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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

DIA 28 DE JANEIRO TEM SÁBADO ESPECIAL NA IBERO

E O MELHOR: VOCÊ ESTÁ CONVIDADO!!!

POBRES CELEBRIDADES


Foi de manhã bem cedo, na hora do café que me deparei com uma daquelas estúpidas revistas que fazem a cabeça de quem gosta de fofocas, e de escrutinar as vidas repletas de frivolidades dos famosos.  Sem nenhuma resistência, e já presumindo o que encontraria nas páginas daquela “obra fútil”,comecei a folhear com certa rapidez página por página, procurando algo que realmente fazia sentido, que ultrapassasse a linha do dispensável, mas nada encontrei.

O tema central da tal revista era o réveillon dos famosos. Ali, apesar das fotos multicores, parecia ver em preto e branco registro das festas regadas a bebidas caras que fazem com que muitos homens e mulheres percam todo o valor. Também pareciam sem graça e artificiais as poses e sorrisos, daqueles que desaprenderam a sorrir e se alegrar com o simples. Não deixei de notar o registro dos amores e romances exibicionistas desprovidos do amor de verdade –  puro prazer imediato na maioria dos casos.

Pobres celebridades – pensei ao fechar a contra capa.

Pobres celebridades que precisam (ou dependem) dos flashes das câmeras, mas andam como apalpando na escuridão.
Pobres celebridades que casam e descasam, buscando nos vários romances a felicidade que não chega.
Pobres celebridades que vestem roupas caríssimas, mas não conseguem cobrir seus escândalos e suas vergonhas quando caem em desgraça.
Pobres celebridades que se tornam formadores de opiniões, mesmo não tendo opinião alguma.
Pobres celebridades que deixam de ser gente para serem personagens caricatos no imaginário coletivo.
Pobres celebridades que se cercam de demagogos interesseiros, esquecendo-se de que o amor da família e das amizades sinceras bastam.
Pobres celebridades que vivem intensamente para os outros, descuidando-se de si e de quem realmente importa.

Pobres celebridades...

Muitas pessoas comuns dariam tudo pra estar no lugar de alguma daquelas celebridades. Muitas destas, certamente dariam a vida pra viver ao menos um dia de pessoa comum.

Tirando a revista o café estava excelente!

- pr Aécio -

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

PARANÓIAS PROFÉTICAS DAS TJ´S

Pr. Joaquim de Andrade comenta sobre Beth Sarin e a falsa profecia das Testemunhas de Jeová 

 FONTE: CACP


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COMENTÁRIO DO PR AÉCIO:

Da próxima vez que adeptos da seita Testemunha de Jeová baterem em sua porta, confronte-os com verdades bíblicas. Fale a eles do amor de Jesus, afinal, estão perdidos e necessitam de salvação.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

SE EXISTE SANTA BURRICE, EIS UM EXEMPLO

Eles não se cansam! 

Pastores entram no chiqueiro para combater o espirito da humilhação

FONTE: RENATO VARGENS

 

Eles não se cansam! A cada dia surge uma nova aberração.  As vezes tenho a impressão que esse pessoal faz parte de alguma companhia de comediantes. Não é possível que eles acreditem nessa baboseira toda, como também não é possível que alguém acredite neles.

Pois é, alguns pastores da Igreja Quadrangular em Belo Horizonte, Minas Gerais, entraram em um chiqueiro e gravaram um vídeo para a campanha Sexta-Feira Forte da Guerra", cujo intuito é combater o "espírito de humilhação".

Diante desta horrorosa realidade me faço a a seguinte pergunta: O que a Igreja Quadrangular tem a dizer sobre a palhaçada? Será que a denominação concorda com essa sandice? Será que os líderes denominacionais aprovam essa aberração?

Gostaria muito que a direção da Igreja Quadrangular no Brasil se posicionasse diante disto, respondendo se aprova ou não este tipo de comportamento, e o que pretendem fazer diante dessa loucura teológica.

Com dor na alma,

Renato Vargens
 
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PALAVRA DO PASTOR:

E quando a gente critica estas porcarias ainda tem gente que torce o beiço! Chiqueiro pode ser uma boa pedida para o monte de lavagem produzido por este tipo de pregador, isso sim!

domingo, 22 de janeiro de 2012

CASA BAGUNÇADA


 Já notaram o desespero das pessoas quando a gente chega de surpresa em suas casas, bem naquela hora em que está tudo em desordem! De repente, surge aquela velha e batida frase: “Não repara porque tá tudo bagunçado!”. Mas, no fundo todos que já vivenciaram cena como esta sabem que nada vai passar incólume aos olhares mais observadores. Não há como não reparar, não há como negar aquilo que está bem diante dos olhos, mesmo que educadamente possamos responder com o também chavão “Imagina, não viemos aqui pra isso!”.

Bem, na verdade não quero escrever sobre casas bagunçadas.
Minha intenção é falar sobre vidas que interiormente estão em total desordem, tudo fora do lugar mesmo, e que só poderão reverter este processo quando tiverem a coragem de assumir, e a disposição de mudar tal condição.

Há casos em que a desordem exterior em certos ambientes é o exato reflexo do caos que se instalou na vida de quem os ocupa. Em outros, paradoxalmente, pode haver quem se ocupe demasiadamente com o que os outros veem, cuidando meticulosamente dos ambientes externos “pra inglês ver” *, enquanto interiormente, fora do alcance dos olhares mais aguçados, haja um coração onde tudo está fora do lugar.

Estranhamente nem todo mundo se incomoda com bagunça a sua volta, quer seja nos cômodos de sua casa ou escritório, etc.
Mais estranho ainda é saber que pode haver quem não se incomode tanto, e até consiga conviver com tudo revirado dentro de si. Porém, ninguém pode negar que nos lugares, e nos corações onde tudo está fora do lugar são inevitáveis as consequentes e frequentes sensações incômodas.
Enquanto tudo não for “arrumado”, enquanto não for colocada cada coisa em seu devido lugar, as sensações de desconforto, de inadequação, de insalubridade ali permanecerão.

Arrume sua casa! Ponha sua vida em ordem e viva bem!

- pr Aécio -
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*Não deve ter existido apenas uma origem para o surgimento dessa expressão, diz John Schimitz, professor de Lingüística Aplicada da Unicamp. Mas, segundo a maioria dos especialistas, a fonte mais provável data de 1831, quando o Governo Regencial do Brasil, atendendo as pressões da Inglaterra, promulgou, naquele ano, uma lei proibindo o tráfico negreiro declarando assim livres os escravos que chegassem aqui e punindo severamente os importadores. Mas, como o sentimento geral era de que a lei não seria cumprida, teria começado a circular na Câmara dos Deputados, nas casas e nas ruas, o comentário de que o ministro Feijó fizera uma lei só para inglês ver.

sábado, 21 de janeiro de 2012

METANÓIA GP - O FILME (1)

Pr Aécio -  Igreja Cristã Ibero-Americana
"Convido a todos amigos do IberoSampa, e peço pouco mais de cinco minutos de sua atenção para assisitir o resumo do Projeto que fez com que, para mim, 2012 começasse com ares de volta por cima. 
Foi um respirar de ar fresco, uma oportunidade de experimentar o novo e de ver que nem tudo está perdido! 

Muito obrigado ao pessoal da organização por patrocinar (e eternizar) um tempo novo em minha vida e ministério.
Agora estamos juntos, e isto é o mais importante!"



sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

VOCÊ É QUEM VOCÊ PENSA QUE É?

“Mas pela graça de Deus, sou o que sou...”  (Apóstolo Paulo)

Todos os dias lidamos com uma grande variedade de pessoas. Quer seja da família, do trabalho, da escola ou dos demais círculos sociais. Nos encontramos e nos comunicamos com pessoas de todo tipo. Algumas mais alegres, outras mais introvertidas; algumas simpáticas, outras nem tanto e assim vai.

Mas, será que todas estas pessoas são o que realmente pensamos que são? E ainda: Será que elas mesmas têm plena convicção de ser o que querem transparecer ou dizer que são?

A falta de autenticidade, as “camuflagens”, os modismos e as manias de imitar celebridades, acabam gerando o que chamo de “efeito camaleão”, que é um seríssimo problema hoje em dia, e que respinga principalmente nos relacionamentos pessoais. Estes tendem a se tornar superficiais, podendo manter-se por vários anos sob um terrível estado de tensão e de desconfiança, ou sob um manto de cordialidades e amenidades nada sincero.

