Os Judaizantes de Hoje
FONTE: CACP
“As festas bíblicas são ordens sagradas do Senhor. Elas não são apenas
judaicas; são, antes de mais nada, do Senhor, declaradas como estatuto eterno
(Lv. 23:1-44). Essas festas não são um convite para que a Igreja volte à
primeira aliança, mas para sustentar a mensagem que elas transmitem. Elas
apontam para o fim, para o Cordeiro e falam da parusia, ou seja, a segunda
vinda do Messias.”
“Preste atenção ao que está sendo ministrado, pois Roma não deseja que nossos olhos sejam abertos. Roma quer nos prender ao paganismo. Esse paganismo se traduz na tentativa de deixar as festas bíblicas no esquecimento e de pegar as festas pagãs e tentar cristianizá-las. Porém, Deus abriu os nossos olhos. Não estamos mais debaixo da escuridão, pois o Senhor nos trouxe para a luz.” - (Ap. Renê Terra Nova).
“Preste atenção ao que está sendo ministrado, pois Roma não deseja que nossos olhos sejam abertos. Roma quer nos prender ao paganismo. Esse paganismo se traduz na tentativa de deixar as festas bíblicas no esquecimento e de pegar as festas pagãs e tentar cristianizá-las. Porém, Deus abriu os nossos olhos. Não estamos mais debaixo da escuridão, pois o Senhor nos trouxe para a luz.” - (Ap. Renê Terra Nova).
A frase do autodenominado “apóstolo” René Terra Nova demonstra bem a
necessidade de estudarmos este assunto: a Igreja deve guardar festas e costumes
judaicos? A Bíblia deixa alguma evidência de que tais práticas são para os
cristãos?
Independentemente de dados históricos extra-bíblicos, devemos nos deter ao
estudo das Escrituras para esclarecermos tais questionamentos. É da Bíblia a
Palavra final sobre o assunto!
Para começarmos nosso estudo, é interessante nos debruçarmos sobre a carta
de Paulo aos gálatas, pois os irmãos da Galácia estavam passando por uma
situação semelhante a da igreja de hoje.
Quando Paulo escreveu aos gálatas, Os judeus estavam presentes em todo o
Império Romano, principalmente nas cidades mais importantes. Muitos deles se
converteram ao cristianismo e, dentre os convertidos, havia aqueles que queriam
impor a lei mosaica sobre os cristãos gentios. São os “judaizantes”. Assim como
os fariseus e saduceus perseguiram Jesus durante o período mencionado pelos
evangelhos, os judaizantes pareciam estar sempre acompanhando os passos de
Paulo a fim de influenciar as igrejas por ele estabelecidas. Essa questão entre
judaísmo e cristianismo percorre o Novo Testamento.
Os judaizantes estavam também na Galácia, onde se tornaram uma forte ameaça
contra a sã doutrina das igrejas.
Aqueles judeus davam a entender que o evangelho estava incompleto. Para
conseguirem uma influência maior sobre as igrejas, eles procuravam minar a
autoridade de Paulo. Para isso, atacavam a legitimidade do seu apostolado, como
tinham feito em Corinto.
O EVANGELHO JUDAIZANTE
Os judaizantes chegavam às igrejas com o Velho Testamento “nas mãos”. Isso
se apresentava como um grande impacto para os cristãos. O próprio Paulo
ensinava a valorização das Sagradas Escrituras. Como responder a um judeu que
mostrava no Velho Testamento a obrigatoriedade da circuncisão e da obediência à
lei? Além disso, apresentavam Abraão como o modelo para os servos de Deus.
Os judaizantes ensinavam que a salvação dependia também da lei,
principalmente da circuncisão. Segundo eles, para ser cristão, a pessoa
precisava antes ser judeu (não por descendência, mas por religião). Foi para
combater as heresias judaizantes que Paulo escreveu aos gálatas e mostrou
àqueles irmãos que voltar as práticas e aos cerimoniais da Lei era cair da
graça. (Gálatas 5:1-10):
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.
“Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão.
2 Eu, Paulo, vos digo que, se vos deixardes circuncidar, Cristo de nada
vos aproveitará.
3 De novo, testifico a todo homem que se deixa circuncidar que está
obrigado a guardar toda a lei.
4 De Cristo vos desligastes, vós que procurais justificar-vos na lei; da
graça decaístes.
