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segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O DEUS DA ALIANÇA ODEIA O DIVÓRCIO

Rev. Gildásio Reis


 “Não aguento mais viver com ele(a)!”

Em 10 anos como Pastor, tenho ouvido esta frase algumas vezes. Ela vem de casais, que após várias discussões, brigas e tentativas inglórias de salvar o casamento, entregam os pontos e partem rumo à separação. As estatísticas afirmam que dez anos atrás, havia menos de 100.000 divórcios no Brasil. Hoje são cerca de 200.000, e de cada dez casamentos em pelo menos um deles um dos cônjuges está se casando pela 2ª vez. Neste artigo, quero refletir com o leitor sobre o divórcio e gostaria de fazê-lo respondendo a três perguntas:

I) O que é o casamento aos olhos de Deus?
II) O que Deus pensa do divórcio?
III) Quais as causas do divórcio?

I - O que é o casamento?

Não há como discutir a questão do divórcio, sem antes entendermos biblicamente o casamento. Podemos afirmar que ele é uma instituição que nasceu no coração de Deus. Este é um princípio bíblico sobre o casamento - ele foi ordenado por Deus, não se trata de uma opção.

Pensamentos limitados do que seja o casamento:
O casamento é uma cerimônia pública realizada na Igreja.
O casamento é uma exigência legal do país e do meio social.
O casamento é um contrato entre duas partes.
O casamento é uma instituição.

O casamento aos olhos de Deus deve incluir tudo isto, porém vai além. O casamento é uma aliança. Aliança é o termo Bíblico que descreve a relação homem e Deus no processo de salvação. Nas Escrituras, uma aliança é um pacto solene que envolve um soberano e um vassalo. A aliança é imposta ao segundo pelo primeiro e acarreta bênção quando cumprida e maldição quando quebrada.
Quando alguém entra numa aliança, assume um inescapável compromisso. A Bíblia fala que Deus fez uma aliança conosco. E essa aliança é um vínculo inquebrável com Deus. Deus não quebra aliança e não nos permite quebrá-la também. Quando alguém que está em aliança com Deus, desobedece e não aceita as condições estipuladas por esta aliança, a conseqüência é a maldição, mas Deus não quebra Sua aliança.

O casamento, portanto, é nada menos que uma aliança estipulada por Deus. Malaquias 2:14 se refere ao casamento como uma aliança "E perguntais: Por que? Porque o Senhor foi testemunha da aliança entre ti e a mulher da tua mocidade, com a qual tu foste desleal, sendo ela a tua companheira e a mulher da tua aliança" e é por isto que Ele odeia o divórcio. No livro de Provérbios (2:17), Deus adverte contra a adúltera que lisonjeia com palavras, que "deixa o amigo da sua mocidade e se esquece da aliança com Deus". Note bem, ao deixar com quem ela se casou, é acusada de quebrar sua aliança.

O casamento é uma aliança, e por isto não podemos tratá-lo a nosso próprio gosto.

II - O que Deus diz sobre o divórcio?

O pensamento correto sobre a natureza do casamento dá o alicerce para sabermos o que Deus pensa do divórcio. Se o nosso Deus é um Deus de aliança, e Ele não quebra nem permite quebra de aliança, também não permite que o casamento seja quebrado. Como Deus não se divorcia do seu povo, assim ele não permite que marido e mulher se divorciem. Divorciar-se é quebrar o matrimônio da Aliança - Lemos em Ml 2:16 "Porque o Senhor Deus de Israel diz que odeia o divórcio ..."

Precisamos compreender o texto de Mt. 19:1-7 em que Jesus diz que o divórcio é proibido mas que foi permitido por causa da dureza do coração. Deus nunca intencionou o divórcio, pois este contraria a essência do casamento como uma aliança que nunca deverá ser quebrada, anulada. Você então pergunta: Por que foi dada a permissão para o divórcio conforme Mt. 19:7?
Jesus responde em 19:9 - "Quem repudiar sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra comete adultério ...". Note bem que a única razão para o divórcio conforme Jesus é o adultério, e isto para proteger a parte inocente, e não para dar às pessoas uma maneira fácil de cair fora de um relacionamento desagradável. Fora do adultério, o casamento só pode ser dissolvido em honra, somente pela morte. Divórcio é o atestado do pecado humano.

O casamento é para todo o sempre - Em Mt 19:6 Jesus afirma que "...aquilo que Deus ajuntou não separe o homem".

Ele permitiu mas não deu a Sua bênção. Mesmo no caso de adultério, devemos perceber que o caminho de Deus não é o divórcio mas o perdão. Embora permitido, não é Seu desejo.

III - As causas do divórcio:

Se divórcio é o atestado do pecado humano, precisamos agora colocar algumas das mais freqüentes razões humanas para a separação. Quais são as razões ou causas da separação entre os casais? Gostaria de mencionar pelo menos quatro causas:
- Descuido da vida cristã dos cônjuges
- Ausência do perdão
- Indisposição à mudanças necessárias
- Ausência do amor

1 - Descuido da vida espiritual dos cônjuges:

Um escritor do século passado, certa ocasião disse à sua esposa: "Minha querida, quando amo mais a Deus, amo você da maneira como deve ser amada". Quanto há de verdade nesta afirmação! Quanto mais nos aproximamos de Deus, mais nos aproximamos do nosso cônjuge.
A crise em um casamento já é sintoma de que há uma crise espiritual. Lemos nas Escrituras que "se o Senhor não edificar o lar em vão trabalham os que o edificam" Sl 127:1. Nosso casamento precisa ser regado à oração e leitura da Palavra. Qual foi a última vez que você orou com seu cônjuge? Quando foi que vocês sentaram juntos para estudar a Palavra de Deus?
Se não damos lugar a Deus no relacionamento marido-mulher, não há muito o que fazer para resistir à crescente degradação e enfraquecimento da relação a dois.

