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sábado, 25 de setembro de 2010

UMA PALAVRA PASTORAL SOBRE AS ELEIÇÕES


Fundador e Diretor do Instituto Jetro, Rodolfo Montosa, proferiu uma "Palavra Pastoral sobre Eleições" deste ano na 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Londrina-PR onde é Pastor Titular. Confira abaixo a mensagem na íntegra, e se preferir, veja o vídeo desta palavra no nosso Canal Oficial do Youtube clique aqui.

Estamos às vésperas das eleições a presidente, senadores, governadores, deputados federais e estaduais. Nos últimos dias temos acompanhado muitas manifestações que têm o objetivo de denunciar movimentos que se levantam contra a liberdade de expressão da igreja e na direção de legalizar matérias contrárias à ética cristã. De fato, estamos vivendo um tempo que exige muita reflexão em busca de discernimento. Peço sua atenção para três palavras que me vêm ao coração neste momento.

A primeira palavra é de alerta.

Alguns projetos de lei que tramitam no Congresso Nacional agridem diretamente a igreja. Quero citar alguns exemplos: o PL 1.154/03 pretende proibir a veiculação de programas em que o teor seja considerado preconceito religioso, o que classificaria como crime a pregação contra rituais satânicos, por exemplo. O PL 952/03 pretende classificar como crime atos religiosos que possam ser considerados abusivos à boa fé das pessoas, dando margem a que pastores sejam considerados criminosos por pregarem sobre dízimos e ofertas. O PL 4.270/04 pretende enquadrar como passível de ação civil comentários feitos contra ações praticadas por grupos religiosos, o que proibiria a pregação evangélica que contesta práticas de feitiçaria, por exemplo.

Diversos outros projetos de lei agridem a ética cristã. Somente na tentativa de descriminalizar o aborto existem mais de 30 projetos de lei. Alguns parlamentares defendem a descriminalização do uso de drogas, ou até da regulamentação da prostituição como profissão. Outro exemplo que tem ocupado as manchetes de jornais é o PLC 122/06 que pretende tornar criminosa toda a manifestação contrária à prática do homossexualismo.

Como cristãos amamos os feiticeiros, mas não a feitiçaria; amamos os adúlteros, mas não o adultério; amamos as prostitutas, mas não a prostituição; amamos os homossexuais, mas não o homossexualismo.

Esses são apenas alguns exemplos das inúmeras tentativas de atacar a Igreja, ou atacar assuntos que ferem a ética que pregamos.

Mesmo assim, não devemos nos enxergar como vítimas. Assim como nós, muitos outros segmentos sofrem seus riscos e pressões. Isso é o movimento natural de uma sociedade multifacetada como a brasileira, com valores diversos e variados.

A segunda palavra é de posicionamento.

Por sermos tão diferentes uns dos outros no Brasil, precisamos buscar candidatos que representem nosso pensamento cristão e respeito à Constituição brasileira. É importante sermos representados por pessoas com discernimento e experiência suficientes para ocuparem de fato os cargos pretendidos.

Permita-me fazer uma rápida explicação sobre o comportamento das pessoas. Encontramos na sociedade pelo menos quatro grandes maneiras diferentes de procedimentos nas relações humanas. Algumas pessoas pensam assim: o que é meu é meu e o que é seu é meu (= opressor). Esse é o pior tipo de iniqüidade de onde nasce o ditador e o opressor. Outras pessoas pensam assim: o que é meu é meu e o que é seu é seu (= egoísta). Esse pensamento domina a maior parte da sociedade e dá base ao comportamento individualista e egoísta. O capitalismo tem muito dele. Já outras poucas pessoas pensam assim: o que é seu é meu e o que é meu é seu (= comunista) . Essa é a base do discurso comunista, mas a história demonstrou que nunca funcionou literalmente. Na prática tornou-se um sistema regido por ditadores. O último grupo pensa assim: o que é seu é seu e o que é meu é seu (= cristão). Esse grupo respeita o recurso do outro e coloca à disposição por sua deliberada vontade seus recursos próprios. Aqui está o fundamento da ética cristã, embora pouco vivida pelos cristãos.

Muito bem. Permita-me orientar o seguinte: devemos fugir de todo o candidato que pensa como o tirano: o que é meu é meu e o que é seu é meu. Identifique se seu candidato pensa e age de maneira imposta e autoritária. Não vote neles! Muitos em nome da defesa de um direito próprio, lutam para tirar o direito do outro. Cuidado que, nem todo o candidato que se diz cristão reflete todo o pensamento cristão. Muitos candidatos "lobos" se vestem de "cordeiros" para nos enganar. Você precisa conhecer a história de vida e pensamento de seus candidatos. Pesquise, converse, pergunte e vote.

Lembre-se que o exercício consciente da cidadania não se esgota na participação do processo eleitoral. Precisamos acompanhar os eleitos por meio da intercessão, da exigência de prestação de contas e do devido apoio.

A terceira palavra é de confiança.

Sei que muitas notícias que nos cercam geram profundo desconforto e temor. Mas devemos manter nossos olhos em Deus que é soberano na história da humanidade. Muitos são os textos bíblicos que nos deixam claro que o coração das autoridades está nas mãos dele. É bom notar que todos os Projetos de Lei que tramitam no congresso passam por um natural processo de lentidão. Além disso, temos a Constituição a nosso favor. Isso significa que alguns Projetos de Lei , mesmo que venham à luz, nascerão mortos, pois são inconstitucionais.

Para concluir quero citar o sábio que disse "quando o justo governa, o povo se alegra, mas quando o ímpio governa o povo geme." (Provérbios 29.2)

Vamos orar para que o Senhor coloque pessoas justas nos atuais cargos governamentais.

Exerça sua cidadania. Vote consciente. Vote certo.

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