5 Porque nós, pelo Espírito, aguardamos a esperança da justiça que
provém da fé.
6 Porque, em Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm
valor algum, mas a fé que atua pelo amor.
7 Vós corríeis bem; quem vos impediu de continuardes a obedecer à
verdade?
8 Esta persuasão não vem daquele que vos chama.
9 Um pouco de fermento leveda toda a massa.
10 Confio de vós, no Senhor, que não alimentareis nenhum outro
sentimento; mas aquele que vos perturba, seja ele quem for, sofrerá a
condenação”.
Algo parecido tem acontecido na Igreja brasileira nos dias atuais. Os
judaizantes modernos ensinam que devemos guardar as festas judaicas, ler a
Torah nos cultos, etc.
É muito comum vermos cristãos usando kipás (bonezinho usado pelos judeus),
buscando ligações genealógicas com o povo israelita para que possam obter
nacionalidade judia, entre outras coisas. Até mesmo nos cultos de algumas
igrejas, músicas e danças judaicas foram inseridas.
Em nome do amor a Israel a bandeira da nação é colocada na igreja (será que
um árabe desejoso por conhecer Cristo entraria nesta igreja?), o shofar é
tocado e promovem-se as festas com a promessa de uma nova unção sobre a vida de
quem participa de tais celebrações.
Há igrejas onde as pessoas não podem adentrar ao templo de sandálias ou
sapatos e são orientadas a tirar os calçados, pois, segundo ensinam, irão pisar
terra santa.
Há notícias de denominações no Brasil onde os assentos foram retirados dos
templos e os crentes ficam de joelhos em posição semelhante à usada pelos
judeus nas sinagogas.
Uma famosa “apóstola” apregoa inclusive a necessidade da Igreja Evangélica
brasileira guardar o sábado. Em uma entrevista a antiga revista Vinde, ela
declarou: “Meu contato com Israel me mostrou várias coisas, como os dias
proféticos, as alianças: seis dias trabalharás e ao sétimo descansarás. Êxodo
31 declara que o sábado é o sinal de uma aliança perpétua e da volta de
Cristo”.
Afinal, devemos ter a preocupação de celebrar as festas judaicas, usar kipá,
colocar pano de saco, banhar-se de cinzas? O cristão tem essas obrigações? O
que diz a Palavra sobre o assunto?
Sobre a idéia da guarda do sábado e a sugestão da pastora de que isso faz
parte de uma aliança perpétua, verifiquemos o seguinte:
Usar a expressão “aliança perpétua” para referir-se à aliança feita entre
Deus e Israel é desconhecer a transitoriedade dessa aliança apontada pela
Bíblia. Se não, vejamos. A Bíblia menciona a existência de duas alianças. A
primeira foi firmada entre Deus e o povo de Israel (Êxodo 19.1-8), logo que
saiu da terra do Egito e se acampou junto ao Monte Sinai. A aliança foi
ratificada com o sangue de animais como se lê em Êxodo 24.1-8. No livro de
Hebreus, o escritor se reporta a esta aliança, dizendo: “É por isso que nem a
primeira aliança foi consagrada sem sangue. Havendo Moisés anunciado a todo o
povo todos os mandamentos segundo a lei, tomou o sangue dos bezerros e dos
bodes, com água, lã púrpura e hissopo, e aspergiu tanto o próprio livro como
todo o povo dizendo: ‘Este é o sangue da aliança que Deus ordenou para vós’”
(Hebreus 9.18-20).
Essa aliança não integrava o povo gentio (Salmo 147.19 e 20): “Mostra a sua
palavra a Jacó, os seus estatutos e os seus juízos a Israel. Não fez assim a nenhuma
outra nação; e, quanto aos seus juízos, não os conhecem”.
Embora o povo de Israel tivesse prontidão em responder que observaria essa
aliança, na verdade, não a cumpriu, de modo que Deus prometeu nova aliança.
Essa promessa foi registrada por Jeremias: “Vêm dias, diz o Senhor, em
que farei uma aliança nova com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não
conforme a aliança que fiz para com seus pais, no dia em que os tomei pela mão
para os tirar da terra do Egito, porque eles invalidaram a minha aliança,
apesar de eu os haver desposado, diz o Senhor” (Jeremias 31.31 a 34).
