O sociólogo, filósofo e escritor polonês Zygmunt Bauman, morto aos 91 anos em janeiro de 2017, chamou o presente tempo de “modernidade líquida”, tempo no qual nada é feito para durar, nem as relações. Em seu pensamento, registrado em cerca de cinco dúzias de livros, por exemplo, a segunda metade do século XX registra a diluição dos conceitos de família, amizade e comunidade ao ponto de não serem mais fundamentais para a felicidade das pessoas, visto que as marcas das novas gerações são “o individualismo, a fluidez e a efemeridade das relações”. Infelizmente não há como discordar.
Mas, é realmente possível ser feliz ou se ser realizado sem interagir coletivamente, sem família, sem relacionamentos ou laços de amizade duráveis? Penso que não. Pelo menos, creio que não totalmente. Apesar de todas as variantes positivas e negativas nas relações humanas, creio que não existe nada mais prazeroso do que estar rodeado de gente que se ama, que se admira, que se completa e que faz a gente se sentir vivo! Na opinião de quem criou o homem, portanto, quem mais entende de suas necessidades, “não é bom que o homem esteja só” (Gn 2.18). Então, que independente das novas modalidades ou padrões no comportamento humano possamos optar pela família, pelos amigos e pela comunidade. Sem essas bênçãos a busca pela felicidade pode ser uma corrida atrás do vento.
Pr Aécio – Ibero