2 - Ausência de perdão:

Sem a disposição para o perdão, nenhum casamento consegue sobreviver por muito tempo. Quantos comentários negativos que aparentemente são inofensivos, mas vão penetrando sorrateiramente no relacionamento infligindo mágoa e ressentimento e destruindo os sentimentos mais ardorosos. Quantos problemas antigos e mal resolvidos sempre voltam às discussões atuais. Quando o cônjuge permite que os fantasmas do passado continuem assombrando o presente, reavivando antigas amarguras, eles fazem com que as cicatrizes e feridas passadas não se fechem e se curem.
Quem não perdoa está matando aos poucos o sonho do casamento. (Cl. 3:13)

3 - Indisposição à mudanças necessárias:

Se formos bem honestos, teremos que admitir que nem tudo em nosso cônjuge nos agrada. Há hábitos, manias, comportamentos que nos irritam e nos tiram do sério. Porém isto é normal em qualquer casamento. Precisamos aceitar o fato de que somos diferentes do nosso cônjuge em muitas coisas, afinal viemos de famílias diferentes,de costumes e valores que nem sempre são os mesmos. Não obstante termos diferenças que são de nos mesmos, há muitas coisas em que precisamos ser mudados, e o que causa tensão no casamento é que os cônjuges não querem mudar, não se dispõem a mudanças necessárias para o bom convívio entre marido e mulher; pelo contrário, concentram grande esforço em tentar mudar o outro. Tal atitude cria fortes resistências, o cônjuge não muda e começa a cobrar mudanças no outro, acentua os defeitos e minimiza as qualidades.

4 - Ausência de amor:

“Eu não o amo mais”. Esta é uma frase comumente usada pelos cônjuges em crise para dar plausibilidade e legitimidade ao divórcio. Mas como tudo o que é dito nas Escrituras, o amor também sofre de má compreensão. O amor não é um sentimento para ser vivido apenas em bons momentos a dois, ou só na lua-de-mel. Conforme Cristo disse, o marido tem que amar a esposa como Cristo amou a Sua Igreja - dando sua vida por ela. Amor é a decisão de agir em favor do outro. Temos que abandonar aquele tipo de amor-fantasia, amor de novela, amor emocional. Amar é desempenhar atos de amor. Amar é ser gentil com o cônjuge, é procurar atender às necessidades do outro, é saber ouvir, é ser paciente, é não procurar seus próprios interesses, é não ser egoísta, é não mentir ao outro, é ter palavras de elogio e não de crítica, etc. ... A ausência destas atitudes sufoca e estrangula o casamento.
O divórcio não oferece uma oportunidade fácil de começar uma vida nova. Lembre-se que sempre que desobedecemos a Deus sofremos conseqüências. Você leva cicatrizes do divórcio consigo para sempre.

Note as palavras de um irmão após alguns anos de seu divórcio:

“Acho que a morte é mais fácil de suportar do que um divórcio, porque nela existe um fim. O divórcio simplesmente não acaba”.

A Bíblia afirma inegociavelmente: “aquilo que Deus ajuntou não separe o homem”. Ferir este princípio é atrair desastrosas consequências.
Alguma coisa a mais ainda poderia ser dito aqui sobre este assunto; talvez algumas medidas de prevenção. Contudo, entendo que a melhor maneira para se prevenir ao divórcio é começar combatendo as suas causas: Monitore sua vida espiritual e comece a levar Jesus para dentro de seu casamento, aprenda a perdoar ao invés de guardar ressentimentos, esteja disposto a promover mudanças significativas em seu relacionamento, ao invés de cobrar mudanças, e tome a decisão de amar seu cônjuge.

Que o Deus da aliança abençoe seu casamento! E lembre-se: Ele odeia o divórcio.
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Fonte: monergismo.com
Rev. Gildásio Reis, Pastor da Igreja Presbiteriana de Osasco, Psicanalista Clínico, Mestre em Teologia pelo centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper (Educação Cristã) e Professor de Teologia Pastoral no Seminário Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição”.

quinta-feira, 26 de maio de 2016

UM MÊS TODO PARA A FAMÍLIA NA IBERO


Há famílias consideráveis, outras "SQN"

Faltam 5 dias para terminar o mês de Maio, mês que dedicamos inteiramente para tratar de assuntos relativos à família. Preguei, cantei, orei, ensinei; ouvi pregações, ouvi canções e orações, bem como assisti a estudos bíblicos que mais uma vez me fizeram rever valores e princípios que, se a gente bobear, na falta da prática dos mesmos corro o mesmo risco de terminar como muitas famílias por aí: no buraco!
Observei que uma considerável parte da nossa igreja se interessou e se engajou em participar dos eventos propostos durante esse tempo, voltados para o tema. Essa parte a gente pode considerar. A outra parte "só que não". Não sei como explicar isso - se é que tem alguma explicação! Às vezes tento me conformar com "não se fazem famílias evangélicas como antigamente".
Pensando com os meus botões: Quantas dessas famílias que frequentam nossa igreja (e outras tantas), as quais poderiam ter sido ministradas durante todo esse mês nem que fosse para ouvir as mesmas coisas (Filipenses 3.1), optaram por se encharcarem de informações inúteis; de atividades nada edificantes ou outras coisas até anti família por mero pouco caso ou descuido?
Quem viveu da infância até o início da fase adulta em um lar nada feliz sabe o valor que tem uma família e um lar que preza por dar prioridade ao que realmente é prioritário - Bíblia, igreja, comunhão com outras família que vivem em Cristo etc. Falando em prioridades: O que mais destrói famílias hoje em dia é a falta delas.
Vivemos a era do fútil, do banal, do descartável. É frustrante saber de casais que tentam apaziguar suas crises com eventos, coisas, atrações, consumismo "nada a ver". É deplorável ver pais inventando agendas bobas, dando coisas tolas para "ganharem" filhos que, se já não estão perdidos, se perderão por esses e outros devaneios. O que creio é que nada faz sentido quando Aquele "do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome" (Efésios 3.15) deixa de ser o centro; quando Sua palavra se torna apenas um instrumento de escape, uma superstição e quando a Igreja se torna desnecessária. Nada faz sentido.
Sou levado a afirmar algo meio indigesto, talvez: A julgar pelo estilo de vida de boa parte das família evangélicas modernas, nas quais o mundanismo, o secularismo e outros "ismos" têm muito mais força e importância, vamos continuar assistindo a derrocada (às vezes lenta, às vezes rápida) de lares que de "evangélico" só tem o nome.
"Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam ..." - Salmo 127.1
- pr Aécio -

quarta-feira, 4 de maio de 2016

MINISTROS EVANGÉLICOS E FAMÍLIA

O desempenho do ministério está "uma bênção", mas a casa uma bagunça .. Como assim?!

Bom, vamos começar com I Timóteo 5.8: "Mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel." (1 Timóteo 5.8) - esse é um daqueles versículos que dispensa comentários. 

É muito frequente entre nós a triste verdade de que há obreiros cristãos se esforçando de maneira extrema para manterem seus ministérios (funções, obrigações, cargos eclesiásticos, etc.) impecáveis, enquanto suas famílias experimentam um roteiro de desastre. São muitos os casos de casamentos aos trancos e barrancos, de filhos desencaminhados, de finanças bagunçadas, de ausência generalizada de disciplina nas dinâmicas domésticas, de relaxo nas praticas devocionais e por aí vai.