Novamente, o escritor do livro de Hebreus se reporta a essa nova aliança, afirmando que ela já tinha sido estabelecida por Jesus Cristo: “Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de superior aliança, que está firmada em melhores promessas. Pois se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, nunca se teria buscado lugar para a segunda”, (Hebreus 8.6 e 7). Ainda Paulo, falando sobre a antiga aliança, declara: “Ele nos fez também capazes de ser ministros de uma nova aliança, não de letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Coríntios 3.6). Logo, não se pode falar em “aliança perpétua”, referindo-se à primeira aliança entre Deus e Israel.
Novamente, o escritor do livro de Hebreus se reporta a essa nova aliança, afirmando que ela já tinha sido estabelecida por Jesus Cristo: “Mas agora alcançou Ele ministério tanto mais excelente, quanto é mediador de superior aliança, que está firmada em melhores promessas. Pois se aquela primeira aliança tivesse sido sem defeito, nunca se teria buscado lugar para a segunda”, (Hebreus 8.6 e 7). Ainda Paulo, falando sobre a antiga aliança, declara: “Ele nos fez também capazes de ser ministros de uma nova aliança, não de letra, mas do Espírito; pois a letra mata, mas o Espírito vivifica” (2 Coríntios 3.6). Logo, não se pode falar em “aliança perpétua”, referindo-se à primeira aliança entre Deus e Israel.
O que talvez a apóstola quisesse, mas não o fez, era dizer que o sábado é um
mandamento perpétuo, como se lê em Êxodo 31. 16 e 17. Todavia, ainda assim, ela
estaria incorreta. Não procede dizer que a guarda do sábado deva ser observada
pelos cristãos hoje. Isto porque a palavra perpétuo não se aplica só ao sábado,
mas também a vários outros preceitos que os guardadores do sábado nunca se
dispuseram a cumprir, como, por exemplo, a circuncisão pois Gênesis 17.13-14
diz o seguinte: “Com efeito, será circuncidado o nascido em tua casa e o
comprado por teu dinheiro; a minha aliança estará na vossa carne e será aliança
perpétua. O incircunciso, que não for circuncidado na carne do prepúcio, essa
vida será eliminada do seu povo; quebrou a minha aliança”. E agora, teremos que
nos circuncidar também? Ou não seria mais coerente guardar o significado
espiritual de tais ordenanças e não o seu aspecto cerimonial?
Um outro argumento da “apóstola” é a de que o domingo tem origem pagã, ela
diz: “”Roma teve um imperador que adorava o sol. Daí Sunday (dia do
sol) [do inglês, domingo]. Por essa questão pagã, a tradição chegou até nossos
dias…”.
Entretanto, esse é um argumento pueril, freqüentemente citado por eles para imprimir a idéia de que a guarda de outro dia que não o sábado é de origem estritamente pagã. Tão pagã quanto a palavra Sunday é Saturday (dia de Saturno), sábado, em inglês. O dia era dedicado ao deus Saturno e prestava-se culto com orgias e muita bebida. Os dias da semana levavam nomes pagãos e não só o domingo.
Entretanto, esse é um argumento pueril, freqüentemente citado por eles para imprimir a idéia de que a guarda de outro dia que não o sábado é de origem estritamente pagã. Tão pagã quanto a palavra Sunday é Saturday (dia de Saturno), sábado, em inglês. O dia era dedicado ao deus Saturno e prestava-se culto com orgias e muita bebida. Os dias da semana levavam nomes pagãos e não só o domingo.
Constantino, por sua vez, foi o primeiro imperador romano a adotar o
cristianismo. Quando o fez promulgou vários decretos em favor dos cristãos,
destacando-se o de 7 de março de 321. Se vale o argumento de que a guarda do
domingo é de origem pagã por ter sido Constantino quem firmou o primeiro dia da
semana como dia de guarda, então teria que reconhecer que a doutrina da
Trindade também tem origem pagã, pois foi o mesmo Constantino quem presidiu o
Concílio de Nicéia, em 325, quando foi reconhecida biblicamente a deidade
absoluta de Jesus. Jesus sempre foi Deus verdadeiro ou passou a sê-lo depois do
Concílio de Nicéia? E o domingo passou a ser dito como dia de adoração em
decorrência do decreto imperial ou os cristãos já o tinham como dia de adoração?