Muitas famílias se encontraram neste final de ano sob um clima de guerra fria. Bastaria alguém tocar numa ferida aberta, num episódio mal resolvido e o botão da bomba seria acionado!

Podemos conhecer casais aparentemente derretidos de amor, com direito a “benzinho” para lá e pra cá e tudo, tolerando-se sem querer querendo, mais ou menos nos moldes do Sr. E Sra. Smith (do filme). Tais comportamentos são muito mais frequentes em ambientes de trabalho, entre patrões e empregados, chefes e subalternos que vão fingindo que se toleram, que se gostam ou que se apreciam, numa nefasta simbiose onde os interesses mesquinhos é o que dá o tom das relações, nada mais.

- pr Aécio -

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

EG WHITE: A "MARIA" DO ADVENTISMO (COM VÍDEO ADICIONAL)

AUTOR: EV. EDUARDO FRANÇA
FONTE: CACP


Ellen Gould White (1827-1915) foi a profetisa, escritora e "codificadora" do movimento Adventista do Sétimo Dia. Seus livros inspiram e fornecem a base fundamental para crença do Adventismo. Conhecida como irmã White pelos adventistas, ao lado de seu marido Tiago White e José Bates, revolucionou o sistema de crenças do Adventismo Sabatista que, mais tarde tornou-se a Igreja Adventista do Sétimo Dia. Dizem que escreveu durante sua vida mais de 5 mil artigos e 40 livros sendo - segundo os adventistas – a autora mais traduzida de não-ficção da história da literatura e bem como o autor mais traduzido de não ficção americana de ambos os sexos. Essa pessoa é a coluna do Adventismo.

Maria por outro lado, como conhecemos a história, é a mãe do Salvador segundo a Bíblia (João 2:3; 6:42; 19:25; Atos 1:14). De acordo com a Igreja Católica Apostólica Romana, a pessoa de Maria é vista como a mais importante do Cristianismo depois de Jesus Cristo e da Santíssima Trindade. Também nos dogmas católicos é reconhecida como Mãe de Deus, Medianeira, Rainha do Céu, Mãe de todos os Viventes, Co-Redentora. São dogmatizadas também sua perpétua virgindade, sua assunção aos Céus, tendo sido concebida sem pecado, e, por fim, sua santidade absoluta enquanto em vida (gratia plena). Essa é a pessoa central do Catolicismo.

O título desse artigo realmente choca-nos a primeira vista, mas essa é a realidade em que se encontra a IASD. Atribuem a Sra. White poderes especiais ou mesmo uma proximidade maior com Deus do que a de Paulo que foi ao terceiro céu (II Coríntios 12), Pedro que curou com sua sombra (Atos 5:15), João o Batista a quem Jesus nomeou como “o maior dentre os nascidos de mulher” (Mateus 11:11). Que dizer do Apóstolo João que viu o Cristo glorificado (Apocalipse 1:10-18)?

Veja como ela é considerada dentro do adventismo¹:

1) Profetisa contemporânea

2) Seus escritos são denominados de “luz menor para a luz maior” (assim afirmando que sem seus registros ninguém pode entender a Bíblia perfeitamente)

3) Ela é o Espírito de profecia de Apocalipse 19:10

4) É a restauradora do Cristianismo Primitivo

5) Afirma que Jesus falou com ela pessoalmente

6) Suas obras são tidas como inspiradas por Deus²

7) Seus escritos são considerados uma contínua e autorizada fonte de verdade e proporcionam orientação, instrução e correção.²

8) Teve quase 2.000 visões e sonhos ³ (mostrando assim ser uma pessoa supranormal)

Depois dessas sete características, como você enxerga a Sra. White? Seria ela considerada uma pessoa normal? Ou será que os adventistas a idolatram? Possivelmente haja a defesa de que não se fazem orações ou preces à mesma. Mas mesmo assim ela é uma pessoa distinta, diferente das demais, mais iluminada que a maioria, etc. É certo que Deus escolhe pessoas para determinados fins, mas com isso chama-la de “Espírito de Profecia” é passar dos limites. Pedro ao entrar na casa de Cornélio e o mesmo se prostrar para adorá-lo, o repreendeu dizendo: Mas Pedro o levantou, dizendo: Levanta-te, que eu também sou homem. (Atos 10:26). Em nenhum dos apóstolos ou pais da igreja, reformadores e crentes genuínos atuais encontra-se essa proeminência humana, salvo os movimentos heréticos como: Mormonismo, Jeovismo, Espiritismo, Catolicismo, Cultura Racional, Testemunhas de Yehoshua, Suprema Ordem Universal da Santíssima Trindade, Crescendo em Graça, etc. Assim sendo, mais uma vez na crença adventista torna-se visível o erro e o engano, revelando-a uma seita herética, idólatra, pseudo-cristã, danosa ao Corpo de Cristo e oposta às doutrinas fundamentais do Cristianismo: Que só temos um Mediador e um Conselheiro (Jesus em I Timóteo 2:5 e o Espírito Santo descrito em João 14:16, 17) e não necessitamos de mais uma “Maria” para combatermos.

Esteja atento caro leitor, o erro, o engodo e a mentira estão mais próximos do que imaginamos (Mateus 26:41; I Coríntios 16:13; I Pedro 5:8).
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COMENTÁRIO DO PR AÉCIO:

Cada vez mais ex-evangélicos têm caido nas malhas do adventismo, enredados pelo espírito que move esta seita. Não quero ser simplista, mas penso que há pelo menos dois aspectos básicos a serem considerados:

1 - Ausência ou falha no discipulado.
2 - Ausência de ensino apologético sistemático via Cultos de Ensino, Escola Bíblica Dominical ou algo que o valha.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

AGENDA DA SEMANA - 16/01 A 22/01/2012

O Senhor tem sido generoso, nos abençoando de uma maneira especial e queremos dividir estas bençãos com você!

Está sem igreja? 
Vem pra Ibero!


domingo, 15 de janeiro de 2012

"APÓSTOLO" VALDOMIRO AFIRMA

Que Jesus não é sempiterno e que foi criado por Deus.

FONTE: BLOG DO RENATO VARGENS

 Infelizmente as heresias se multiplicam a olhos vistos neste tupiniquim país. Há pouco o Apóstolo Valdomiro  Santiago da Igreja Mundial do Poder de Deus afirmou que Jesus não é Eterno e que foi criado por Deus. Por favor leia abaixo o que disse no site da sua Igreja:

"Muita gente pela tradição da religião, não entende a historia de Jesus. Alguns falam de natal, mas ninguém sabe o dia exato em que Jesus Cristo nasceu. Segundo que Jesus já existia muito antes de tudo. Ele é a imagem do Deus invisível, a encarnação do verbo. Mas ele não é sempiterno, é eterno. O pai que é Deus é sempiterno, aquele que antes dele nunca existiu como ele, nem existirá depois dele, sempre existiu e sempre existirá. A primeira obra dele foi Jesus Cristo, não a partir de Maria, que foi obra do Espirito Santo para ser feito carne, antes ele já existia. “Façamos” é no plural, porque Jesus estava com Ele e a palavra que lemos confirma."

Caro leitor,  a afirmação de que Jesus Cristo foi criado é uma heresia antiga denominada ARIANISMO.

Bom, o Arianismo vem de Arius, ou Ário, um professor do início do século 4 D.C. A pergunta que se fazia era a seguinte:  Era Jesus verdadeiramente Deus em carne ou era Jesus um ser criado? Era Jesus Deus ou apenas como Deus? Ario defendia a ideia de que Jesus foi criado por Deus como o primeiro e mais importante ato da Criação. O Arianismo, então, é a crença de que Jesus era um ser criado com atributos divinos, mas não era divindade em si mesmo.

Ora, a história relata que a Igreja Cristã oficialmente denunciou o Arianismo como uma doutrina falsa. Desde então, o Arianismo nunca mais foi aceito como uma doutrina viável da fé Cristã. No entanto, o Arianismo nunca morreu, mas tem continuado pelos séculos de várias formas diferentes. As Testemunhas de Jeová de hoje defendem uma posição parecida com  a dos arianos em relação à natureza de Cristo e agora para surpresa de alguns a Mundial do Poder de Deus.

