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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

CARREGADORES DE CRUZ


Vivemos um tempo, um período de nossa história, denominado pós-modernismo, em que o ideal filosófico chamado de neo-humanismo, que tem a vontade do homem como leme do barco que conduz a humanidade, é quem dá as regras em nossa sociedade secular. Em resumo, o homem faz aquilo que for bom para si. Entenda-se bom, como aquilo que agrada sua natureza carnal. Essa forma de pensar oferecida pelo neo-humanismo, propõem o relativismo na forma de viver da sociedade, buscando anular inclusive os valores absolutos (ética), e fundamentais à vida comunitária. Porém “se Deus existe (Hb 11.6), há uma forma singular de viver”.

Os apóstolos Paulo e Pedro (2Tm 3.2) (2Tm 4.3) (2Pe 3.2,3), falando sobre os últimos dias, termo teológico que se refere ao período compreendido entre os dois adventos de Jesus, sua morte, ressurreição e assunção e sua futura vinda para resgatar a igreja, destacam o comportamento egoísta que tem sido levado a efeito em nossos dias.

O apóstolo João falando a respeito do relacionamento da igreja com o mundo (sociedade caída que se opõem e se organiza de maneira contraria a vontade de Deus), diz: “Não ameis o mundo, nem as coisas que há no mundo. Se alguém amar o mundo, o amor do Pai não está nele; porque tudo o que há no mundo, a vontade da carne, a vontade dos olhos, e a soberba da vida, não procedem do Pai, mas do mundo, e o mundo passa bem como sua vontade, aquele porém que faz a vontade de Deus, permanece eternamente” (1Jo2.15-17). O texto de João estabelece o antagonismo entre a vontade de Deus e a vontade do mundo, vontades que se apresentam uma na contramão da outra.

A forma de viver desse mundo exerce pressão sobre a vida da igreja, buscando mudar seus hábitos, costumes e por fim seu caráter, uma vez que cada cristão vive sua luta pessoal da carne contra o espírito (Rm 7.15-25) (Gl 5.17). Vejamos que em 2Tm 4.10, o apóstolo Paulo diz que Demas, um cooperador seu, o desamparou por ter amado o mundo, quando ele escreve aos romanos (Rm 12.2), diz: “não se conformem com esse mundo”, e satanás quando tentou a Jesus no deserto (Mt 4,8), em uma das investidas, ofereceu a Ele a glória desse mundo.

Jesus diz que para sermos amigos de Deus precisamos fazer sua vontade (Jo 15.10), vontade essa que por muitas vezes recebemos como algo ruim, por não acreditar naquilo que diz o apóstolo Paulo (Rm 12.2), afirmando que a vontade de Deus é boa, agradável e perfeita. Jesus também disse: “Aquele que quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Popularmente temos a mania de utilizar o termo “carregar a minha cruz” atrelado ao conceito de que essa cruz significa alguma coisa ruim que temos que viver ao longo da vida. Porém Jesus parece não ter pensado nisso quando usou a frase em seu contexto.

A cruz para Jesus, conforme Jo 4.32, significava a vontade do Pai, ou a obra do Pai. Se a cruz de Jesus significava a vontade do Pai para sua vida, entendemos que nossa cruz significa a vontade do Pai para nós. A exemplo de Jesus, precisamos nos esvaziar de nós mesmos e tomar a forma de servo para poder cumprir a vontade de Deus para nossa vida (Fp 2.6,7). Em Mt 16.25, “aquele que quiser salvar a sua vida perdê-la-á, e quem perder a vida por minha causa achá-la-á”, Ganhar ou perder a vida, não tem um significado de morte e vida física, mas é uma metáfora do viver ou não a nossa vontade, pois o morrer para o mundo significa viver para Deus (Gl 2.20) (Fp 1.21).

Nosso cuidado ao longo da jornada deve ser de que o padrão secular não influencie nossa vida cristã. Lembramos que antes de sermos novas criaturas (2Co 5.17), vivíamos sob a potestade das trevas (Cl1.13), estávamos desgarrados, mortos em nossos pecados e delitos (Ef 2.1) e éramos inimigos de Deus (Ef 2.16), que na cruz desfez essa inimizade. Se não houvesse uma conversão, nossa vida em essência só tinha um fim, a condenação eterna.

Porém, Deus deu novo sentido a nossa vida quando fez cair sobre Jesus toda a nossa culpa, e pelas suas pisaduras fomos sarados (Is 53.1-12). Sarados agora, somos ministros da reconciliação (2Co 5.18), sal da terra e luz do mundo (Mt 5.13-16). Se esses não forem os significados de nossas vidas, para nada servimos, à semelhança do sal, que se não servir para salgar, para nada mais presta, senão para ser lançado fora e pisado pelos homens. Parafraseando o apóstolo Paulo em At 20.24, minha vida não terá valido a pena se ao seu fim eu não tiver vivido por completo a vontade de Deus. Quando a vida não tem significado, não se vive, se sobrevive!

A Deus toda a glória!

- pr Jefferson -
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Esboço da aula ministrada para a sala mista de adultos na Ibero Satélite, dia 27/10, baseada na lição de mesmo título da revista da EBD dos jovens "O Desafio do mundo pós moderno".

Um comentário:

  1. maravilhosa aula, e nem poderia ser diferente, com os professores (EBD) da Ibero e assim mesmo.Não pude estar presente, mas atraves deste esboço posso ver que quem esteve, ganhou e ganhou muito. Então, me resta ler e absorver o maximo. NÃO FALTEM NA EBD , quem falta perde o melhor. A PAZ

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