Quanto ao uso do Kipá, atente para o significado desta indumentária judaica segundo judeus messiânicos:
“Kipá – Simboliza que há alguém acima de você – O significado da palavra kipá é “arco”, que fica compreensível quando pensamos em seu formato. A kipá é um lembrete constante da presença de Deus. Relembra o homem de que existe alguém acima dele, de que há Alguém Maior que o está acompanhando em todos os lugares e está sempre o protegendo, como o arco, e o guiando. Onde quer que vá, o judeu estará sempre acompanhado de Deus”.
“É costume judaico desde os primórdios um homem manter sua cabeça
coberta o tempo todo, demonstrando com isso humildade perante Deus. É
expressamente proibido entrar numa sinagoga, mencionar o nome Divino, recitar
uma prece ou bênção, estudar Torá ou realizar qualquer ato religioso de cabeça
descoberta”.
Fica o questionamento: é necessário para um cristão usar um kipá para lhe
lembrar a presença de Deus? É preciso usar esse gorrinho para não esquecer de
que Deus é Soberano e está acima de todos?
Não basta para o verdadeiro cristão o fato de que o próprio Deus habita em
nós por meio do Seu Espírito? Fica o questionamento de Paulo aos coríntios: (1
Coríntios 3:16) “Não sabeis que sois santuário de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós?”.
POR QUÊ NÓS CRISTÃOS NÃO GUARDAMOS A LEI?
1o – A lei de Moisés foi dada aos filhos de Israel (Êx.19,3,6). Nós,
cristãos gentios, não somos filhos da nação Israel.
2o – Jesus cumpriu a lei cerimonial. Tal cumprimento significa não apenas sua
obediência, mas a satisfação das exigências da lei cerimonial através da obra
de Cristo.
Precisamos entender que os mandamentos da lei mosaica se dividem em vários
tipos. Vamos, basicamente, dividi-los em mandamentos morais, civis e
cerimoniais:
Os mandamentos morais dizem respeito ao tratamento para com o próximo: Não
matarás; Não adulterarás; Não furtarás, etc. Tais ordenanças estão vinculadas à
palavra amor.
Os mandamentos civis são aqueles que regulamentavam a vida social do
israelita. São regras diversas que se aplicam às relações da sociedade. Um bom
exemplo é o regulamento da escravidão.
Os mandamentos cerimoniais são aqueles que se referem estritamente às
questões religiosas. São as ordenanças que descrevem os rituais judaicos.
A classificação de um mandamento dentro desses tipos nem sempre é fácil.
Algumas vezes, uma lei pode pertencer a dois desses grupos ao mesmo tempo, já
que a questão religiosa está por trás de tudo. A sociedade israelita era
essencialmente religiosa. O Estado e o sacerdócio nem sempre se encontravam
separados. Contudo, tal proposta de classificação já serve para o nosso
objetivo.
A lei moral se resume no amor a Deus e ao próximo, como é dito em Gálatas
5.14 “Porque toda a lei se cumpre em um só preceito, a saber: Amarás o teu próximo
como a ti mesmo”.Os princípios morais permanecem válidos no Novo Testamento.
Hoje, não matamos o próximo, mas não por causa da lei de Moisés e sim por causa
da lei de Cristo (Gálatas 6.2) “Levai as cargas uns dos outros e, assim,
cumprireis a lei de Cristo” à qual os gálatas deviam obedecer. A lei de Cristo
é a lei do amor a Deus e ao próximo.
As leis civis do povo de Israel não se aplicam a nós. Além dos motivos já
expostos, nossas circunstâncias são bastante diferentes e temos nossas próprias
leis civis para observar. O cristão deve obedecer as leis estabelecidas pelas
autoridades humanas enquanto essas leis não estiverem ordenando transgressão da
vontade de Deus (Rm.13.1) “Todo homem esteja sujeito às autoridades superiores;
porque não há autoridade que não proceda de Deus; e as autoridades que existem
foram por ele instituídas”.
As leis cerimoniais judaicas foram abolidas por Cristo na cruz (o
significado de cada uma delas se cumpriu em Cristo). Por esse motivo, mesmo os
judeus que se convertem hoje ao cristianismo estão dispensados da lei
cerimonial judaica. Por isso, não fazemos sacrifícios de animais, não guardamos
o sábado, não celebramos as festas judaicas, etc.