Isto, posto, afirmo sem titubeios que da mesma forma que a igreja ao longo da história combateu heresias deste nipe,  precisamos renegar em nossos dias ataques a divindade do nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo.

Pense nisso,

Renato Vargens
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 COMENTÁRIO DO PASTOR AÉCIO:
O suposto "apóstolo", cria do Macedo, ainda vai dar muita dor de cabeça pra igreja evangélica brasileira. Esta heresia dita por ele é só mais uma dentre tantas baboseiras que está espalhando, enquanto ludibria milhões de miseráveis incautos que concorrem às suas mega reuniões e mega templos repletos.

sábado, 14 de janeiro de 2012

OS JUDAIZANTES DE HOJE

 FONTE: CACP

Clique aqui
 
"As festas bíblicas são ordens sagradas do Senhor. Elas não são apenas judaicas; são, antes de mais nada, do Senhor, declaradas como estatuto eterno (Lv. 23:1-44). Essas festas não são um convite para que a Igreja volte à primeira aliança, mas para sustentar a mensagem que elas transmitem. Elas apontam para o fim, para o Cordeiro e falam da parusia, ou seja, a segunda vinda do Messias."

"Preste atenção ao que está sendo ministrado, pois Roma não deseja que nossos olhos sejam abertos. Roma quer nos prender ao paganismo. Esse paganismo se traduz na tentativa de deixar as festas bíblicas no esquecimento e de pegar as festas pagãs e tentar cristianizá-las. Porém, Deus abriu os nossos olhos. Não estamos mais debaixo da escuridão, pois o Senhor nos trouxe para a luz."

(Ap. Renê Terra Nova).

A frase do autodenominado “apóstolo” René Terra Nova demonstra bem a necessidade de estudarmos este assunto: a Igreja deve guardar festas e costumes judaicos? A Bíblia deixa alguma evidência de que tais práticas são para os cristãos?

Independentemente de dados históricos extra-bíblicos, devemos nos deter ao estudo das Escrituras para esclarecermos tais questionamentos. É da Bíblia a Palavra final sobre o assunto!

Para começarmos nosso estudo, é interessante nos debruçarmos sobre a carta de Paulo aos gálatas, pois os irmãos da Galácia estavam passando por uma situação semelhante a da igreja de hoje.

Quando Paulo escreveu aos gálatas, Os judeus estavam presentes em todo o Império Romano, principalmente nas cidades mais importantes. Muitos deles se converteram ao cristianismo e, dentre os convertidos, havia aqueles que queriam impor a lei mosaica sobre os cristãos gentios. São os "judaizantes". Assim como os fariseus e saduceus perseguiram Jesus durante o período mencionado pelos evangelhos, os judaizantes pareciam estar sempre acompanhando os passos de Paulo a fim de influenciar as igrejas por ele estabelecidas. Essa questão entre judaísmo e cristianismo percorre o Novo Testamento.

Os judaizantes estavam também na Galácia, onde se tornaram uma forte ameaça contra a sã doutrina das igrejas.

Aqueles judeus davam a entender que o evangelho estava incompleto. Para conseguirem uma influência maior sobre as igrejas, eles procuravam minar a autoridade de Paulo. Para isso, atacavam a legitimidade do seu apostolado, como tinham feito em Corinto.

O EVANGELHO JUDAIZANTE

Os judaizantes chegavam às igrejas com o Velho Testamento "nas mãos". Isso se apresentava como um grande impacto para os cristãos. O próprio Paulo ensinava a valorização das Sagradas Escrituras. Como responder a um judeu que mostrava no Velho Testamento a obrigatoriedade da circuncisão e da obediência à lei? Além disso, apresentavam Abraão como o modelo para os servos de Deus.

Os judaizantes ensinavam que a salvação dependia também da lei, principalmente da circuncisão. Segundo eles, para ser cristão, a pessoa precisava antes ser judeu (não por descendência, mas por religião). Foi para combater as heresias judaizantes que Paulo escreveu aos gálatas e mostrou àqueles irmãos que voltar as práticas e aos cerimoniais da Lei era cair da graça. (Gálatas 5:1-10):

“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.
2 Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada vos aproveitará.
3 De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está obrigado a guardar toda a lei.
4 De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes.
5 Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé.
6 Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor.
7 Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à verdade?
8 Esta persuasão não vem daquele que vos chama.
9 Um pouco de fermento leveda toda a massa.
10 Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro sentimento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá a condenação”.

Algo parecido tem acontecido na Igreja brasileira nos dias atuais. Os judaizantes modernos ensinam que devemos guardar as festas judaicas, ler a Torah nos cultos, etc.

É muito comum vermos cristãos usando kipás (bonezinho usado pelos judeus), buscando ligações genealógicas com o povo israelita para que possam obter nacionalidade judia, entre outras coisas. Até mesmo nos cultos de algumas igrejas, músicas e danças judaicas foram inseridas.

Em nome do amor a Israel a bandeira da nação é colocada na igreja (será que um árabe desejoso por conhecer Cristo entraria nesta igreja?), o shofar é tocado e promovem-se as festas com a promessa de uma nova unção sobre a vida de quem participa de tais celebrações.

Há igrejas onde as pessoas não podem adentrar ao templo de sandálias ou sapatos e são orientadas a tirar os calçados, pois, segundo ensinam, irão pisar terra santa.

Há notícias de denominações no Brasil onde os assentos foram retirados dos templos e os crentes ficam de joelhos em posição semelhante à usada pelos judeus nas sinagogas.

Uma famosa “apóstola” apregoa inclusive a necessidade da Igreja Evangélica brasileira guardar o sábado. Em uma entrevista a antiga revista Vinde, ela declarou: "Meu contato com Israel me mostrou várias coisas, como os dias proféticos, as alianças: seis dias trabalharás e ao sétimo descansarás. Êxodo 31 declara que o sábado é o sinal de uma aliança perpétua e da volta de Cristo”.

Afinal, devemos ter a preocupação de celebrar as festas judaicas, usar kipá, colocar pano de saco, banhar-se de cinzas? O cristão tem essas obrigações? O que diz a Palavra sobre o assunto?

Sobre a idéia da guarda do sábado e a sugestão da pastora de que isso faz parte de uma aliança perpétua, verifiquemos o seguinte:

Usar a expressão "aliança perpétua" para referir-se à aliança feita entre Deus e Israel é desconhecer a transitoriedade dessa aliança apontada pela Bíblia. Se não, vejamos. A Bíblia menciona a existência de duas alianças. A primeira foi firmada entre Deus e o povo de Israel (Êxodo 19.1-8), logo que saiu da terra do Egito e se acampou junto ao Monte Sinai. A aliança foi ratificada com o sangue de animais como se lê em Êxodo 24.1-8. No livro de Hebreus, o escritor se reporta a esta aliança, dizendo: "É por isso que nem a primeira aliança foi consagrada sem sangue. Havendo Moisés anunciado a todo o povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos bodes, com água, lã púrpura e hissopo, e aspergiu tanto o próprio livro como todo o povo dizendo: ‘Este é o sangue da aliança que Deus ordenou para vós’" (Hebreus 9.18-20).

Essa aliança não integrava o povo gentio (Salmo 147.19 e 20): "Mostra a sua palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma outra nação; e, quanto aos seus juízos, não os conhecem”.

Embora o povo de Israel tivesse prontidão em responder que observaria essa aliança, na verdade, não a cumpriu, de modo que Deus prometeu nova aliança. Essa promessa foi registrada por Jeremias: "Vêm dias, diz o Senhor, em que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme a aliança que fiz para com seus pais, no dia em que os tomei pela mão para os tirar da terra do Egito, porque eles invalidaram a minha aliança, apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor" (Jeremias 31.31 a 34).
Novamente, o escritor do livro de Hebreus se reporta a essa nova aliança, afirmando que ela já tinha sido estabelecida por Jesus Cristo: "Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de superior aliança, que está firmada em melhores promessas. Pois se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, nunca se teria buscado lugar para a segunda", (Hebreus 8.6 e 7). Ainda Paulo, falando sobre a antiga aliança, declara: "Ele nos fez também capazes de ser ministros de uma nova aliança, não de letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica" (2 Coríntios 3.6). Logo, não se pode falar em "aliança perpétua", referindo-se à primeira aliança entre Deus e Israel.

