Existe tanta confusão e misticismo espalhados pelas igrejas
evangélicas brasileiras capazes de provocar muitos comportamentos estranhos nas
pessoas que nem evangélicas são. Dentre esses comportamentos, cito aquele em
que qualquer um pode se sentir tão à vontade em participar de certos “encontros”,
“reuniões” e das famigeradas “campanhas” ou “correntes” em busca de bênçãos, da
mesma forma como se sentem tranqüilos ao procurarem uma benzedeira, um pai ou
uma mãe de santo. É sério isso!
Mas, será que só porque são realizados cultos e atividades supostamente
em nome de Deus ou Jesus em dependências de templos, salões, etc., nos quais
podemos ver placas ou banners com os termos “comunidade cristã...” ou “igreja
evangélica...” podemos acreditar que são de fato confiáveis biblicamente falando?
Merece crédito todo lugar em que ouvimos sons de hinos, louvores ou gritos de
aleluia e glórias a Deus? Nem sempre. É uma pena, mas muitos desses lugares não
só prestam um enorme desserviço ao Evangelho, como podem ser muito mais
prejudiciais que qualquer outro espaço dedicado ao reino das trevas – é duro,
mas isso mesmo.
Não faz muito tempo passei por uma igrejinha perto de casa e
vi uma cena perturbadora e revoltante. Várias pessoas gritavam palavras de
difícil compreensão, gesticulavam descontroladamente, enquanto alguns insistiam
em cantar algo ininteligível e outros rodopiavam vertiginosamente em meio a um
grupo de gente apertado num diminuto espaço. A cena me chocou de tal forma que
pensei: “Se morasse do lado dessa
igrejinha arrumaria muita confusão ou me mudaria o quanto antes” – e acho
que deve ser o pensamento da maioria dos vizinhos que lidam com esses tipos de
movimentos que são confundidos e equivocadamente chamados de evangélicos. Na
verdade, esse tipo de coisa não tem nada a ver nem com o movimento pentecostal,
muito menos com o evangélico. É sim, uma distorção medonha e marginal dos mesmos.
Distribuição de amuletos, patuás e outras bugigangas
“ungidas” ou “consagradas” são fetiches que fascinam e atraem até mesmo membros
das chamadas igreja mais conservadoras. Não é muito difícil achar um batista,
um presbiteriano ou um metodista com um lencinho que foi supostamente
“consagrado no monte” ou numa “reunião para unção da prosperidade”. Já ouvi essa
pérola nada inteligente: “Se é em nome de
Jesus tá valendo”. Será?
Nas últimas semanas tem passado um carro de som na rua em
que moro disputando com o caminhão dos produtos de limpeza, com a caminhonete do
gás, com a Towner dos churros, com o carro da pamonha e o altissonante funk do
vizinho: “Não percam a sexta-feira forte,
onde o missionário tal vai orar pra você e distribuir o sabonete consagrado e o
óleo ungido blá, blá, blá...” – ai, ai, ai... Não sei qual incomoda ou irrita
mais.
A nova onda judaizante é tão horrorosa que nem quero falar
disso aqui.
O aclamado “reteté” é tão asqueroso que não quero perder
tempo também.
O movimento apostólico é bobo demais. Não quero escrever
sobre isso agora.
Quem inventou a unção de Toronto sofria de alguma demência
ou era chegado na manguaça.
Aquela tal do “cai-cai” graças ao bom Deus vem caindo da
moda.
O neopentecostalismo é um daqueles movimentos que nascem com
data de validade – espero que já esteja pra vencer. Nem vai deixar saudade!
E os figurões que vivem à custa dessas coisas são um caso à parte. Tem cada figura, cada caricatura de ministro evangélico que dá dó. Mas,
alguns são tão convincentes que se a gente não tomar cuidado cai na lábia
deles.
É preciso cuidado com a mania das patentes hoje em dia. A
bola da vez é ser apóstolo. E nessa onda, muitos se tornam apóstatas.
De missionário a mercenário basta um tropeção na
interpretação de um versículo, de uma passagem, de um texto fora do contexto
e... Bingo! A desgraça está feita!
Bispo e bispa aqui no Brasil agora é mato. Tem um bocado que
a gente não sabe se está mais para bispo ou mais para bicho (não resisti de
novo!).
Pastores e impostores se cruzam em congressos e conferências
com uma naturalidade infernal.
O profetismo cedeu ao patetismo. Enquanto isso, o Youtube ganha
audiência com o “pastor pilão” e o “pastor chuchu”.
Tem músico evangélico levitando mais que guru indiano,
confundindo a tribo de Levi com o diácono Levi.
A lista continua, mas vou ficando por aqui com o conselho de
quem pode até parecer chato, mas que não tem nada de ignorante: Cuidado! Nem
tudo que reluz é ouro. Não queira extrair benção daquilo que, na essência, já é
maldito!
“Mas ainda que nós ou um anjo do céu pregue um evangelho diferente
daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!”
- Gálatas 1.8 (NVI)
Até a próxima,
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