Lei Anti-Palmada: Opinião da população não vale nada para os ativistas contra os direitos dos pais
FONTE: BLOG DO JULIO SEVERO
A chamada Lei Anti-Palmada, que
deveria ter sido votada ontem na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados, foi adiada
por requerimento dos deputados evangélicos Anthony Garotinho, Ronaldo Fonseca e
Marcos Rogério. A atuação dos parlamentares evangélicos jamais teria sido
possível sem a mobilização da população, que telefonou, enviou e-mails, etc.
O Dep. Marcos Rogério apresentou
também reclamação oficial para que, em vez de votada apenas por um grupo
pequeno de deputados, a Lei Anti-Palmada seja votada por todos os deputados.
O deputado evangélico reclamou que,
usando de argumentos eticamente questionáveis, os parlamentares a favor da lei estão
fazendo de tudo para que o projeto não seja votado por todos os deputados.
O Relatório da Participação Popular
(Janeiro a Junho 2012), publicado pela Câmara dos Deputados, registra que esse
é um projeto de grande interesse de toda a população. O Relatório diz:
Síntese da participação
dos cidadãos sobre o tema:
∙∙
O dever de educar é da família, não devendo ser imposto pelo Estado;
∙∙
Os pais devem ter liberdade para educar seus filhos;
∙∙
É importante respeitar o direito de os pais disciplinarem seus filhos.
Extrato das opiniões
dos cidadãos sobre o PL 7672/2010:
“Não é necessário criar uma lei,
pois o assunto já é abordado pelo Código Penal e pelo próprio Estatuto da Criança
e do Adolescente. O Estado não pode interferir na educação dos filhos. Dar uma
palmada não é a mesma coisa que espancar.”
Diego
Willian Aguilar/SP
“Solicito que seja respeitado o
sagrado direito dos pais disciplinarem seus filhos. Por isso, imploro que não aprovem
o projeto de lei 7672/2010.”
Nanalião
Vicente Mendes/SP
“A aprovação do projeto de lei
retira dos pais a autoridade na educação dos seus filhos.”
Rosângela
Alves Justino/RJ
Relatório da Participação Popular (Janeiro a Junho 2012), página 25. |
De forma ainda mais contundente, o relatório mostra que 94% da população que se manifestou pelo telefone gratuito da Câmara dos Deputados (0800-619 619) se mostraram totalmente contrários à Lei Anti-Palmada.
O resultado poderia ser maior, pois
muitos dos meus leitores reclamaram no meu Facebook, Twitter e blog que os
atendentes do 0800-619 619 estavam dizendo que a Lei Anti-Palmada não estava em
pauta no dia da votação.
A informação que recebi é que
ativistas ligados à lei pressionaram o Congresso para dificultar a manifestação
popular. Então, quando o povo ligava se manifestando contra a Lei Anti-Palmada,
o atendente dizia que o projeto não estava na pauta do Plenário — o que é
verdade. Mas o que é igualmente verdade é que todos os atendentes sabem que essa
lei estava em pauta na Comissão de Constituição e Justiça, e se tivessem sido
honestos, poderiam sem problemas receber a opinião da população.
A posição da bancada evangélica
está dividida. Há deputados que são contra e deputados que são a favor.
Até o momento, a postura mais forte
veio de Magno
Malta, que disse: “Sempre provei para população, que família estruturada
reflete uma sociedade também estruturada. Filhos tem que ser educados pelos pais.
Não podemos interferir na educação e nos bons costumes familiares. É lógico,
que sou contra qualquer tipo de violência, mas Deus permitiu as mães corrigirem
os filhos com palmadas. Este tipo de correção é também uma forma de amor. É
melhor fazer uma criança chorar, do que ter que chorar no futuro.”
Contudo, não importa que 94% da
população sejam contra a Lei Anti-Palmada. E ainda que toda a bancada
evangélica fosse contra essa lei, o fato é que o governo de Dilma Rousseff,
especialmente a autora da lei, Maria do Rosário, jamais aceitarão uma derrota.
Se a lei se propusesse tão somente
a lidar com agressões contra crianças, seria mais uma medida para inchar leis
que já há em excesso, e todas as leis que já existem, especialmente o Estatuto
da Criança e do Adolescente, muitas vezes são interpretadas por funcionários
estatais como contra a disciplina de crianças.
Há numerosos casos, conhecidos por
mim e outros líderes cristãos, de pais cristãos sofrendo abusos por parte das
autoridades por causa das leis já existentes.
Há o caso do pastor que, ao
corrigir fisicamente o filho, foi ameaçado de ser levado ao Conselho Tutelar. O
garoto havia aprendido a denunciar os pais na escola.
Há o caso de um pastor luterano
que, ao beliscar um garoto que estava batendo em outros garotos numa partida de
futebol, foi parar no Conselho Tutelar.
Há o caso de um pastor que foi
parar no Conselho Tutelar por impedir a filha menor de ir a um baile funk de
noite.
Com as leis que já existem, pais e
mães que educam seus filhos estão sofrendo agressões do Estado, indo parar em
Conselhos Tutelares, etc.
Com
a aprovação de mais uma lei “contra
agressões às crianças”, mais agressões virão aos pais. E o pior é que os
deputados, que recebem elevados salários às nossas custas, gastarão
muito tempo e muito de nosso dinheiro para aprovar uma lei sobre um
assunto já amplamente tratado na legislação.
Essa é uma guerra dura. O governo
todo está pondo todo o seu peso nessa lei. A bancada evangélica está dividida.
E a opinião de 94% da população não
tem nenhum valor para os que querem, a ferro e fogo, aprovar a lei que, se
punir a palmada, vai agredir diretamente os pais. Se punir somente agressões,
tem o potencial de ser interpretada, como já vem ocorrendo nas outras leis já
existentes, contra os pais.
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