de “penduricalhos abençoados” são geralmente textos isolados do contexto, interpretados tendenciosamente.

Concluo chamando aos leitores deste artigo (pedindo para passarem a outros) à sobriedade e o bom senso em três aspectos básicos:

- Antes de buscar milagres de Deus, as pessoas devem buscar o Deus dos milagres, convertendo-se a Ele de todo coração;
- Milagres acontecem em qualquer lugar, inclusive, nas pequenas e aparentemente inofensivas congregações, portanto, sempre que possível, deve-se evitar multidões;
- Milagre de verdade é a vitória diária que todos podem obter pelo Sangue de Jesus. Vitória sobre o pecado, o mundo e o diabo... As demais coisas (até mesmo os milgres) são consequência! – pr Aécio

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