O que talvez a apóstola quisesse, mas não o fez, era dizer que o sábado é um mandamento perpétuo, como se lê em Êxodo 31. 16 e 17. Todavia, ainda assim, ela estaria incorreta. Não procede dizer que a guarda do sábado deva ser observada pelos cristãos hoje. Isto porque a palavra perpétuo não se aplica só ao sábado, mas também a vários outros preceitos que os guardadores do sábado nunca se dispuseram a cumprir, como, por exemplo, a circuncisão pois Gênesis 17.13-14 diz o seguinte: “Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança”. E agora, teremos que nos circuncidar também? Ou não seria mais coerente guardar o significado espiritual de tais ordenanças e não o seu aspecto cerimonial?

Um outro argumento da “apóstola” é a de que o domingo tem origem pagã, ela diz: “"Roma teve um imperador que adorava o sol. Daí Sunday (dia do sol) [do inglês, domingo]. Por essa questão pagã, a tradição chegou até nossos dias...”.
Entretanto, esse é um argumento pueril, freqüentemente citado por eles para imprimir a idéia de que a guarda de outro dia que não o sábado é de origem estritamente pagã. Tão pagã quanto a palavra Sunday é Saturday (dia de Saturno), sábado, em inglês. O dia era dedicado ao deus Saturno e prestava-se culto com orgias e muita bebida. Os dias da semana levavam nomes pagãos e não só o domingo.

Constantino, por sua vez, foi o primeiro imperador romano a adotar o cristianismo. Quando o fez promulgou vários decretos em favor dos cristãos, destacando-se o de 7 de março de 321. Se vale o argumento de que a guarda do domingo é de origem pagã por ter sido Constantino quem firmou o primeiro dia da semana como dia de guarda, então teria que reconhecer que a doutrina da Trindade também tem origem pagã, pois foi o mesmo Constantino quem presidiu o Concílio de Nicéia, em 325, quando foi reconhecida biblicamente a deidade absoluta de Jesus. Jesus sempre foi Deus verdadeiro ou passou a sê-lo depois do Concílio de Nicéia? E o domingo passou a ser dito como dia de adoração em decorrência do decreto imperial ou os cristãos já o tinham como dia de adoração?


Quanto ao uso do Kipá, atente para o significado desta indumentária judaica segundo judeus messiânicos:

 
“Kipá - Simboliza que há alguém acima de você - O significado da palavra kipá é "arco", que fica compreensível quando pensamos em seu formato. A kipá é um lembrete constante da presença de Deus. Relembra o homem de que existe alguém acima dele, de que há Alguém Maior que o está acompanhando em todos os lugares e está sempre o protegendo, como o arco, e o guiando. Onde quer que vá, o judeu estará sempre acompanhado de Deus”.

“É costume judaico desde os primórdios um homem manter sua cabeça coberta o tempo todo, demonstrando com isso humildade perante Deus. É expressamente proibido entrar numa sinagoga, mencionar o nome Divino, recitar uma prece ou bênção, estudar Torá ou realizar qualquer ato religioso de cabeça descoberta”.


Fica o questionamento: é necessário para um cristão usar um kipá para lhe lembrar a presença de Deus? É preciso usar esse gorrinho para não esquecer de que Deus é Soberano e está acima de todos?

Não basta para o verdadeiro cristão o fato de que o próprio Deus habita em nós por meio do Seu Espírito? Fica o questionamento de Paulo aos coríntios: (1 Coríntios 3:16) “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?”.

POR QUÊ NÓS CRISTÃOS NÃO GUARDAMOS A LEI?

 
1o – A lei de Moisés foi dada aos filhos de Israel (Êx.19,3,6). Nós, cristãos gentios, não somos filhos da nação Israel.

2o – Jesus cumpriu a lei cerimonial. Tal cumprimento significa não apenas sua obediência, mas a satisfação das exigências da lei cerimonial através da obra de Cristo.

Precisamos entender que os mandamentos da lei mosaica se dividem em vários tipos. Vamos, basicamente, dividi-los em mandamentos morais, civis e cerimoniais:

Os mandamentos morais dizem respeito ao tratamento para com o próximo: Não matarás; Não adulterarás; Não furtarás, etc. Tais ordenanças estão vinculadas à palavra amor.

Os mandamentos civis são aqueles que regulamentavam a vida social do israelita. São regras diversas que se aplicam às relações da sociedade. Um bom exemplo é o regulamento da escravidão.

Os mandamentos cerimoniais são aqueles que se referem estritamente às questões religiosas. São as ordenanças que descrevem os rituais judaicos.

A classificação de um mandamento dentro desses tipos nem sempre é fácil. Algumas vezes, uma lei pode pertencer a dois desses grupos ao mesmo tempo, já que a questão religiosa está por trás de tudo. A sociedade israelita era essencialmente religiosa. O Estado e o sacerdócio nem sempre se encontravam separados. Contudo, tal proposta de classificação já serve para o nosso objetivo.

A lei moral se resume no amor a Deus e ao próximo, como é dito em Gálatas 5.14 “Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”.Os princípios morais permanecem válidos no Novo Testamento. Hoje, não matamos o próximo, mas não por causa da lei de Moisés e sim por causa da lei de Cristo (Gálatas 6.2) “Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo” à qual os gálatas deviam obedecer. A lei de Cristo é a lei do amor a Deus e ao próximo.

As leis civis do povo de Israel não se aplicam a nós. Além dos motivos já expostos, nossas circunstâncias são bastante diferentes e temos nossas próprias leis civis para observar. O cristão deve obedecer as leis estabelecidas pelas autoridades humanas enquanto essas leis não estiverem ordenando transgressão da vontade de Deus (Rm.13.1) “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores; porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem foram por ele instituídas”.

As leis cerimoniais judaicas foram abolidas por Cristo na cruz (o significado de cada uma delas se cumpriu em Cristo). Por esse motivo, mesmo os judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados da lei cerimonial judaica. Por isso, não fazemos sacrifícios de animais, não guardamos o sábado, não celebramos as festas judaicas, etc.

Se alguém quiser observar algum costume judaico, isso não constituirá problema, desde que a pessoa não veja nisso uma condição para a salvação e nem prometa através destas coisas tornar alguém mais espiritual. (Rm 14.-8)

“1 Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.
2 Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes;
3 quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o que come, porque Deus o acolheu.
4 Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.
5 Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias. Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.
6 Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e dá graças a Deus.
7 Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si.
8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor ”.

O problema é justamente a conotação dada a essas festas e aos costumes judaicos por pessoas de movimentos judaizantes. Por exemplo, dizem que se não celebrarmos as festas estaremos sendo devedores ao Senhor e que celebrar seria repreender o “espírito de Roma” da Igreja, que o Evangelho estaria de volta a Jerusalém, etc.

Celebrar uma festa judaica na igreja como representação simbólica do período vetero-testamentário nada tem de mais, no entanto, colocar isso como obediência de mandamento é certamente abandonar a graça de Deus e voltar a Lei.

Já há gente se vestindo de pano de saco e banhando-se de cinzas para mostrar arrependimento. Em certos ambientes, para se aproximar do púlpito é preciso que os crentes tirem os calçados, pois estariam pisando em “lugar santo”. Com isso, a obra de Cristo estará sendo colocada em segundo plano, como algo incompleto e insuficiente, como fica claro em Gálatas 5.4-6 “De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. 5 Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. 6 Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé que atua pelo amor”.

Além de tudo isso, é bom que citemos as palavras de Paulo: "..não estais debaixo da lei mas debaixo da graça." (Rm.6.14).
O Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho escreveu o seguinte sobre a rejudaização da Igreja:

A rejudaização do evangelho tem um lado comercial e outro teológico. O comercial se vê nas propagandas para visita à "Terra Santa". O judaísmo girava ao redor de três grandes verdades: um povo, uma terra e um Deus. No cristianismo há um povo, mas não mais como etnia. A Igreja é o novo povo de Deus, herdeira e sucessora de Israel, composta de "homens de toda tribo, e língua e povo e nação" (Ap 5.9). Há também um Deus, que se revelou em Jesus Cristo, sua palavra final (Hb 1.1-2). Mas não há uma terra santa. No cristianismo não há lugares e objetos santos. O prédio onde a Igreja se reúne e que alguns chamam, na linguagem do Antigo Testamento, de "santuário", não é santuário nem morada de Deus. É salão de cultos. O Eterno não mora em prédios, mas em pessoas. Elas são o santuário (At 17.24, 1Co 3.16, 6.19 e Hb 3.6). Deus não está mais perto de alguém em Jerusalém que na floresta amazônica, nos condomínios, favelas e cortiços das grandes cidades. No cristianismo, santo não é o lugar. São as pessoas. Não é o chão. É o crente. E Deus pode ser encontrado em qualquer lugar. Não temos terra santa, e sim gente santa.