É óbvio que esse comentário incomoda. Talvez incomode mais aqueles que têm "culpa no cartório" e ao mesmo tempo preguiça de começar a arrumação da casa. Afinal, colocar as coisas em ordem leva tempo e exige disposição. Dependendo do tempo de negligência e do tamanho do estrago, muita paciência e muita disposição! O bom alvitre diz que não adianta espernear quando a gente não tem razão, então, vamos deixar o Sr. Ego de lado? É preciso humildade (artigo de luxo em nossos dias) para reconhecer o erro fatal de querer manter um ministério supostamente bem sucedido "só pra inglês ver" com a família descendo ladeira abaixo. Não atentar para isso é, além de burrice, contribuir para o desastre total.

Por último, meus queridos companheiros, fica o alerta a todos nós: Se nossos ministérios, dons, vocações etc., não forem uma bênção primeiro em nossas casas, não o serão em lugar algum!

Um abraço a todos.

- pr Aécio -
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Este é o primeiro post de uma série em razão do mês da família na Ibero (Igreja Cristã Ibero-Americana)

quarta-feira, 25 de novembro de 2015

AOS PAIS COM CARINHO


 DO FACEBOOK DO PR AÉCIO
 


Queridos pais cristãos evangélicos,

Como todos vocês só tenho bons desejos, sempre que penso em minha prole. Oro e torço para que minhas cinco filhas sejam bem sucedidas na vida em todos os sentidos. No que depender só de mim, por exemplo, não permitirei que passem 1% das dificuldades que vivenciei durante o tempo da minha infância até a juventude. Quero vê-las prósperas, socialmente bem colocadas, bem sucedidas nas profissões que escolherem, com famílias bem constituídas no futuro, enfim, felizes e realizadas em tudo, como todo pai babão.

Mas, gostaria de compartilhar algumas coisas com vocês, pais. Alguns pensamentos que têm me incomodado: Como estamos contribuindo para a formação espiritual dos nossos filhos? Estamos influenciando ativa e positivamente no tocante a formar neles mais paixão e entrega ao Senhor, a fim de que tenham mais compromisso e envolvimento com Sua obra, Seu Reino? Quais incentivos, por exemplo, na área de vocação cristã estamos proporcionando a eles? Ou será que as próximas gerações não terão obreiros, pastores, evangelistas, diáconos, etc., por negligência nossa?

Outro dia soube que uma mãe disse "Deus me livre de meu filho se tornar missionário"! Outros podem achar que ser pastor é quase uma punição, logo, não desejam esse "mal" para um filho ou uma filha. Que pena... Que mentalidade pobre e anticristã. Mas, isso aí não é a exceção: É A REGRA! Mesmo que muitos não confessem, boa parte tem verdadeira paúra de que seu filhinho ou sua filhinha venha atender um chamado ministerial, de que atenda uma vocação para servir ao Senhor como ministro do Evangelho.

Tudo bem que muitos não serão obreiros ou ministros full time, dedicados 100% na obra de Deus. Uma pequena parte, mas muito pequena mesmo, vai se interessar por algum curso teológico com vistas a empregá-lo no serviço cristão. Mas, independente disso, todos podem ser incentivados a despertarem dons, vocações e chamados; todos podem ser orientados a oferecerem suas habilidades e conhecimentos na igreja local ou na comunidade que o cerca como servos, como testemunhas vivas do Evangelho.

Pensem com carinho nisso, queridos pais!

Um abraço.
pr Aécio

terça-feira, 29 de setembro de 2015

A “ADULTIZAÇÃO” DE CRIANÇAS - O FIM DA INOCÊNCIA



Já faz um tempo que ensaio escrever sobre esse assunto e acredito ser o momento oportuno. Escreverei estas poucas linhas com base numa inquietação que nasceu das minhas observações em relação a maneira como o mundo atual força as crianças a deixarem de ser crianças tão prematuramente. Não é novidade que nossos filhos e filhas são dia e noite e em todo lugar, bombardeadas pelas tendências de modas fomentadas exaustivamente pelas mídias, forçando-os a usar, fazer, ter e ser isto ou aquilo. Mas, o que mais me incomoda é ver que aqueles que deveriam cuidar da formação dos infantes, os pais, são os que mais contribuem para que a situação piore. Sim, existem pais que amam ver seus filhos com roupas de adultos, com penteados de adultos, com maquiagem de adultos, ouvindo músicas de adultos, assistindo filmes para adultos, lendo literaturas para adultos, jogando games para adultos, com poses de adultos, enfim, praticando e fazendo coisas que só adultos deveriam praticar e fazer – esse comentário não exclui pais evangélicos.

A propósito, há poucos meses envidei uma cruzada contra a atitude de pais que consentem com que filhos pequenos (4, 5, 6, 7, 8 anos, etc.) tenham perfis no Facebook. Na verdade, de uma forma indireta, quis denunciar o que para mim é um misto de comportamento negligente e idolatria por parte daqueles que acabam se tornando “paus mandados” de filhos ainda pequenos. Me dei muito mal – houve até família saindo da igreja, porém, não desisto da luta: Pais covardes, que cedem às próprias vaidades ou aos caprichos de filhos mimados,  são pais covardes e pronto! Não me arrependo e vou continuar na mesma empreitada.

Bom, voltando ao assunto, é triste ver a infância de menininhas e menininhos sendo massacradas e, cá entre nós, até ridicularizada. Tudo isso sob a anuência de pais e mães que acham bonitinho, engraçadinho, descoladinho e tal ver seus rebentos “fantasiados” de gente grande. Mas, não sabem esses pais que tudo o que permitem e incentivam seus filhos a fazerem hoje pode repercutir de forma negativa no resto de suas vidas? Na fase adulta, por exemplo, muitas pessoas acabam sofrendo distúrbios psicológicos terríveis em razão de uma infância mal orientada, mal conduzida ou mal formulada.

Olhem ao seu redor e percebam menininhas pequenas com roupas sensuais e maquiagem pesada, erotizadas, produzidas por mamãe que ainda por cima as expõem sem nenhum constrangimento no Facebook ou no Instagram - depois se enchem de um orgulho (bobo) pelo tanto de curtidas e comentários (muitas vezes bobos também) quando deveriam se questionar: É certo que estamos fazendo?

