Quem
me conhece sabe que não gosto de futebol.
No
“país do futebol” isso soa como uma afronta – só que não. Minha postura não tem
nada a ver com minha fé ou com intolerância, e quando me perguntam o “por que” respondo:
Nem todo mundo gosta de jiló, ué!
Bom,
mas o que quero falar mesmo é sobre o oposto do que penso e sinto sobre
futebol. É sobre aquela postura exagerada de gostar tanto, mas tanto mesmo
dessa modalidade esportiva, que há até quem declare de peito estufado que até “morreria pelo
time do coração” - e há quem até mate também! Esses são os tais fanáticos, e
eles não são poucos.
Eles protagonizam cenas ridículas sem cerimônias, gritam, pulam, falam palavrões, roem as unhas, choram, fazem caretas e podem
até perder o controle se num final de campeonato seus times perderem para o arquirrival
– entenda-se por perder o controle a possibilidade de alguns se tornarem
violentos, depressivos, matarem e morrerem até!
A
propósito, nenhuma espécie de fanatismo combina com a fé cristã, nem mesmo o
fanatismo pela própria fé cristã – e acho até que quase tudo que escrevo aqui
pode ser aplicado às questões da fé ou da religião. Porém, como o assunto é
futebol, peço ao leitor que se concentre nisso.
Numa
pesquisa rápida na internet*, encontrei o seguinte sobre fanatismo:
“A
palavra fanatismo - do latim fanaticus
-, que vem de fanum = templo, lugar
consagrado, significa aquele que era o possuído pelo deus. Assim, fanatismo é a
cega obediência a uma ideia, servida com zelo obstinado, até exercer violência
para obrigar outros a segui-la e punir quem não está disposto a abraçá-la. É a
intolerância extrema para com os diferentes. Caracteriza-se como
estado psicológico de fervor excessivo irracional e persistente por qualquer
coisa ou tema, historicamente associado a motivações de natureza religiosa,
política ou esportiva (times de futebol).
Os
fanáticos possuem as seguintes características:
-
Agressividade;
-
Preconceitos vários;
-
Estreiteza mental;
-
Extrema credulidade quanto ao próprio sistema, e incredulidade quanto a
sistemas contrários;
-
Ódio;
-
Sistema subjetivo de valores;
-
Intenso individualismo.” (1)
“De acordo com o
Dicionário Aurélio, o fanático é o ser que segue de forma cega uma doutrina ou
um partido, mas outros dicionários apresentam significados mais extensos, como
o 'culto excessivo de alguém ou de alguma coisa; zelo religioso excessivo;
paixão política; intolerância; sectarismo; exaltação exagerada; faccionismo;
dedicação excessiva.' Estas conotações derivam de um ritual primitivo, durante
o qual os sacerdotes que cultuavam certas divindades, como Cibele e Belona,
entravam em êxtase e, neste estado, se cortavam, deixando fluir o sangue dos
seus corpos.” (2)
Diante
do exposto, qualquer crente fica mesmo é muito comprometido em todos os
sentidos, visto que o fanatismo não tem NADA de bom em si, NÃO contribui e NÃO acrescenta
algo positivo para o próprio fanático (a não ser prazeres imediatistas e
egoístas) ou para os outros – em outras palavras: fanatismo é inútil,
inconveniente e irritante.
Na hipótese
de ser um cristão evangélico confesso/praticante, e que ao mesmo tempo se
perceba fanático (para isso tem que ser muito honesto), aconselho-o a
reconhecer isso como fruto da natureza carnal, típica de quem ainda não
experimentou uma genuína conversão. Aconselho ainda a que seja humilde em
reconhecer o quanto tem sido prejudicado e o quanto tem incomodado as pessoas
ao seu redor com seus gritos, com seus palavrões, com sua irracionalidade,
enfim, com seu comportamento errático, com sua falta de bom senso e com a total
ausência de temperança.
Um
abraço.
- pr Aécio -
* (1)
Mosaico da Psicologia (2) Info Escola
Nenhum comentário:
Postar um comentário