Se alguém quiser observar algum costume judaico, isso não constituirá
problema, desde que a pessoa não veja nisso uma condição para a salvação e nem
prometa através destas coisas tornar alguém mais espiritual. (Rm 14.-8)
“1 Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.
“1 Acolhei ao que é débil na fé, não, porém, para discutir opiniões.
2 Um crê que de tudo pode comer, mas o débil come legumes;
3 quem come não despreze o que não come; e o que não come não julgue o
que come, porque Deus o acolheu.
4 Quem és tu que julgas o servo alheio? Para o seu próprio senhor está
em pé ou cai; mas estará em pé, porque o Senhor é poderoso para o suster.
5 Um faz diferença entre dia e dia; outro julga iguais todos os dias.
Cada um tenha opinião bem definida em sua própria mente.
6 Quem distingue entre dia e dia para o Senhor o faz; e quem come para o
Senhor come, porque dá graças a Deus; e quem não come para o Senhor não come e
dá graças a Deus.
7 Porque nenhum de nós vive para si mesmo, nem morre para si.
8 Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor
morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor ”.
O problema é justamente a conotação dada a essas festas e aos costumes judaicos por pessoas de movimentos judaizantes. Por exemplo, dizem que se não celebrarmos as festas estaremos sendo devedores ao Senhor e que celebrar seria repreender o “espírito de Roma” da Igreja, que o Evangelho estaria de volta a Jerusalém, etc.
O problema é justamente a conotação dada a essas festas e aos costumes judaicos por pessoas de movimentos judaizantes. Por exemplo, dizem que se não celebrarmos as festas estaremos sendo devedores ao Senhor e que celebrar seria repreender o “espírito de Roma” da Igreja, que o Evangelho estaria de volta a Jerusalém, etc.
Celebrar uma festa judaica na igreja como representação simbólica do período
vetero-testamentário nada tem de mais, no entanto, colocar isso como obediência
de mandamento é certamente abandonar a graça de Deus e voltar a Lei.
Já há gente se vestindo de pano de saco e banhando-se de cinzas para mostrar
arrependimento. Em certos ambientes, para se aproximar do púlpito é preciso que
os crentes tirem os calçados, pois estariam pisando em “lugar santo”. Com isso,
a obra de Cristo estará sendo colocada em segundo plano, como algo incompleto e
insuficiente, como fica claro em Gálatas 5.4-6 “De Cristo vos desligastes, vós
que procurais justificar-vos na lei; da graça decaístes. 5 Porque nós, pelo
Espírito, aguardamos a esperança da justiça que provém da fé. 6 Porque, em
Cristo Jesus, nem a circuncisão, nem a incircuncisão têm valor algum, mas a fé
que atua pelo amor”.
Além de tudo isso, é bom que citemos as palavras de Paulo: “..não
estais debaixo da lei mas debaixo da graça.” (Rm.6.14).
O Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho escreveu o seguinte sobre a rejudaização da Igreja:
O Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho escreveu o seguinte sobre a rejudaização da Igreja:
A rejudaização do evangelho tem um lado comercial e outro teológico. O
comercial se vê nas propagandas para visita à “Terra Santa”. O judaísmo girava
ao redor de três grandes verdades: um povo, uma terra e um Deus. No
cristianismo há um povo, mas não mais como etnia. A Igreja é o novo povo de
Deus, herdeira e sucessora de Israel, composta de “homens de toda tribo, e
língua e povo e nação” (Ap 5.9). Há também um Deus, que se revelou em Jesus
Cristo, sua palavra final (Hb 1.1-2). Mas não há uma terra santa. No
cristianismo não há lugares e objetos santos. O prédio onde a Igreja se reúne e
que alguns chamam, na linguagem do Antigo Testamento, de “santuário”, não é
santuário nem morada de Deus. É salão de cultos. O Eterno não mora em prédios,
mas em pessoas. Elas são o santuário (At 17.24, 1Co 3.16, 6.19 e Hb 3.6). Deus
não está mais perto de alguém em Jerusalém que na floresta amazônica, nos
condomínios, favelas e cortiços das grandes cidades. No cristianismo, santo não
é o lugar. São as pessoas. Não é o chão. É o crente. E Deus pode ser encontrado
em qualquer lugar. Não temos terra santa, e sim gente santa.