O que dizer dos pais que desde cedo inventam de vestir os filhos que nem sabem falar como o artilheiro de seu time do coração, com direito a corte de cabelo igualzinho e tudo? Que tipo de gente esses pais estão formando? Que mentalidade esses pais estão construindo em seus filhos? Quais referências ou parâmetros no futuro essas crianças terão? De funkeiras e celebridades muitas vezes promíscuas, drogadas, rebeldes, com pouca ou nenhuma consideração aos próprios pais e família? É lamentável, mas parece que sim!

Termino com alguns apelos aos pais:

- Deixem as crianças serem crianças;
- Não as perturbem com suas maluquices e paranoias, nem mesmo com aquelas frustrações, projeções ou fixações pessoais;
- Conduzam seus filhos com sabedoria e os deixem em paz para que eles vivam suas próprias histórias;
- Não os forcem a ser isto ou aquilo com o intuito de ganharem dinheiro ou para serem famosos ou algo assim – filhos jamais deveriam ser vistos como “fonte de renda”;
- Não façam de seus filhos caricaturas de gente grande, expondo-os muitas vezes em vídeos e fotos que podem fazer as pessoas rir hoje, mas amanhã podem fazer vocês mesmos chorarem de arrependimento por as terem forçado a ser aquilo de que nem tinham noção;
-Não sejam “exterminadores” da inocência de seus filhos.

O preço pode ser muito caro se vocês, pais, fizerem sua parte mal feita agora.

“Pais, não irritem seus filhos; antes criem-nos segundo a instrução e o conselho do Senhor.”  -  Efésios 6.4

- pr Aécio -

terça-feira, 19 de maio de 2015

A-D-U-L-T-É-R-I-O


Adultério. Essa palavra parece não estar mais causando a consternação e o nojo que deveria causar. Nem mesmo o meio evangélico parece sentir mais a consternação que a prática infernal do adultério deveria provocar. Crentes comuns e ministros do Evangelho caem nesse buraco sem fundo todos os dias e, burramente, alguns deles tentam encontrar justificativas para tal insanidade. 

Hoje em dia não é raro, por exemplo, pastores e celebridades gospel adulterarem, se divorciarem e depois pousarem de “casalzinho” em selfies no Facebook... São muito caras de pau mesmo – me perdoem se isso soa meio grosseiro, mas esse tipo de comportamento pecaminoso não merece a mínima consideração (é só a minha opinião).  

O mal, os danos, enfim, as desgraça que o adultério causa numa família por si só deveria fazer alguém (homem ou mulher) que esteja praticando ou pensando em praticar esse pecado dantesco sentir a ardência do inferno. Já tratei de casos em que vítimas de adultério passaram a se sentirem um lixo por vários e vários anos. Algumas dessas vítimas entraram naquele beco estreito, escuro e sem fim chamado “depressão”, de onde algumas nunca mais sairão de lá. Vi tanto homens quanto mulheres desolados, considerando o suicídio como a única saída, depois de serem traídos por cônjuges antes tidos como santos. Assisti a revolta de filhos e ouvi lamentos que me doeram por dentro. Ouvi de um garoto de quatro anos uma frase chocante, dita logo após ser abandonado pelo pai que se foi com a amante: “Quando crescer vou dar um tiro na cara do meu pai”. Desolador isso, não? 

A Bíblia inteira é muito dura quanto ao o adultério (e demais pecados sexuais). Jesus foi muito duro com o pecado de adultério, em várias epístolas os apóstolos censuram veementemente o adultério. Então, a pergunta é: Por quê as igrejas evangélicas têm sido cada vez mais tão complacentes com essa perversão?
Por último, fica o alerta para quem está preso nesse emaranhado do inferno chamado adultério e para quem está pensando em “pular a cerca”: 

"Vocês ouviram o que foi dito: ‘Não adulterarás’.
Mas eu lhes digo: qualquer que olhar para uma mulher para desejá-la, já cometeu adultério com ela no seu coração.
Se o seu olho direito o fizer pecar, arranque-o e lance-o fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ser todo ele lançado no inferno.
E se a sua mão direita o fizer pecar, corte-a e lance-a fora. É melhor perder uma parte do seu corpo do que ir todo ele para o inferno". - Mateus 5.27-30 

Um abraço.

- pr Aécio 

(do Facebook da Ibero)

terça-feira, 30 de setembro de 2014

LOBBY DA PEDOFILIA: ESTÁ BEM NA SUA PORTA

 Via: CACP



Quem antes dizia que a agenda cultural da esquerda leva, inevitavelmente, à defesa de abominações como a zoofilia, necrofilia e a pedofilia, era considerado louco.

Isso só poderia ser paranoia de gente muito careta, certo? Errado!

Infelizmente, os piores temores são sempre passíveis de encontrar a realidade quando se trata de lobbys organizados da esquerda e sua fúria contra a família tradicional…

Em artigo intitulado “Pedofilofobia”, publicado na Folha de S. Paulo, no último dia 21, o filósofo Hélio Schwartsman questionou a decisão da Justiça que mandou recolher todos os exemplares da revista Vogue Kids.

A revista trazia fotos de adolescentes em poses sensuais. Schwartsman argumenta que a decisão judicial é “uma forma de censura”.

“A determinação judicial não constitui uma forma de censura? Ainda que se admita que as imagens sejam sensuais, isso configura um caso em que o Estado deveria ser acionado para passar por cima da autonomia das jovens modelos e de seus pais que autorizaram a participação na campanha?”

De saída, o que mais impressiona é o filósofo questionar se adolescentes em fotos sensuais realmente configura um caso que merece intervenção.

Mas ele se supera no parágrafo seguinte:

“Penso que a liminar viola o princípio da liberdade de expressão e que, mesmo que julguemos que a exposição das meninas em cenas insinuantes seja algo a evitar, o tipo de prejuízo psicológico com o qual estaríamos lidando aqui só é magnificado pela judicialização do caso.”

Quais prejuízos psicológicos podem sofrer meninas impedidas de serem exploradas em fotos sensuais para fins comerciais?

Schwartsman revela aqui sua boçal ética utilitarista: se uma menina, recém-saída da infância, se sentir bem em ter seu corpo exposto de forma sensual, então, tudo bem.

Em seguida, de forma surpreendente, o filósofo reclama:

“Por que, então, tanta gente apoia as investidas de promotores contra tudo o que aproxime crianças de sexo?”.

A resposta dele é que somos histéricos e temos sensibilidades “superaguçadas”:

Será que para Hélio Schwartsman os que se preocupam com a proteção da integridade física e moral de crianças e adolescentes são todos tirânicos ?