A propaganda gera uma teologia defeituosa. Pessoas vão à Israel para se batizar nas águas onde Jesus se batizou. Ora, o batismo é único, singular e sem repetição. Ele segue a conversão e mostra o engajamento da pessoa no propósito eterno de Deus. Uma pessoa que foi batizada, após conversão e profissão de fé, numa igreja bíblica, não se batiza no rio Jordão. Apenas toma um banho. E, sem o sentido filosófico do ser e do vir a ser de Heráclito, aquele não é o Jordão onde Jesus foi batizado porque as águas são outras. As moléculas de hidrogênio e oxigênio que compunham aquele Jordão podem estar hoje em alguma nuvem. Ou na bacia amazônica. Ou no mar. Até no Tietê. É mero sentimentalismo e não identificação com Jesus. É lamentável que pastores conservadores em teologia "batizem" crentes já batizados no Jordão. Isto é vulgarizar o batismo, tirando seu valor teológico.

Não sou contra turismo. Faça-o quem puder e regozije-se com a oportunidade. Sou contra o entortamento da teologia como apelo turístico. Temos visto pastores com sal do mar Morto, azeite do monte das Oliveiras (há alguma usina de beneficiamento de azeitonas lá?) e até crucifixos feitos da cruz de Jesus (pastores evangélicos, sim!). Há um fetichismo com terra santa, areia santa, água santa, sal santo, folha de oliveira santa, etc. No cristianismo as pessoas são santas, mas as coisas não. A rejudaização caminha paralelamente com a superstição e feitiçaria. É parente da paganização. Não estou tecendo uma colcha de retalhos. Tudo isto é produto de uma hermenêutica defeituosa, que não compreende as distinções entre os dois Testamentos, os critérios diferentes para interpretá-los, a pompa e liturgia do judaísmo em contraposição à desburocratização do cristianismo e que a palavra final de Deus foi dada em Jesus Cristo. É o NT que interpreta o AT e não o AT que interpreta o NT.

Um outro fator abordado pelo pastor Isaltino é a tal “restauração do sacerdócio”. O pastor visto como um intermediário da relação do homem com Deus. Sabemos que no NT o sacerdócio universal do crente fica claro, nem um filho de Deus precisa de sacerdotes humanos para ter acesso ao Pai. Temos a Cristo como o nosso Mediador:

Entretanto, a incidência do uso do termo "leigo" para os não consagrados aos ministérios é reveladora. Todos nós somos ministros, pois todos somos servos. E todos somos leigos, porque todos somos povo (é este o sentido da palavra "leigo", alguém do povo). Não temos clero nem laicato. Somos todos ministros e somos todos povo. Mas cada vez mais as bases ministeriais são buscadas no Antigo Testamento e não no Novo. Usamos os termos do Novo com a conotação do Antigo. O pastor do NT passa a ter a conotação do sacerdote do AT. É o "ungido", detentor de uma relação especial com Deus que os outros não têm. Só ele pode realizar certos atos litúrgicos, como o sacerdote do AT. Por exemplo, batismo e ceia só podem ser celebrados por ele. Assumimos isto como postura, mas não é uma exigência bíblica. Na batalha espiritual isto é mais forte. Os pastores tornam a igreja dependente deles. Só eles têm a oração poderosa, a corrente de libertação só pode ser feita por eles e na igreja, só eles quebram as maldições, etc.

O sentido teológico do sacerdote hebreu parece permear fortemente o sentido teológico do pastor neotestamentário na visão destas pessoas. Este conceito convém ao pastor que prefere ser chamado de “líder”. Ele se torna um homem acima dos outros, incontestável, líder que deve ser acatado. Tem uma autoridade espiritual que os outros não tem. O Antigo Testamento elitiza a liderança. O Novo Testamento democratiza. Para os líderes destes movimentos, o Novo Testamento, a mensagem da graça e a eclesiologia despida de objetos, palavras e gestual sagrados não são interessantes. Assim, eles se refugiam no AT. Por isso há igrejas evangélicas com castiçais de sete braços e estrelas de Davi no lugar da cruz, bandeira de Israel, guardando festas judaicas, e até incensários em seus salões de cultos. Há evangélicos que parecem frustrados por não serem judeus. A liturgia pomposa do judaísmo é mais atraente e permite mais manobra ao líder que se põe acima dos outros. Concluindo, a atração pelo poder é maio dor que o desejo de servir.

A RESPOSTA DE PAULO AOS JUDAIZANTES DA GALÁCIA:

 
A perniciosidade da influência judaica na Galácia estava no fato de atentar contra a essência do evangelho. Os judeus queriam acrescentar a circuncisão como condição para a salvação. Se assim fosse, o cristianismo seria apenas mais uma seita do judaísmo. Então, Paulo vem reforçar o ensino de que a salvação ocorre pela fé na suficiência da obra de Cristo. Para se conhecer a suficiência é preciso que se entenda o significado. Em sua exposição, Paulo toma Abraão como exemplo, assim como fez na epístola aos Romanos, afirmando que o patriarca foi justificado pela fé e não por obediência à lei. Tal exemplo era de grande peso para o judeu que lesse a epístola. Na seqüência, o apóstolo expõe diversos aspectos da obra de Cristo e do Espírito Santo na vida do salvo sem as imposições da lei.

COMPARAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS E EFEITOS DA LEI E DA GRAÇA

 
A lei mosaica se concentrava em questões visíveis, embora não fosse omissa com relação ao espiritual. Os pecados ali proibidos eram, principalmente, físicos. Assim também, a adoração era bastante prática. Seus preceitos determinavam o local, a postura, a roupa, o tempo apropriado, etc. No Novo Testamento, Jesus vem transferir a ênfase para o espiritual, embora não seja omisso em relação ao físico. Ao falar com a mulher samaritana, Jesus observa que ela estava muito preocupada com os aspectos exteriores da adoração a Deus. Isso era característica da ênfase do Velho Testamento. Jesus lhe disse: "A hora vem e agora é em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” (João 4.23). Vemos nisso a ênfase do Novo Testamento: que é espiritual.

Contrastes entre a Lei e a Graça

LEI / MOISÉS

Mostra o pecado
Enfatiza a carne
Traz prisão e morte
Infância
Traz maldição

 
GRAÇA / JESUS / CRUZ
Perdoa o pecado
Enfatiza o espírito
Traz libertação e vida
Maturidade
Leva a maldição
Aponta pra Cristo
Conduz ao Pai

 
PRESERVAÇÃO DA LIBERDADE

 
Paulo admoestou os gálatas para que se lembrassem do significado da obra de Cristo, a qual teve o objetivo de libertá-los. Agora que eram livres, não deveriam voltar ao domínio da lei.

Voltar à lei é negar a graça e perder os seus efeitos, ele mostra isso enfaticamente no Capítulo 5. É renunciar aos direitos de filho e voltar a viver como servo (Sara e Hagar). É renunciar à liberdade cristã, a qual foi comprada pelo precioso sangue do nosso Senhor. A história de Israel foi uma seqüência de cativeiros e libertações. Não podemos permitir que a nossa vida seja assim.

Os judaizantes estavam querendo impor a marca da circuncisão como se esta fosse um valor cristão. Entretanto, Paulo conduz os gálatas a um exame mais profundo da questão. O sinal exterior tem valor quando corresponde à condição interior. Como disse aos Romanos, "a circuncisão é proveitosa se tu guardares a lei" (Rm 2.25). Então, o que seria evidência fiel do interior humano? As obras da carne e o fruto do espírito. São marcas do caráter e se revelam nas ações. Estas são as marcas mais importantes na vida de um ser humano. Entretanto, se os judaizantes faziam mesmo questão de marcas físicas, Paulo possuía as "marcas de Jesus", sinais de todo o seu sofrimento pela causa do Evangelho “Quanto ao mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus” (Gálatas 6.17).

