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quarta-feira, 22 de setembro de 2010

EVANGELIQUISMO TUPINIQUIM: SEU BEM É SEU MAL



Observar a tão precoce decadência da igreja brasileira é simplesmente desolador.
Ainda nem experimentamos um clímax digno de nota, em comparação a grandes momentos de avivamento registrados pela história em outros países, e já apresentamos sintomas que indicam falência múltipla em nossos arraiais.
Infelizmente, nenhuma denominação está isenta. Podemos elencar qualquer setor – das lideranças às liturgias – para concluirmos que caímos numa espécie de espiral decrescente, do qual dificilmente conseguiremos escapar.

Os sinais de tal decadência assumem contornos cada vez mais nítidos e nada me convenceria do contrário, nem mesmo o crescimento numérico vertiginoso das últimas décadas.
Já não precisamos mais de profetas com o dedo em riste na direção dos púlpitos; nem de revelações ou sonhos para “confirmar” o que estou afirmando – até por que os profetas não tem mais vez em nossas igrejas, exceto os comerciantes de bênçãos sob encomenda, os supostos “vasos” (sanitários) gulosos por ofertas e tapinha nas costas.

Aquilo que a igreja comemora como seu bem, pode também ser seu próprio mal e querer fugir do óbvio é mera estupidez. Leia abaixo algumas observações pessoais sobre o que considero como sinais absolutamente nítidos da decadência da igreja brasileira.

• Já escrevi anteriormente sobre o crescimento numérico dos crentes, e continuo achando-o nada saudável – quantidade só é interessante quando acompanhado com qualidade.
• Nossos líderes já não são aqueles homens simplórios, cheios de vigor fé e ousadia, e só. Várias de nossas lideranças são formadas por homens requintados. Eles são burocratas, tecnocratas, business men e empresários hábeis com as cifras. Há uma escassez de homens com visão de Reino, sincera abnegação e paixão pelos perdidos.
• Nossos mega templos são de tirar o fôlego pela grandeza e suntuosidade, mas também tiram o direito de milhões ouvirem o Evangelho. Enquanto brincamos de construir nossas fortalezas exibicionistas (usando ofertas de viúvas pobres, subornando e comprando autoridades), milhões descem ao inferno por falta de missionários que falem do amor de Cristo.
• O comércio e a exploração da fé, patrocinado e protagonizado descaradamente por “homens e mulheres de Deus” – usando até mesmo a prática desavergonhada da pirataria e a usura a céu aberto – já fazem com que alguns chamem certa feira evangélica de Expo-Mamon.
• O showbiz evangélico ganha reconhecimento e prêmios internacionais, mas perde na coerência, na ética, na santidade e, sobretudo, na humildade – várias celebridades evangélicas são tão ou mais vazias e arrogantes do que artistas pop há muito consagrados no mercado secular.
• Grande parte dos homens e mulheres que se projetam como pregadores de multidões, televangelistas, conferencistas e escritores oscilam entre o superficial e tendencioso. Quando não despejam interpretações equivocadas de passagens bíblicas para acariciar o ego do público, exaltam suas denominações e ministérios pessoais acima de tudo e de todos, como se fossem senhores da razão.

Minha oração é pela conversão da igreja brasileira. – pr Aécio

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