Os que se e se inflamam diante de casos de abuso sexual de menores são histéricos?

Julio Severo já havia desmascarado o utilitarismo do filósofo quando o mesmo defendeu o aborto (com base em dados suspeitos, como de hábito no Brasil).

Schwartsman não fez uma defesa da pedofilia. Mas abriu um precedente perigoso. Foi o primeiro articulista, em um jornal de prestígio, a instrumentalizar o discurso em defesa da liberdade para relativizar a preocupação da sociedade em combater a pedofilia.

Lobby da pedofilia ganha força na Europa e nos EUA

Se o filósofo brasileiro não defendeu a pedofilia, outros intelectuais (estrangeiros) já o fizeram de forma bastante clara. Gente que influencia a (mimética) intelectualidade tupiniquim.

O biólogo e ateu militante Richard Dawkins declarou, no ano passado, que a “leve pedofilia” não é algo tão condenável assim. Ele usou como exemplo seu próprio caso na infância, quando um professor o teria colocado no colo e depois metido as mãos dentro de seu short.

Segundo o biólogo, o professor teria feito isso com vários alunos, mas não acha que nenhum deles sofreu algum tipo de dano permanente. Tampouco acha que pode julgá-lo com base nos critérios e valores de hoje, já que isso ocorreu há décadas atrás.

Quer dizer, não importa se as vítimas de pedofilia sofrem até hoje. Não podemos julgar os pedófilos do passado com os “padrões da nossa época”.

Em 2012 o The Guardian (publicação inglesa de esquerda) trouxe um artigo de Jon Henley, intitulado “Pedofilia: trazendo os desejos da escuridão para a luz”. No famigerado artigo, o autor diz com todas as letras:

“Mas há uma convicção crescente, nomeadamente no Canadá, de que a pedofilia deveria ser classificada como uma orientação sexual diferente, como a heterossexualidade ou homossexualidade.”

Mesmo os leitores do Guardian, gente de esquerda, ultrajados, se manifestaram em cartas contra o artigo. Mas o jornal jamais se desculpou.

Não são apenas opiniões dispersas, aqui e ali, de forma desconexa.

A Associação de Psicologia Americana (APA), em recente edição do Manual Diagnóstico e Estatístico de Desordens Mentais, classificou a pedofilia como “orientação ou preferência sexual” em vez de desordem.

Conservadores denunciaram que a APA está “sob pressão dos ativistas da pedofilia”, e por isso, declararam que o desejo de sexo com crianças é também uma “orientação”. O vizinho que quer transar com a filha do vizinho é só um cara diferente.

Sim, agora progressistas de todo o mundo querem que a pedofilia seja considerada penas uma “orientação sexual diferente”. O pedófilo é apenas um “cara extravagante”.

“O escritor Alexandre Borges, diretor do Instituto Liberal, já havia denunciado a estratégia, em passo-a-passo” dos defensores da pedofilia pode ser resumida assim:

* Criar um eufemismo ou um novo nome para a pedofilia, abandonando o termo desgastado. Estão tentando emplacar algo como “amor intergeracional”.

* Tirar toda a responsabilidade individual do pedófilo: “ah, ele não tem culpa de se sentir atraído por crianças.”

* Fabricar estudos embusteiros e falsos para convencer a comunidade acadêmica e os formadores de opinião que é algo relativamente comum, que há farto material comprovando que a pedofilia é uma característica humana e que só é condenada pelo moralismo irracional burguês e cristão.

* A imprensa começa a abordar o assunto “sem preconceitos”, entrevistando os defensores do assunto na academia apenas para “abrir a discussão”.

* Filmes e novelas começam também a abordar o assunto “sem moralismos” e “humanizando” os pedófilos.

* O movimento ganha as ruas e é considerado uma forma de resistência contra a discriminação.

Alexandre Borges e Olavo de Carvalho foram os primeiros a alertar os brasileiros sobre a próxima etapa da campanha da esquerda pela destruição da família.

Olavo foi ridicularizado ou pouca atenção se deu ao resumo de Borges. Mas eis que estamos às portas de uma nova era de lobbys organizados. A primeira foi a dos movimentos LGBT.

Tudo isso ocorre primeiro na academia, depois na imprensa, até se torna lobby político.

Enquanto isso, os cristãos dão apoio a grupos políticos de esquerda que são receptores de todo esse tipo de demanda oriunda de lobbys organizados.

Muito se falou contra o preconceito aos que têm “preferências sexuais diferentes”. Esse discurso abre as portas para legitimização de todas as práticas sexuais.

O lobby da pedofilia é a próxima etapa.

A preferência por partidos de esquerda dentro das igrejas custará muito caro para as famílias brasileiras. Todos os que contribuem com o fortalecimento de grupos políticos alinhados aos lobbys do sexo alternativo são responsáveis pelo que virá a seguir.

Fonte: GospelPrime – Divulgação: www.juliosevero.com

sexta-feira, 23 de maio de 2014

DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO: PODE OU NÃO PODE?





A razão de ser do divórcio é para legalizar ou "legitimar" um outro casamento. Também serve para fugir do compromisso assumido. Os homens querem divórcio, mas qual é o ensino da Bíblia? Uma norma básica da hermenêutica correta é começar pelos textos claros para depois ver quaisquer textos ambíguos ou que oferecem alguma complexidade. Assim faremos a seguir.

01. "Guardai-vos em vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade. Porque o SENHOR, Deus de Israel, diz que odeia o repúdio" (Mal. 2.15-16). Aqui temos uma declaração solene -- O SENHOR odeia o divórcio. Dificilmente então Ele poderá aboná-lo. Ele eventualmente tolera, assim como Ele tolera o pecado. Aliás, suponho não existir divórcio sem pecado.

02. Lucas 16.18 nos apresenta a maneira básica em que Deus encara a questão, pois é uma declaração do Senhor Jesus: "Qualquer que deixa sua mulher e casa com outra, adultera; e aquele que casa com a repudiada pelo marido, adultera." Se aquele que casa com a divorciada "adultera", é porque o primeiro casamento ainda existe aos olhos de Deus.

03. Respondendo aos fariseus, em Marcos 10.2-5, o Senhor Jesus esclarece que Moisés permitiu aos homens repudiar mulher "pela dureza dos vossos corações". Nem aqui, nem em Mateus 19.3-9, aparece a idéia de "parte inocente". O divórcio geralmente se fundamenta em dureza de coração -- até hoje.

