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sexta-feira, 27 de maio de 2011

FAMÍLIAS FELIZES = IGREJAS FELIZES

Tenho servido ao Senhor por quase vinte e cinco anos, pelo menos vinte e dois deles edicados à Sua obra em lideranças. Neste período tenho visto de tudo acontecendo dentro das igrejas envolvendo cristãos maduros ou não, obreiros e membros comuns, veteranos e novos convertidos.

Há quase dezenove anos Deus fez a loucura de chamar-me para o pastorado. Foi aí que comecei a ver mais de perto o que antes só apreciava de longe. Neste tempo, dentre tudo o que tenho visto, uma se destacou e chamou minha atenção na primeira hoa: Muitas famílias da igreja eram e ainda são tão ou mais infelizes do que qualquer outra sem nenhuma confissão de fé ou religião – o que é paradoxal no mínimo.

Não que a religião por si só faça as pessoas mais ou menos felizes, porém, creio no pressuposto de que o exercício da fé pode reduzir o impacto dos dissabores da vida, tornando-as no mínimo mais esperançosas, otimistas, perseverantes, etc. – sentimentos e comportamentos que não observava, e em muitos casos não observo em inúmeras famílias cristãs.

Percebendo desde então, e prestando mais atenção nas pessoas apáticas, infrutíferas e vacilantes quanto a fé, mesmo dizendo que conhecem Deus e Sua Palavra, passei a indagar em minhas orações sobre os motivos pelos quais muitos não tinham sequer forças para permanecerem na igreja principalmente nas horas de tribulações, etc. Quais seriam as causas? Onde elas estariam?

Algumas respostas foram surgindo, dentre elas, conclui que gostamos de (estupidamente) reduzir problemas extremamente complexos atribuindo tudo a Deus ou ao diabo, quando na verdade somos responsáveis por tudo o que falamos e fazemos!
Nos condicionamos a pensar assim: Se a coisa tá boa é Deus agindo; se complicar é o dedo do “bicho ruim”! Não sobra espaço para admitirmos que muitos dos problemas familiares são resultante da displicência, desobediência ou falta de atenção... Na maioria das vezes do pecado mesmo! Isso, no livro das Lamentações de Jeremias fica assim: “Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.” – Lm 3.39.

Outra conclusão que serviu para que me dedicasse mais às famílias quando passei a prestar mais atenção em cada pessoas à partir deste contexto, foi que quando um lar é infeliz, naturalmente tudo fica vulnerável, triste e sem vida - até mesmo a igreja.

O grande problema agora seria como convencer as pessoas a deixarem que eu, um “estranho”, entrasse em seus lares, relacionamentos e até em sua intimidade (falando em termos de aconselhamento). Além do risco de “ser barrado” já na entrada pela simples impressão de estar querendo meter o bedelho onde não fui chamado, ainda havia a questão dos tabus; dos preconceitos; do orgulho; da falta de sinceridade; da não disposição em abandonar pecados; da falta de interesse em salvar esta ou aquela situação e muitas outras obstruções do gênero.

Hoje, estou plenamente convicto de que o grande segredo das igrejas saudáveis reside nas famílias sadias, nos lares felizes. Com tantos perigos rondando os lares e desgraçando casais – o divórcio é tolerado com muita naturalidade entre os evangélicos atuais, por exemplo – ainda há muitos líderes focados em mega templos e outras ostentações. Mas, de que adianta enchermos nossas igrejas de gente infeliz?! Para que serve tanto aparato tecnológico em nossos cultos e tanta preocupação com som, iluminação e outras coisas, enquanto pais e filhos assistem seus lares se desmoronando? Para que serve tudo aquilo se as famílias não são bem cuidadas?
Neste aspecto, penso que a Igreja tem falhado grandemente em seu papael de “sal da terra e luz do mundo” (Mateus 5.13). Ou seja, como igreja somos responsáveis por influenciar nosso meio, nossa comunidade, enfim, a sociedade de um modo geral com o testemunho dos nossos lares. Isso só será possível quando nossas casas se tornarem referências de amor, cuidado, proteção, harmonia, paz, perdão, fé, compreensão, sinceridade, humildade, honestidade e tolerância. Sei que é um grande desafio, mas também sei que servimos a um GRANDE DEUS que desconhece o impossível!

Deus abençoe sua família!

- pr Aécio -

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