O mesmo Paulo, escrevendo aos irmãos em Colossenses 2:16-17, diz: “Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo”.

Cristo é a Luz do mundo, quem está em Cristo não anda em trevas. Por que então voltarmos às sombras? É isso que Paulo deixou claro. Portanto, fica evidente o quanto é descabida a idéia de introduzir costumes dos judeus nas atividades cristãs como cumprimento de mandamento, promessas de nova unção e coisas desse tipo.

Deus estabeleceu uma Nova Aliança em Cristo, pois na primeira os homens se apegaram muito mais aos rituais e aos símbolos do que ao significado dos mesmos. Passaram a viver uma religiosidade vazia e já no período do Antigo Testamento, o Senhor mostrava a sua tristeza com relação a isso: Isaías 1:13-14 “Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas; estou cansado de as sofrer”.

Usam mal Mateus 5:17, em que Jesus diz: “Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir”.

A palavra cumprir utilizada aqui vem do grego plérõsai, que significa “encher”, “completar”. Jesus não veio revogar ou destruir nenhuma palavra que Deus ensinara aos fiéis do passado no AT. Veio cumprir plenamente o propósito de Deus revelado no AT dando à Lei e aos Profetas aquilo que faltava: o Espírito Santo para interpretá-lo e o poder para pô-lo em prática, pela sua obra salvadora.

Cristo representa o fim do legalismo de se tentar cumprir a Lei, como está escrito em Romanos 10:3-4 “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus. Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”.

Cristo tirou o véu que encobria a Antiga Aliança. Ele revelou o “espírito” da Lei tornando-se carne. Cumpriu fielmente todas as ordenanças impostas pela Lei, dando a verdadeira interpretação a elas.

Ainda que Lei ordenasse o apedrejamento de adúlteras, Cristo perdoou uma mulher apanhada em adultério. Ainda que a Lei designasse o afastamento dos considerados “puros’ dos leprosos, Cristo se aproximada deles, os tocava e os curava”.

Cristo trouxe luz sobre o que eram sombras. Por que, então, voltar à escuridão do legalismo judaico?

Paulo resume esse comportamento da seguinte forma: “Mas os sentidos deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é removido”. (2 Coríntios 3:14 ).

Com auxílio de textos do Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, Anísio Renato de Andrade e Natanael Rinaldi e site dos judeus messiânicos.

Clériston Andrade
Juazeiro-Ba

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A SÍNDROME DE BURN OUT EM PASTORES E LÍDERES


Entrevista com Roseli Kühnrich de Oliveira  
Publicado em 10.01.2012
Publicado originalmente em 17/05/2011

O esgotamento das pessoas, causado por sua ocupação ou atividade é uma situação cada vez mais comum, e vem recebendo da psicologia e medicina o nome de Síndrome de Burnout (do inglês: to burn out , significando combustão completa).

Você se sente estressado? Nada do que faz traz realmente a mesma satisfação que sentia? Está irritado, desanimado, com problemas relacionais e não consegue mais dar a atenção que dava às atividades diárias? Está com fadiga, dores generalizadas e evita o contato social? Talvez você esteja com a síndrome de Burnout.

Burnout é uma das conseqüências mais marcantes do estresse profissional, caracterizando-se geralmente por exaustão emocional, avaliação negativa de si mesmo, depressão e insensibilidade com relação a quase tudo e todos (até como defesa emocional).

Buscando informações seguras sobre a síndrome é que entrevistamos a psicóloga Roseli de Oliveira.

Roseli Kühnrich de Oliveira é graduada em Psicologia pela Universidade Paulista (UNIP) de São Paulo, Especialista em Terapia Familiar e com Mestrado em Teologia pela Escola Superior de Teologia (EST), no Rio Grande do Sul.  Vice-presidente do Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos (CPPC Sul), e membro da Associação de Assessoramento e Pastoral da Família (EIRENE).

Autora do livro "Cuidando de quem Cuida: um olhar de Cuidados aos que ministram a Palavra de Deus", Editora Sinodal e co-autora em De Bençãos e Traições, a história das famílias de Abraão, Isaque e Jacó, Ed. Ultimato/ Esperança. 

Como identificar se uma pessoa está estressada ou com a síndrome de burnout? Quais as diferenças entre eles?

Roseli -
Uma síndrome se caracteriza por alguns componentes, no caso do burnout, são os três que explicaremos a seguir. Esta síndrome é uma  "doença do trabalho", ou seja, começou a ser pesquisada justamente por envolver um adoecimento ligado ao labor ocupacional. Os sinais e sintomas nos estágios iniciais são praticamente os mesmos do estresse e da depressão.  Esta só se efetiva nos estágios mais avançados da doença, apresentando características próprias.  No 1º estágio, há um  crescente e gradual desânimo ou desprazer em relação às atividades laborais. No 2º estágio, surgem dificuldades relacionais no local de trabalho, tensão, mal estar, faltas, dores generalizadas. No 3º, os lapsos de memória e a atenção difusa comprometem a qualidade do trabalho, gerando erros incomuns à pratica anterior. Aparecem as doenças psicossomaticas, com consequente automedicação e/ou uso de drogas e alcool.
Os sinais e sintomas aqui apresentados não representam, necessariamente, que a pessoa esteja em  burnout, podendo ocorrer variações diversas entre pessoas com mesmo quadro sintomático. Entretanto, se você apresenta vários destes sintomas, procure ajuda, é sinal que algo não vai bem! Entre os sintomas físicos destaco: Exaustão (esgotamento físico temporário); fadiga (capacidade física ou mental decrescente); dores de cabeça; dores generalizadas; alterações digestivas, do sono e sexuais, alergias.
Os sintomas psicológicos podem indicar depressão, irritabilidade; ansiedade; inflexibilidade; perda de interesse; descrédito na instituição e nas pessoas.
Sintomas comportamentais: Evita os irmãos e o contato social; usa críticas, reclamações, adjetivos depreciativos; resiste à mudanças, transfere responsabilidades; descuida de si mesmo, do lazer, faz auto medicação ou uso de bebidas alcoólicas, ou estimulantes, apresenta comportamentos de fuga (jogos, celular, internet, pornografia, etc.) e recusa ajuda.

"O termo "burnout" foi utilizado nos anos 70, para a chamada síndrome da desistência, de exaustão ou de consumição. Em 1986 Malasch e Jackson desenvolveram uma definição multidimensional que inclui três componentes: exaustão emocional, despersonalização e redução da realização pessoal". Poderia falar sobre cada um destes componentes?

Roseli - A exaustão emocional deixa a pessoa sem "lastro", irritada, hipersensível, sem forças para fazer o que anteriormente fazia. É um cansaço maior que o cansaço físico, pois envolve lapsos de memória, "ausências - brancos" ou desconcentração. Uma enfermeira comentou: preparar uma injeção se tornou uma tarefa pesada demais e eu antes fazia dezenas por dia, como pode?
A despersonalização no trato se refere a dificuldade de relacionamento com colegas de trabalho, familiares ou com as pessoas que seriam as que deveriam receber seus cuidados! Um médica que estava em Burnout disse: Quando eu dei por mim, estava gritando com a mãe de um paciente! Me  desconheci e me assustei comigo mesma!
A redução da realização pessoal - lembremos que estamos falando de uma síndrome ligada ao trabalho - faz a pessoa pensar em largar a profissão, mesmo depois de anos de estudo e investimento. Aparentemente há uma saturação que rouba a alegria. O trabalho antes prazeiroso se torna um fardo, uma obrigação desagradável. Um pastor relatou: eu chegava perto da igreja, antes do culto e chorava de desespero, até que um dia disse pra minha mulher: nunca mais eu entro lá, nunca mais quero fazer isso!

Você acredita que tem aumentado o descuido do cuidador com ele próprio?

Roseli - Sem dúvida! Quase sempre trabalha-se muito "com a cabeça" e pouco com o corpo! Cada vez mais o acesso à Internet torna as pessoas ainda mais sedentárias, isoladas e cansadas! Passamos por cima das necessidades básicas e dos ritmos do nosso próprio corpo. Pulamos refeiçoes, comemos mal e apressadamente, não mantemos exercicios físicos regulares, dormimos pouco e mal, e não nos divertimos. Isso é escravidão, estamos no Egito.