04. "Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, e serão os dois uma só carne: . . . Portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem" (Mc. 10.7-9). Fica claro que o ideal que Deus coloca é a monogamia -- "a sua mulher" é singular, "os dois" só pode dizer respeito a um homem e uma mulher. (É "dois", não três, quatro, cinco, etc. "Os dois" não pode dizer respeito a dois homens, a homem com animal, a mulher com demônio, ou como queira -- não pode.) Quando um homem e uma mulher se unem, passam a ser "uma só carne" e essa união Deus tem como sagrada -- "portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem". Qualquer homem! Inclusive os próprios cônjuges. Eis aqui uma nítida proibição contra o divórcio. Nem os próprios cônjuges podem separar o que Deus ajuntou. Aliás, parece claro que nada que depois possa ocorrer altera o fato de ter acontecido a união -- "uma só carne" se fez, e fica. Outras eventuais uniões complicam a situação (o pecado sempre complica) mas são incapazes de fazer com que a primeira união inexista. É exatamente por isso que Deus chama as outras uniões de "adultério" -- se a primeira união tivesse sido desfeita, a palavra "adultério" não seria mais cabível, pois a palavra diz respeito precisamente à infidelidade a uma união ainda em pé.

05. É isso que Jesus afirma nos versos 11 e 12 (ainda Mc. 10): "Qualquer que deixar a sua mulher, e casar com outra, adultera contra ela. E, se a mulher deixar a seu marido, e casar com outro, adultera." Em Lucas 16.18 a mulher é apresentada como passiva - é deixada, aí tomada por outro. Aqui (v. 12) ela é apresentada como tomando a iniciativa-é ela que deixa o marido. Conclusão: quer seja o homem quer seja a mulher que toma a iniciativa, no momento que se une a outro(a) adultera, pois a primeira união ainda existe.

06. Em Mateus 5.27-28 lemos assim: "Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela." É claro que adulterar no coração não desfaz a primeira união, e adulterar de fato também não a desfaz. Mateus 5.31-32 repete material que já comentamos, mas acrescenta a ressalva, "a não ser por causa de prostituição". Como a ressalva se repete em Mateus 19.9 e o contexto lá é mais amplo, vou comentá-la dentro do contexto de Mateus 19.3-10. Vamos lá.

07. Os fariseus chegam ao pé de Jesus perguntando se era "lícito ao homem repudiar sua mulher por qualquer motivo". Respondendo, Jesus apela para o propósito do Criador, ou seja, a monogamia, e repete a proibição contra o divórcio, "o que Deus ajuntou não o separe o homem" (incluindo os próprios cônjuges, presumivelmente). Aí eles não gostaram e puxaram a "carta de divórcio" falada por Moisés. Aí Jesus retrucou: "Moisés por causa da dureza dos vossos corações vos permitiu repudiar vossas mulheres, mas no princípio não foi assim." Notem bem, "Moisés permitiu", mas a idéia do Criador não foi bem essa, e Moisés permitiu "por causa da dureza dos vossos corações" (nada de "parte inocente"). Até aqui não encontramos nada que permita dizer que Deus abona o divórcio, mas vamos à "ressalva".

08. "Eu vos digo, porém, que qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério; e o que casar com a repudiada comete adultério." A questão chave é o sentido exato de "fornicação". No Novo Testamento, o termo diz respeito a prostituição (seria o sentido central), sexo premarital, incesto e homossexualismo. Não há caso claro para defender o sentido de "adultério". Aliás, em Mateus 15.19, Marcos 7.21, 1 Coríntios 6.9 e Gálatas 5.19, "fornicação" e "adultério" são apresentados como coisas diferentes, distintas e seria de estranhar se o Espírito Santo fosse depois confundir as duas coisas. No caso em pauta (Mt. 19.9) seria como que insultar o Espírito Santo dizer que "prostituição" tem apenas o sentido de "adultério" -- seria imputar uma desonestidade a Ele, ou no mínimo dizer que Ele visava confundir o leitor. Se o sentido desejado fosse "adultério", então o Autor teria feito escrever "adultério". Aliás, o fato de Jesus ter dito "fornicação" vale dizer exatamente que o casamento não tinha se concretizado ainda, pois caso contrário Ele teria dito "adultério". É exatamente por isso que me parece mais provável tratar-se de um caso semelhante ao dilema do José perante a Maria, grávida mas não por ele. Na cultura de então, uma vez desposada uma mulher era tida como pertencendo ao noivo, mesmo antes do casamento e a consumação da união física. Se, antes do casamento propriamente dito, ficasse provado que a noiva não era mais virgem (tendo havido fornicação, fatalmente), normalmente o noivo desmancharia o casamento, recusando-se a casar de fato com ela. A noiva seria repudiada e se o homem depois casasse com outra não haveria adultério, pois nunca se uniu sexualmente com a primeira. Se outro depois casar com a dita não será adultério porque embora deflorada não chegou a se casar. Em verdade, Mateus 19.9 não contraria Lucas 16.18 e Marcos 10.11-12; as três passagens são unânimes -- para Deus não existe divórcio. Só a morte desfaz a união matrimonial. Infidelidade complica, mas não desfaz. É por isso que Jesus chama qualquer segundo casamento de "adultério" pois a primeira união ainda existe. Parece claro que os discípulos, na hora, entenderam assim. Vejam só.

09. "Disseram-lhe seus discípulos: Se assim é a condição do homem relativamente à mulher, não convém casar" (Mt. 19.10). Ora veja, porque tanto desespero? Obviamente a palavra de Jesus foi muito dura para eles. Eles estavam acostumados com a facilidade permitida por Moisés, embora existissem na época várias posições quanto ao tipo de coisa que justificaria o divórcio. Mas parece que todo mundo concordava em que a infidelidade justificava o repúdio -- pelo menos isso. Milhares múltiplos de homens têm aceitado o casamento não pensando em saída a não ser (que Deus nos livre) por uma eventual infidelidade da mulher -- então essa interpretação parece inadequada para explicar a reação dos discípulos. É que Jesus simplesmente fechou a porta -- não existe divórcio que permita casar de novo. Só a morte abre a porta outra vez. Senão, vejamos.

10. "Não sabeis vós, irmãos (pois falo aos que sabem a lei), que a lei tem domínio sobre o homem por todo o tempo que vive? Porque a mulher que está sujeita ao marido, enquanto ele viver, está-lhe ligada pela lei; mas, morto o marido está livre da lei do marido. De sorte que, vivendo o marido será chamada adúltera se for doutro marido; mas, morto o marido, livre está da lei, e assim não será adúltera se for doutro marido" (Rom. 7.1-3). "Vivendo o marido será chamada adúltera" - nada de "parte inocente", nada de divórcio; enquanto o primeiro cônjuge estiver com vida a união existe e qualquer união a mais se caracteriza por "adultério". Só a morte desfaz a união. Ver 1 Coríntios 7.39 também.