A propaganda gera uma teologia defeituosa. Pessoas vão à Israel para se
batizar nas águas onde Jesus se batizou. Ora, o batismo é único, singular e sem
repetição. Ele segue a conversão e mostra o engajamento da pessoa no propósito
eterno de Deus. Uma pessoa que foi batizada, após conversão e profissão de fé,
numa igreja bíblica, não se batiza no rio Jordão. Apenas toma um banho. E, sem
o sentido filosófico do ser e do vir a ser de Heráclito, aquele não é o Jordão
onde Jesus foi batizado porque as águas são outras. As moléculas de hidrogênio
e oxigênio que compunham aquele Jordão podem estar hoje em alguma nuvem. Ou na
bacia amazônica. Ou no mar. Até no Tietê. É mero sentimentalismo e não
identificação com Jesus. É lamentável que pastores conservadores em teologia
“batizem” crentes já batizados no Jordão. Isto é vulgarizar o batismo, tirando
seu valor teológico.
Não sou contra turismo. Faça-o quem puder e regozije-se com a oportunidade.
Sou contra o entortamento da teologia como apelo turístico. Temos visto
pastores com sal do mar Morto, azeite do monte das Oliveiras (há alguma usina
de beneficiamento de azeitonas lá?) e até crucifixos feitos da cruz de Jesus
(pastores evangélicos, sim!). Há um fetichismo com terra santa, areia santa,
água santa, sal santo, folha de oliveira santa, etc. No cristianismo as pessoas
são santas, mas as coisas não. A rejudaização caminha paralelamente com a
superstição e feitiçaria. É parente da paganização. Não estou tecendo uma
colcha de retalhos. Tudo isto é produto de uma hermenêutica defeituosa, que não
compreende as distinções entre os dois Testamentos, os critérios diferentes
para interpretá-los, a pompa e liturgia do judaísmo em contraposição à desburocratização
do cristianismo e que a palavra final de Deus foi dada em Jesus Cristo. É o NT
que interpreta o AT e não o AT que interpreta o NT.
Um outro fator abordado pelo pastor Isaltino é a tal “restauração do
sacerdócio”. O pastor visto como um intermediário da relação do homem com Deus.
Sabemos que no NT o sacerdócio universal do crente fica claro, nem um filho de
Deus precisa de sacerdotes humanos para ter acesso ao Pai. Temos a Cristo como
o nosso Mediador:
Entretanto, a incidência do uso do termo “leigo” para os não consagrados aos
ministérios é reveladora. Todos nós somos ministros, pois todos somos servos. E
todos somos leigos, porque todos somos povo (é este o sentido da palavra
“leigo”, alguém do povo). Não temos clero nem laicato. Somos todos ministros e
somos todos povo. Mas cada vez mais as bases ministeriais são buscadas no
Antigo Testamento e não no Novo. Usamos os termos do Novo com a conotação do
Antigo. O pastor do NT passa a ter a conotação do sacerdote do AT. É o
“ungido”, detentor de uma relação especial com Deus que os outros não têm. Só
ele pode realizar certos atos litúrgicos, como o sacerdote do AT. Por exemplo,
batismo e ceia só podem ser celebrados por ele. Assumimos isto como postura,
mas não é uma exigência bíblica. Na batalha espiritual isto é mais forte. Os
pastores tornam a igreja dependente deles. Só eles têm a oração poderosa, a
corrente de libertação só pode ser feita por eles e na igreja, só eles quebram
as maldições, etc.
O sentido teológico do sacerdote hebreu parece permear fortemente o sentido
teológico do pastor neotestamentário na visão destas pessoas. Este conceito
convém ao pastor que prefere ser chamado de “líder”. Ele se torna um homem
acima dos outros, incontestável, líder que deve ser acatado. Tem uma autoridade
espiritual que os outros não tem. O Antigo Testamento elitiza a liderança. O
Novo Testamento democratiza. Para os líderes destes movimentos, o Novo
Testamento, a mensagem da graça e a eclesiologia despida de objetos, palavras e
gestual sagrados não são interessantes. Assim, eles se refugiam no AT. Por isso
há igrejas evangélicas com castiçais de sete braços e estrelas de Davi no lugar
da cruz, bandeira de Israel, guardando festas judaicas, e até incensários em
seus salões de cultos. Há evangélicos que parecem frustrados por não serem
judeus. A liturgia pomposa do judaísmo é mais atraente e permite mais manobra
ao líder que se põe acima dos outros. Concluindo, a atração pelo poder é maio
dor que o desejo de servir.