Quais os fatores desencadeantes da síndrome? Quais são os candidatos potenciais para desenvolver a síndrome?

Roseli -Confundida normalmente com o estresse, a síndrome é uma doença ainda pouco conhecida que provoca esgotamento físico e mental e atinge profissionais que trabalham diretamente com situações de conflito, principalmente nas áreas de segurança, saúde e educação, e com pessoas em sofrimento. Os fatores desencadeantes são em geral, sobrecarga de trabalho e, ou, frustração por não atingir as metas propostas, dedicação excessiva ao trabalho (com dificuldade para ter um lazer ou ócio e estar com a família), e falta de autonomia em situações de grande responsabilidade. Na síndrome de Burnout, há um componente relacionado com o ambiente de trabalho, pois o fator gerador da síndrome está não apenas no volume, mas principalmente no ambiente de trabalho. Assim, o paciente que tem o estresse clássico pode se recuperar depois de um período de férias, mas não o portador de Burnout, porque os problemas voltam quando ele retorna ao trabalho.

O que fazer se o pastor/líder está com a síndrome? No que consiste o tratamento?

Roseli - Em geral, tratamento medicamentoso além da psicoterapia. Trabalha-se dentro de uma visão multidisciplinar, que pode incluir outras ajudas, como a fisioterapia, nutrição e avaliação de personal trainer, mentoria, etc. Busque auxílio médico para proceder a avaliação e intervenção adequadas.

Você acredita que todos "os pastores e líderes precisam de um Jonatas (amigo verdadeiro), um Barnabé (que simboliza o apoio necessário à atividade pastoral) e um Moisés (autonomia imprescindível para o desempenho das funções), e que é neste tripé de amizade, apoio e autonomia que encontram-se recursos de estruturação psíquica para o desempenho das funções pastorais" e de liderança?

Roseli - Bons amigos ou a interação prazerosa com outras pessoas estimadas libera a  ocitocina, conhecido popularmente como "hormônio da amizade", que ajuda a diminuir  o cortisol, que é  o "hormônio do estresse". Costumo dizer que nossa saúde não vem atreladas a grandes gastos, na verdade, amigos e caminhadas são grátis! Investir em amizades e gente competente para dividir tarefas é primordial.  Um pastor relatou: A exposição de fraquezas e limitações abre a ferida narcísica deste líder, fragiliza a imagem onipotente que tanto ele como a congregação idealizou e ameaça o exercício do poder, onde muitos lêem, ameaça o exercício do ministério. A realidade, no entanto é implacável e sempre nos lembrará de nossas limitações, se o ministro não puder vivenciar o seu lado humano, ele certamente ficará enfermo.

Em sua pesquisa de campo, para sua dissertação de mestrado em Teologia, você verificou que a síndrome de burnout está justamente nos primeiros anos de pastorado. Este é um dado que continua igual ou foi alterado? Há outras pesquisas e dados sobre o burnout em ministros religiosos? Por que ela é mais comum em pastores recém-formados?

Roseli -Uma pesquisa nos EUA, em 2001, entre mais de 2.500 lideranças religiosas cristãs, realizado pela Duke Divinity School, mostrou que 76% do clero cristão estava acima do peso ou obesos. E outra pesquisa mostrou que o clero de todas as religiões apresenta taxas mais elevadas de obesidade, hipertensão, diabetes e outras doenças do que os seus fiéis. Em alguns países, os seguros de vida para pastores são mais caros, sendo o pastorado considerado "profissão de perigo"!
Em geral, os jovens pastores são avaliados quantitativamente e isto é um erro.
Penso que pastores/as jubilados/aposentados poderiam ser mentores dos jovens. Isso ajudaria a todos/as, os novatos/as se sentiriam mais seguros e os mais experientes não se sentiriam descartados. As instituições e igrejas economizariam e mais que isso, preservariam o potencial humano.

Como as Faculdades de Teologia podem auxiliar na prevenção da síndrome de Burnout?

Roseli - A princípio, a formação integral dos pastores é um dos objetivos a buscar! Sou professora em diversos seminários e percebo que o enfoque continua sendo o "pensar teológico" apenas! Poucas "escolas de profetas" se preocupam com a saúde física e emocional dos futuros obreiros. Na verdade, penso que os seminários são um reflexo das denominações e igrejas. Pouco se investe na pessoa do pastor/a. A cada dia escuto histórias de dores,angústias, adoecimentos na esfera pastoral. Muitos fazendo " bobagens" por conta do cansaço, desamparo e falta de preparo integral. E que preço pagam pelos erros! Durante muito tempo, o sacrifício pessoal e a falta de cuidado de si mesmo entre os pastores foi considerado uma espécie de virtude. Penso que se pode ajudar os futuros pastores a enxergar o homem com um todo (e não só as necessidades espirituais) e os seminários podem sugerir um mentor ou capelão, para ajudá-los a enxergar a própria finitude e limitação.

Quais os seus conselhos para pastores e líderes?

Roseli - Cuide-se ! Ninguém, fará isso por você! O seu corpo é Templo do Espírito! Zele por ele!
Dicas: programe seu dia e semana com intervalos. Chegue primeiro na sua agenda, antes que os outros cheguem. Marque seus dias de descanso na agenda e priorize -os. Preserve seu dia de descanso, mantenha SUA comunhão com Deus. Pastores/as em geral caem em ativismo, não priorizam tempo de oração e meditação da Palavra. A Bíblia se torna instrumento de trabalho e não de comunhão pessoal com o Senhor. Na minha pesquisa, vários afirmaram ter pouco ou nenhum tempo de oração e leitura pessoal da Palavra, sempre que liam a Bíblia era com objetivo de preparar um sermão ou palestra. Pratique atividade física regular, pois ela libera hormônios essenciais para a saúde do corpo e da mente.
Procure não se medir pelo desempenho dos colegas ou estatísticas de "igrejas vencedoras" . Isso é pornografia eclesial: gera cobiça e desdém pelo que se tem em mãos. Procure a competência e excelência no seu trabalho, não competição.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

PRIMEIRA CEIA DO SENHOR DE 2012

PRÓXIMO SÁBADO - DIA 14 DE JANEIRO DE 2012


 "O que é a Ceia do Senhor?
 
R. A Ceia do Senhor é o sacramento no qual, dando-se e recebendo-se pão e vinho, conforme a instituição de Cristo, se anuncia a sua morte, e aqueles que participam dignamente tornam-se, não de uma maneira corporal e carnal, mas pela fé, participantes do seu corpo e do seu sangue, com todas as suas bênçãos para o seu alimento espiritual e crescimento em graça.  -  Ref. 1Co 11.23-26; At 3.21; 1Co 10.16."

(PERGUNTA 96 DO BREVE CATECISMO DE WESTMINSTER)

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

domingo, 8 de janeiro de 2012

CONHEÇA A IGREJA CRISTÃ IBERO-AMERICANA


Se você procura uma igreja realmente cristã, verdadeiramente evangélica e essencialmente bíblica e não encontra uma perto de sua casa, venha conhecer a Igreja Cristã Ibero-Americana – Mas venha pra fazer parte de nossa comunidade!
Cansou das mensagenzinhas “mamão-com-açucar”, desprovidas de conteúdo teológico e sem fidelidade ao Texto Sagrado?
Desisitiu das promessas “neobestecostais” do tipo “receba a chave do carro zero, mas pague as 60 prestações em dia”; ou “receba a unção da perereca”; ou ainda “Deus não quer que você seja empregado, mas patrão?
Frustrou-se com as famigeradas e bizarras campanhas, correntes, água benta, rosa ungida, fogueiras místicas e tolhinhas sujas de suor?
Já não agüenta mais as liturgias “fúnebres”, descontextualizadas e maçantes?

Então, tá esperando o quê? Vem pra Ibero (é assim que chamamos carinhosamente nossa igreja). O acesso é fácil tanto de carro, quanto de ônibus.
Pra quem vem de carro, deve pegar a Av. Aricanduva sentido Bairro e chegar até a Avenida Mateo Bei (Av. principal), depois basta seguir o mapa abaixo. Pra quem vem de ônibus, deverá descer na Avenida Mateo Bei e pegar a linha Residencial Santa Bárbara e pedir para saltar no ponto do Escola Estadual José Maria Whitaker (este ônibus sai da Estação Carrão do Metrô e é uma ótima opção para quem usa este meio de transporte).