11. Voltando a Mateus 19 atentemos para a resposta de Jesus diante do desespero dos discípulos (vv. 11-12): "Ele, porém, lhes disse: Nem todos podem receber esta palavra, mas aqueles a quem foi concedido. Porque há eunucos que assim nasceram do ventre da mãe; e há eunucos que foram castrados pelos homens; e há eunucos que se castraram a si mesmos por causa do reino dos céus. Quem pode receber isto, receba-o." Vejam que coisa, onde já se viu! Porque que Jesus puxa exatamente o assunto de eunuco a essa altura? Pois então, eunuco tem relações sexuais? Parece claro -- Jesus está dizendo que quem se separar de sua mulher deve então viver como "eunuco"; nada de novo casamento até que o primeiro cônjuge morra.

12. Resta comentar 1 Coríntios 7.10-17: "Aos casados mando, não eu mas o Senhor, que a mulher se não aparte do marido. Se, porém, se apartar que fique sem casar, ou que se reconcilie com o marido; e que o marido não deixe a mulher" (vv. 10-11). Tudo é coerente -- nada de divórcio. Mesmo em caso de separação, que fiquem sem casar! Isso para casal crente, mas será que para casal misto as regras vão ser outras? Observar, por favor, que é o Senhor que manda ficar sem casar. Depois, no verso 12, Paulo oferece uma opinião sua.

13. Após afirmar que a parte crente não deve nunca deixar a parte descrente, o apóstolo pondera: "Mas, se o descrente se apartar, aparte-se; porque neste caso o irmão, ou irmã, não está sujeito à servidão; mas Deus chamou-nos para a paz" (v. 15). Agora, se quando um cônjuge crente se aparta não é permitido ao outro casar novamente, com que lógica poderia se supor que a regra muda no caso de descrente? Porque? Como? Obviamente não procede. (A opinião de Paulo vale mais que o mandamento do Senhor?) Aliás, a parte crente é conclamada a um esforço especial, a mais, para ver se ganha a outra. Agora, se o incrédulo faz questão de separar-se o crente não é obrigado a tentar acompanhar a todo custo-seria uma servidão e contra a paz, pois estaria comprando briga com o descrente. Não tem nada no texto que justifique a idéia de que o crente abandonado tenha direito a outro casamento, absolutamente. Tanto é que o apóstolo encerra o capítulo reiterando que só a morte libera o sobrevivente para novo casamento (1 Co. 7.39).

14. CONCLUSÃO: Para Deus não existe o divórcio. Nunca é lícito contrair um segundo casamento enquanto o primeiro cônjuge estiver com vida. Deus leva o sexo a sério! Tanto assim que ele decreta a pena de morte para certos abusos. Qualquer tipo de incesto acarreta a morte; a prática homossexual acarreta a morte; ter sexo com animal acarreta a morte; ter relação sexual com mulher em menstruação acarreta a morte-ler com atenção Levítico 20.10-21. Porque Deus reage de forma tão severa? Suponho que seja pelo seguinte: os últimos três procedimentos destroem a semente do homem (o primeiro deturpa), e é a semente que transmite "a imagem do Criador". Ele não criou o sexo para o nosso prazer, a não ser num plano secundário, e sim para garantir a continuidade da raça. O propósito precípuo da criação é para glorificar a Deus, não para satisfazer os desejos dos homens. Qualquer argumento que se prende ao prazer ou à conveniência dos homens é suspeito e inadequado. O humanismo invade cada vez mais as igrejas evangélicas, mas o humanismo é idolatria e é contrário a Deus. Tem mais uma; até nessa severidade para com o sexo Deus está prevendo o bem estar da raça humana. Em Mal. 2:15 lemos assim: "Não fez Ele somente um? . . . E porque somente um? Ele buscava uma descendência temente a Deus. Portanto cuidado com vosso espírito, e ninguém seja desleal para com a mulher da sua mocidade." A palavra traduzida 'um' é ehad, que inclui pluralidade dentro da unidade. Entendo que a referência é a 'uma só carne'. O uso responsável do sexo visa evitar o aviltamento da raça-o temor de Deus serve para isso também.

Muito bem, Deus não queria o divórcio nunca, mas que fazer perante as confusões e complicações já existentes?

15. A Bíblia nunca usa a expressão "viver em adultério"; usa sim "cometer adultério". Mesmo tendo começo adúltero, uma segunda união também tem existência e é reconhecida por Deus. Perez entrou na linha do Messias embora sendo produto da união vergonhosa de Judá e Tamar (Gn. 38). A prostituta Raabe passou a ser tataravó do rei Davi apesar de sua vida sórdida. O exemplo culminante deve ser o de Davi e Batseba. Sua união teve início da maneira mais pecaminosa e criminosa possível (adultério e assassínio, bastante covarde, aliás), mas mesmo assim Deus a reconheceu e inclusive a abençoou ao ponto de colocar o fruto dessa união, Salomão, no trono e inclusive permitir que ele construísse o templo, que Deus destacou com sua glória Shekinah. Quer dizer, se alguém está vivendo fielmente com um segundo cônjuge a frase "vivendo em adultério" não se aplica, mesmo que cometeram adultério ao dar início à união. Uma vez que existe uma segunda união, ela existe tanto quanto a primeira e não há como desfazê-la. Um segundo divórcio nada resolve.

16. Aliás, há um procedimento que Deus terminantemente proíbe. Depois que uma mulher casa com um segundo homem não poderá voltar ao primeiro nunca, mesmo que esse venha a morrer, inclusive (Dt. 24.1-4). O expediente de exigir de uma mulher recém-convertida, que já passou por duas (ou mais) uniões, que volte ao primeiro marido é tristemente antibíblico só faz desgraça.

17. Sei que existem casos horripilantes, de abuso até criminoso por parte de um dos cônjuges, onde a separação torna-se uma necessidade inclusive para evitar a morte prematura de uma das partes. A violência pode justificar a separação, mas não um novo casamento. Ao meu ver, um dos aspectos mais desgraçados do pecado é que quase sempre as consequências piores recaem sobre terceiros, muitas vezes verdadeiramente inocentes no que diz respeito ao pecado cujas consequências estão sofrendo. Passamos a vida vitimando e sendo vitimados. E daí? Podemos desfazer ou escapar? Mesmo quando o caso é totalmente trágico, injusto, repugnante? Via de regra, não. O jeito que tem é nos valer da graça de Deus e "correr com paciência a carreira que nos está proposta; olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual pelo gozo que lhe estava proposto suportou a cruz desprezando a afronta e assentou-se à destra do trono de Deus" (Hb. 12.2).