A RESPOSTA DE PAULO AOS JUDAIZANTES DA GALÁCIA:
A perniciosidade da influência judaica na Galácia estava no fato de atentar contra a essência do evangelho. Os judeus queriam acrescentar a circuncisão como condição para a salvação. Se assim fosse, o cristianismo seria apenas mais uma seita do judaísmo. Então, Paulo vem reforçar o ensino de que a salvação ocorre pela fé na suficiência da obra de Cristo. Para se conhecer a suficiência é preciso que se entenda o significado. Em sua exposição, Paulo toma Abraão como exemplo, assim como fez na epístola aos Romanos, afirmando que o patriarca foi justificado pela fé e não por obediência à lei. Tal exemplo era de grande peso para o judeu que lesse a epístola. Na seqüência, o apóstolo expõe diversos aspectos da obra de Cristo e do Espírito Santo na vida do salvo sem as imposições da lei.
COMPARAÇÃO ENTRE CARACTERÍSTICAS E EFEITOS DA LEI E DA GRAÇA
A lei mosaica se concentrava em questões visíveis, embora não fosse omissa com relação ao espiritual. Os pecados ali proibidos eram, principalmente, físicos. Assim também, a adoração era bastante prática. Seus preceitos determinavam o local, a postura, a roupa, o tempo apropriado, etc. No Novo Testamento, Jesus vem transferir a ênfase para o espiritual, embora não seja omisso em relação ao físico. Ao falar com a mulher samaritana, Jesus observa que ela estava muito preocupada com os aspectos exteriores da adoração a Deus. Isso era característica da ênfase do Velho Testamento. Jesus lhe disse: “A hora vem e agora é em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” (João 4.23). Vemos nisso a ênfase do Novo Testamento: que é espiritual.
A lei mosaica se concentrava em questões visíveis, embora não fosse omissa com relação ao espiritual. Os pecados ali proibidos eram, principalmente, físicos. Assim também, a adoração era bastante prática. Seus preceitos determinavam o local, a postura, a roupa, o tempo apropriado, etc. No Novo Testamento, Jesus vem transferir a ênfase para o espiritual, embora não seja omisso em relação ao físico. Ao falar com a mulher samaritana, Jesus observa que ela estava muito preocupada com os aspectos exteriores da adoração a Deus. Isso era característica da ênfase do Velho Testamento. Jesus lhe disse: “A hora vem e agora é em que os verdadeiros adoradores adorarão ao Pai em espírito e em verdade” (João 4.23). Vemos nisso a ênfase do Novo Testamento: que é espiritual.
Contrastes entre a Lei e a Graça
LEI / MOISÉS
Mostra o pecado
Mostra o pecado
Enfatiza a carne
Traz prisão e morte
Infância
Traz maldição
GRAÇA / JESUS / CRUZ
Perdoa o pecado
Perdoa o pecado
Enfatiza o espírito
Traz libertação e vida
Maturidade
Leva a maldição
Aponta pra Cristo
Conduz ao Pai
PRESERVAÇÃO DA LIBERDADE
Paulo admoestou os gálatas para que se lembrassem do significado da obra de Cristo, a qual teve o objetivo de libertá-los. Agora que eram livres, não deveriam voltar ao domínio da lei.
Paulo admoestou os gálatas para que se lembrassem do significado da obra de Cristo, a qual teve o objetivo de libertá-los. Agora que eram livres, não deveriam voltar ao domínio da lei.
Voltar à lei é negar a graça e perder os seus efeitos, ele mostra isso
enfaticamente no Capítulo 5. É renunciar aos direitos de filho e voltar a viver
como servo (Sara e Hagar). É renunciar à liberdade cristã, a qual foi comprada
pelo precioso sangue do nosso Senhor. A história de Israel foi uma seqüência de
cativeiros e libertações. Não podemos permitir que a nossa vida seja assim.
Os judaizantes estavam querendo impor a marca da circuncisão como se esta
fosse um valor cristão. Entretanto, Paulo conduz os gálatas a um exame mais
profundo da questão. O sinal exterior tem valor quando corresponde à condição
interior. Como disse aos Romanos, “a circuncisão é proveitosa se tu guardares a
lei” (Rm 2.25). Então, o que seria evidência fiel do interior humano? As obras
da carne e o fruto do espírito. São marcas do caráter e se revelam nas ações.