CLIQUE AQUI PARA SABER COMO CHEGAR EM NOSSA IGREJA

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

METANÓIA GP

COMEÇA HOJE O PROJETO QUE PROMETE FAZER UMA REVOLUÇÃO NA VIDA DE MUITA GENTE... PRA SEMPRE!!!


CLICA QUE AMPLIA

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

POR QUE OS LÍDERES DESISTEM?

Entrevista com Ralph W. Neighbour Jr.  
Publicado em 03.01.2012
Publicado originalmente em 26/11/2009


Questionados sobre as causas das desistências dos líderes para com seus ministérios, nos remetemos às mais diversas suposições. Indagamos sobre a convicção do chamado, sobre sua preparação para liderar, sobre o caráter e até mesmo sobre a luta espiritual travada entre o inimigo contra os crentes.
Para sairmos das especulações e conhecermos algumas das causas da desistência dos líderes é que entrevistamos um dos pastores de pastores mais conceituados e reconhecidos. Ele responde levando em conta sua vasta experiência no treinamento de liderança e seus contatos com pastores do mundo todo.

Dr. Raph Neighbour Jr. é graduado em Artes, pelo Northwestern College, com mestrado em Teologia, pelo New Orleans Baptist Theological Seminary, doutorado em Ministério, pelo Luther Rice Theological Seminary e doutorado em Teologia Sagrada, pela Southwestern Baptist University. É autor de muitos livros e manuais de capacitação associados ao movimento Igreja em Células.  Há 43 anos tem se envolvido com pastores ao redor do mundo como consultor. Atualmente é professor adjunto no Seminário Teológico Batista de Golden Gate e dirige o programa de Doutorado em Ministério desta instituição.

O senhor tem viajado para muitos países diferentes por um longo tempo. Que tipo de características ou quais fatores o irmão achou comum nos pastores que desejam desistir do ministério nesses países?

Ralph – A desistência do ministério tem origem nas mais diversas causas. Uma das mais comuns é o desânimo dos pastores frente às congregações que têm uma mentalidade consumista e que esperam do pastor o suprimento de todas as suas demandas egoístas enquanto se negam a participar ativamente do ministério. Esta também é a razão pela qual os pastores migram de igreja para igreja em algumas denominações, permanecendo numa média de 2 a 3 anos antes de partirem de novo.
As demandas sobre um pastor de uma pequena congregação são imensas. Eles precisam desempenhar vários papéis: professor, orador, organizador, captador de recursos, conselheiro, e acima de tudo ser um bom político, para que agrade àqueles membros da igreja que são formadores de opinião. Um psiquiatra que trata de pastores com esgotamento disse que em uma semana típica de trabalho a carga horária é de 70 horas. Geralmente, os salários são tão pequenos que as férias anuais não são possíveis e por isso também os filhos são privados de coisas que outros da mesma idade podem usufruir. As esposas também acabam ficando estressadas por terem que adicionar na sua rotina de mãe e dona de casa, outras atividades da igreja.

O senhor teria alguma estatística, tanto sobre os que desistem quanto os que retornam ao ministério?

Ralph – Sunscape Ministries, localizado no Colorado, é uma organização que tem servido aos pastores americanos em crise e tem informações de que 1.600 pastores desistem ou são forçados a abdicar do púlpito por mês, isto considerando todas as denominações ao redor do mudo. Destes, poucos retornam ao ministério.

Observamos uma tendência em muitas igrejas de “espiritualizar” todos os problemas. O senhor diria que isto também acontece quando falamos de desistência de ministério? Ou seria o inimigo o maior responsável por isso?

Ralph – Creio que é óbvio que os pastores estão envolvidos em uma guerra espiritual, não é? Apesar disto, muitos estão servindo de forma que aparenta não dar conta das artimanhas do inimigo. Muitos seminários teológicos chegam a boicotar a crença individual na pessoa do inimigo (isto aconteceu comigo!) e o fato de tratar do demoníaco é tido como radical. Mas, sim, Satanás fará todo mal possível para destruir um pastor. Pode ser através de um apelo à luxúria. O desejo do pastor de ser importante, a ganância por riquezas, e acima disto tudo, a sede de poder e de controle. Muitos ministros estão espiritualmente falidos. Recentemente, fizemos uma pesquisa com 500 pastores evangélicos nos Estados Unidos e levantamos que eles gastam, em média, somente 7 minutos por dia em oração. Trabalhar para o Senhor na força do braço é certeza de esgotamento! Muitos pastores não experimentam estilos de vida santificados e nem tem uma paixão interna por ver vidas optando por seguir a Cristo.

Haveria uma maneira pessoal através da qual os próprios pastores podem se prevenir de desistir?

Ralph – Com certeza! Em primeiríssimo lugar, eles devem ter uma poderosa vida de oração. Um mínimo de 1 hora por dia. Em segundo lugar, eles devem procurar viver em uma comunidade verdadeira e não se comportarem como ermitões. Tanto nos Estados Unidos quando na Austrália, vi os números de desistência pastoral caírem somente pelo fato de pastores se reunirem semanalmente por 1 ou 2 horas ao invés de terem encontros mais longos a cada 4 meses. No Estado de Illinois, a formação de células para pastores teve um impacto na taxa de desistência dos pastores batistas.

O senhor está casado há quase 6 décadas. O que poderia dizer sobre a importância da sua esposa e o papel que ela tem desempenhado em não deixar que o senhor desista do ministério?

Ralph – Do alto dos meus 57 anos de casamento posso testificar que dividir minha vida com a Ruth foi um dos maiores presentes que Deus me deu para que eu não desistisse. Tenho enfrentado muita rejeição ao longo dos anos, já que Deus me deu direção ministerial para atuar no sentido de ser agente de mudança dentro das denominações tradicionais. Seu compromisso constante com nosso chamado mútuo tem me mantido nos trilhos. Ao mesmo tempo, tenho conversado com muitos pastores que tem que, literalmente, carregar suas esposas nas costas como um fardo, já que se recusam a compartilhar seu chamado e visão. Sofro por eles!

Já pensou em desistir em algum momento? Por que? Poderia nos dar detalhes sobre como superou esta fase?

Ralph – Sim. Houve um momento quando eu deixei minha denominação, aos 36 anos, para procurar um modelo do novo testamento para a igreja. Fui rejeitado e considerado por praticamente todas as pessoas acima de mim como um radical. Uma vez escrevi que se tivesse morrido naquele momento, não haveria sequer um colega pastor disposto a falar no meu funeral! Ser um agente de mudança foi muito dolorido! Lembro-me das palavras de Paulo em At 20.24 "Mas em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para dar testemunho do evangelho da graça de Deus". Quando um homem tem uma visão, ele corre o risco de desistir. Mas quando a visão tem o homem, não há retorno, não importam as circunstâncias. Desde quando tinha 34 anos e até agora aos 80, tenho me alegrado no chamado do Mestre, e as circunstâncias nunca ofuscaram este chamado.

O que as igrejas podem fazer para ajudar os pastores e minimizar os fatores que provocam desistências?

Ralph – Estou convencido de que a desistência do atual modelo tradicional de ser igreja e a transição para Comunidades Cristãs de Base (ou grupos de células) proporciona uma mudança radical no estilo de vida do pastor. Ele não tem mais que ser tudo para todos os membros. Ele consegue reorganizar sua vida de forma significativa uma vez que aprende a servir como um treinador de outros que farão o verdadeiro trabalho ministerial.

Que conselho pessoal o senhor daria para os pastores que estão se sentindo cansados e esgotados?

Ralph – Antes de desistir, considere o fato de que você ainda não chegou ao estágio final do seu ministério. Ser o dono de uma visão vai “acabar” com você. Ser possuído por uma visão lhe dará uma alegria contagiante uma vez que você será carregado pelo Cristo que vive dentro de você, dando-lhe poder e fluindo por seu intermédio! Leia sobre as vidas daqueles homens que chegaram ao estágio de serem possuídos por uma visão, começando com Paulo. O Cristo que habita em você é o grande segredo. O pastor que vive nEle nunca fica esgotado, muito pelo contrário, ele se torna uma fonte que está sempre fluindo a partir de águas profundas. Não há esgotamento quando o fogo dentro de nós é puro Shekinah!