18. Pecado é pecado e pecado tem castigo, mas também tem perdão (menos a blasfêmia contra o Espírito Santo). O passado está fora do nosso alcance; não podemos alterá-lo nem podemos desfazer os nossos pecados, mas o sangue de Cristo pode cobrir o passado e nos purificar do pecado. As qualificações para serviço na Igreja de Cristo são colocadas em tempo presente. (E quem entre nós tiraria nota dez em todas as qualificações?) Apesar do passado, Deus lida com a gente no presente com base na nossa realidade atual. Contudo, parece existir um "senão".

19. Há graça e perdão, mas nem por isso ficamos livres das consequências dos nossos pecados nesta vida. É certo que parece existir diferença entre pecado deliberado depois de convertido e o que se fez antes. Paulo explica que embora chegasse a perseguir os crentes (até a morte) [ele estava executando, não assassinando - existe uma diferença fundamental], alcançou graça e um ministério (bem destacado, por sinal) porque o fez "ignorantemente, na incredulidade" (1 Tim. 1.12-14). Depois de convertido ele subjugava seu corpo para que "eu mesmo não venha dalguma maneira a ficar reprovado" (1 Co. 9.27). O pecado pode desqualificar para o ministério -- isto fica claro em 1 Timóteo 3.1-12, entre outras passagens. Lá está "marido de uma só mulher". Em Malaquias, "o SENHOR odeia o divórcio" se insere num contexto maior onde Ele esta castigando os sacerdotes que divorciaram suas esposas. Em Mal. 2.13-14 Deus afirma que exatamente por isso Ele não olha mais para suas ofertas. Tudo indica que Deus não quer nem sacerdote e nem pastor divorciado, e reterá a benção se teimarem mesmo assim (pior ainda se divorciaram depois de convertidos).

 Dr. Gilberto Pickering Brasília, 04/04/2001

 Obs.: Debaixo da Lei de Moisés, que foi dada por Deus, adultério acarretava a pena de morte (Lev. 20.10). Com isso, já que a morte libera, as pessoas "viúvas", os cônjuges sobreviventes poderiam casar novamente. Quando uma sociedade não executa adúltero, não existe a saída que essa morte traria.

terça-feira, 13 de maio de 2014

FAMÍLIA: O PROBLEMA DA “DESEDUCAÇÃO” DOS FILHOS




Sou do tempo em que os filhos compreendiam os pais apenas pelo olhar deles – graças a Deus, que tempo bom aquele!

Vivo num tempo em que os filhos desprezam e desonram em quase tudo os pais – Deus tenha misericórdia desse tempo, desses filhos!

Parece que as coisas vão de mal a pior em matéria de educação de filhos. Há pelo menos duas coisas que contribuem para que não vislumbremos um horizonte muito animador: A primeira é a blindagem que o hiper protecionismo, que as leis e estatutos oferecem aos mesmos, como em algumas abordagens do ECA, por exemplo; a segunda recai sobre os pais mesmo: Pais frouxos, cúmplices dos erros dos filhos e ausentes no que tange à disciplina dos mesmos. Tudo isso resulta na soma geral dos fatores que contribuem para a formação de indivíduos descomprometidos com os valores éticos e morais mais básicos. Como resultado último, o que se deve esperar é uma sociedade mergulhada no caos – que é exatamente o que estamos presenciando em nosso dia a dia.

Já vi criança dar tapa na cara da mãe em fila de supermercado; já presenciei cena de filho mandar pai e mãe “praquelelugar”; já vi filho fazendo pai e mãe corarem de vergonha ao exporem publicamente assuntos que deveriam ser mantidos entre as paredes da casa; já ouvi adolescentes vociferando “cala a boca idiota” para a mãe; já ouvi filhos fazendo comentário sobre a mãe chamando-a de “burra” e comparando o pai a um “cavalo”, etc. – escreveria mais algumas páginas só das coisas que vi ouvi, além das que me contaram.

Por outro lado, vejo sociólogos, filósofos, psicólogos, pedagogos, professores e outros estudiosos responsáveis pela formação dos futuros cidadãos às voltas, na tentativa de darem respostas sobre o que anda acontecendo com as gerações mais novas. Porém, nem eles mesmos conseguem chegar a um consenso, a um diagnóstico preciso, algo que explique com exatidão os “por quês” de comportamentos assustadores tais como:

·         Aumento do consumo de álcool e drogas;
·         Promiscuidade e perversão sexual;
·         Vandalismo e violência gratuita;
·         Incursão prematura no mundo do crime;
·         Desrespeito a tudo e a todos, inclusive às leis e às autoridades;
·         Indiferença aos estudos e aversão à religião;
·         E outros.

Se nem os especialistas conseguem achar respostas necessárias, quem sou eu para arriscar?! Contudo posso especular, conjecturar, supor e propor minhas opiniões, mesmo que isso me custe algumas críticas.

A princípio, penso que a deseducação verificada nas crianças e jovens hoje é, em grande parte, um problema que começa em casa, fruto da ausência de posturas mais enérgicas ou restritivas no ambiente familiar. Há muitos lares onde quem manda, quem dita as regras são os filhos – principalmente aqueles que são cobertos de mimos e privados de obrigações e responsabilidades; que comem o que querem, quando querem, do jeito e onde querem; que bagunçam tudo e não precisam arrumar o que desorganizam; que não são retaliados em suas malcriações e grosserias; que desobedecem pelo simples prazer de desafiar os pais; etc.

Outro aspecto importante, penso, é a decadência das instituições e dos governos em geral. Por exemplo, ambientes escolares antigamente eram redutos de extrema confiança. Lugares aonde a moral, a ética e os bons costumes vinham acompanhando a busca pelo saber. Hoje em dia nem mesmo as escolas são seguras para a formação integral dos indivíduos. Muitos que iniciam a vida sexual aos 12, 13 anos, ou tomam o primeiro gole de bebida alcoólica, ou fumam o primeiro baseado, em boa parte dos casos o fazem a partir de influências no próprio espaço escolar! Fora isso, vemos péssimo exemplo das autoridades constituídas, estas que vez por outra aparecem nas mídias, protagonizando os mais diversos escândalos de corrupção, de abuso de poder ou que simplesmente governam para seus próprios interesses.

Um abraço!

pr Aécio