GUERRA INTERIOR – PARTE 2

No campo de batalha que se forma no íntimo de cada pessoa, a dúvida ocupa lugar de destaque e, como tal, nunca foi ou jamais será agente passivo nos conflito e dilemas humanos: Ou inoculamos em tempo seu poder devastador, ou seremos destruídos por ela.

Quem nunca ficou na “encruzilhada” entre o certo e o errado; entre negar ou assumir uma falha; entre omitir a verdade e ceder à mentira?

Dúvida é, segundo o dicionário Michaelis, a “incerteza acerca da realidade de um fato ou da verdade de uma asserção”. Trocando em miúdos, o ato de duvidar é que nos posiciona na região cinzenta, em que a falta de discernimento pode levar a tragédias de proporções “tsunâmicas” irreversíveis, irreparáveis.

A dúvida por si só é aterradora, arrasadora. Noites mal dormidas, desconfiança, insegurança, explosões de fúria, depressão, ansiedade e outras perturbações mentais que desembocam na confusão das emoções e sentimentos, são apenas alguns dos sintomas causados por este mal que nos toma de assalto vez por outra.

A dúvida não precisa de coadjuvantes. Ela é tão poderosa que pode destruir relacionamentos duradouros sem que nenhum fato concreto seja constatado, confirmado. Ela fere e mata por antecipação! Basta lembrar que inúmeros relacionamentos conjugais, familiares e amizades outrora sólidos, se tornam vitimas todos os dias, corroídos pela insegurança que a dúvida proporciona. Eis alguns dos questionamentos mais comuns, todos essencialmente diferentes entre si, porém, com o mesmo grau e poder de destruição:

• Será que ele (a) ainda me ama?

• Será que ele (a) tem outro (a)?

• Será que ele (a) confia em mim?

• Será a amizade de fulano ou beltrano é sincera?

• Será que meu filho (a) tem vida dupla?

Estas e outras indagações, ocasionados pela “rainha das desgraças" nas relações humanas, tornam o terreno das relações instáveis como areia movediça, podendo terminar em caos absoluto – exemplos: casais outrora apaixonados podem se tornar odiosos inimigos, pais amorosos podem se tornar violentos algozes; filhos obedientes podem se transformar em “feras indomáveis”, etc.

Na presença da dúvida só existe perdedor. Ninguém ganha, ninguém pode celebrar vitória, visto que ambos os lados, portador e alvo deste mal inexorável, sucumbem diante da força arrasadora que ela possui.
- pr Aécio