Estas são as marcas mais importantes na vida de um ser humano. Entretanto, se
os judaizantes faziam mesmo questão de marcas físicas, Paulo possuía as “marcas
de Jesus”, sinais de todo o seu sofrimento pela causa do Evangelho “Quanto ao
mais, ninguém me moleste; porque eu trago no corpo as marcas de Jesus” (Gálatas
6.17).
O mesmo Paulo, escrevendo aos irmãos em Colossenses 2:16-17, diz: “Ninguém,
pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou
sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o
corpo é de Cristo”.
Cristo é a Luz do mundo, quem está em Cristo não anda em trevas. Por que
então voltarmos às sombras? É isso que Paulo deixou claro. Portanto, fica
evidente o quanto é descabida a idéia de introduzir costumes dos judeus nas
atividades cristãs como cumprimento de mandamento, promessas de nova unção e
coisas desse tipo.
Deus estabeleceu uma Nova Aliança em Cristo, pois na primeira os homens se
apegaram muito mais aos rituais e aos símbolos do que ao significado dos
mesmos. Passaram a viver uma religiosidade vazia e já no período do Antigo
Testamento, o Senhor mostrava a sua tristeza com relação a isso: Isaías 1:13-14
“Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também
as Festas da Lua Nova, os sábados, e a convocação das congregações; não posso
suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene. As vossas Festas da Lua
Nova e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece; já me são pesadas;
estou cansado de as sofrer”.
Usam mal Mateus 5:17, em que Jesus diz: “Não penseis que vim revogar a Lei
ou os Profetas; não vim para revogar, vim para cumprir”.
A palavra cumprir utilizada aqui vem do grego plérõsai, que significa
“encher”, “completar”. Jesus não veio revogar ou destruir nenhuma palavra que
Deus ensinara aos fiéis do passado no AT. Veio cumprir plenamente o propósito
de Deus revelado no AT dando à Lei e aos Profetas aquilo que faltava: o
Espírito Santo para interpretá-lo e o poder para pô-lo em prática, pela sua
obra salvadora.
Cristo representa o fim do legalismo de se tentar cumprir a Lei, como está
escrito em Romanos 10:3-4 “Porquanto, desconhecendo a justiça de Deus e
procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à que vem de Deus.
Porque o fim da lei é Cristo, para justiça de todo aquele que crê”.
Cristo tirou o véu que encobria a Antiga Aliança. Ele revelou o “espírito”
da Lei tornando-se carne. Cumpriu fielmente todas as ordenanças impostas pela
Lei, dando a verdadeira interpretação a elas.
Ainda que Lei ordenasse o apedrejamento de adúlteras, Cristo perdoou uma
mulher apanhada em adultério. Ainda que a Lei designasse o afastamento dos
considerados “puros’ dos leprosos, Cristo se aproximada deles, os tocava e os
curava”.
Cristo trouxe luz sobre o que eram sombras. Por que, então, voltar à
escuridão do legalismo judaico?
Paulo resume esse comportamento da seguinte forma: “Mas os sentidos
deles se embotaram. Pois até ao dia de hoje, quando fazem a leitura da antiga
aliança, o mesmo véu permanece, não lhes sendo revelado que, em Cristo, é
removido”. (2 Coríntios 3:14 ).
Com auxílio de textos do Pastor Isaltino Gomes Coelho Filho, Anísio Renato
de Andrade e Natanael Rinaldi e site dos judeus messiânicos.
Clériston Andrade
Juazeiro-Ba
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COMENTÁRIO DO PR AÉCIO:
Não bastassem os malabarismos teológicos e manipulações bíblicas para embasar as teorias judaizantes, o que mais me espanta são a criatividade maliciosa e a desonestidade descarada dos ministros evangélicos que usam tais artifícios para enganar seus públicos. Eles conseguem confundir a cabeça de quem está dentro (das igrejas) e complicar a mensagem do Evangelho, fazendo-a ininteligível aos que estão de fora. Meu recado aos judaizantes é: Ei, vocês são uma pedra de tropeço para a Igreja de Deus!!!
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