CLICA QUE AMPLIA |
Há um fascínio crescente por grandes concentrações, igrejas para milhares, templos enormes e espaços gigantescos preparados para ajuntamentos religiosos.
Enchem os olhos dos pastores e pregadores contemporâneos aquelas enormes (e exibicionistas) construções, feitas para abrigar milhares e milhares que se acotovelam em busca de milagres e demais “produtos” oferecidos nos balcões da fé oportunista. Há quem encare isto como um avivamento, um “mover de Deus”, um crescimento espantoso ou algo parecido. Mas, além do exagero cego, observo também certo entorpecimento naqueles que cultivam este olhar. Não vejo avivamento algum, nem o tal “mover de Deus”, muito menos crescimento. Neste último, pelo menos qualitativo, não!
Poucos são os ministérios, denominações, ministros ou pregadores que conseguem lidar com multidões sem perder o foco, sem cair na falácia de justificar seus feitos apenas pelos números constantes em suas audiências.
Os grandes ajuntamentos, as multidões, sempre foram um grande problema para Jesus, e continuam sendo para a igreja em nossos dias.
Para o discipulado, por exemplo, a multidão representa uma ameaça proporcional ao tamanho do ajuntamento. Quanto maior o ajuntamento, maior o risco de se promover alguns comportamentos que são potencialmente mortais para a formação de um genuíno discípulo. Vejamos alguns:
- A falsa conversão que se confunde com a simples mudança de opinião, religião ou crença.
- O efeito “Maria vai com as outras”, visto que para muitos a multidão por si só autentica o que é verdadeiro.
- O anonimato, que favorece o descompromisso ou o não envolvimento.
- A sensação de bem estar e conforto provocada pelo ambiente, que para muitos é mais importante que o ensino ou a doutrina.
- A facilidade de ser só mais um e de não ter que dar satisfação a ninguém, mediante atos e práticas pecaminosas.
- A pluralidade ou sincretismo religioso – todo mundo sabe que há quem pratique as famigeradas campanhas de prosperidade nas grandes catedrais evangélicas sem abandonar sua velha e tradicional religião.
- A migração para outros ajuntamentos na primeira “decepção” ou confronto.
Jesus concentrou todo seu tempo e energia num pequeno grupo. A igreja primitiva começou nas casas, formando pequenos grupos também. Tanto Ele, quanto aqueles que usaram a estratégia de pequenas reuniões desejavam favorecer ambientes onde os relacionamentos interpessoais davam a cor e o tom da fé. Desta forma, as pessoas obtinham maior atenção uns dos outros, além de desenvolverem com mais profundidade e maior intensidade a comunhão e o cuidado mútuos.
Tanto Jesus, quanto os líderes das “igrejinhas” que iam se formando davam ênfase à formação do caráter dos novos convertidos, querendo tão somente formar discípulos. Eles não estavam preocupados em fabricar consumidores de religião, como o que se constata em nossos dias. – pr Aécio
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