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quinta-feira, 18 de junho de 2015

COMUNHÃO - TÁ DIFÍCIL!

"Não conte o número de amigos que você tem, mas o o número de amigos com quem pode contar."
A palavra comunhão, como conhecemos em português, vem da raiz grega “koinos” e dá origem a termos como “koinonia”, que dentre outros significados, “também significava estreita união e laços fraternais entre os homens.” (Dicionário Internacional de Teologia do Novo Testamento – Lothar Coenen e Colin Brown/Vida Nova 2ª edição, pág. 377). Pois bem, é sobre esse significado que quero soltar o verbo, comparando com alguns comportamentos que presencio ao longo da minha vida cristã.

Falar de comunhão na era de amizades virtuais “feicebuquianas” (desculpem o neologismo desengonçado) é tarefa quase impossível, pelo menos para mim. Tentar traduzir emoções e sentimentos nas frias linhas de um teclado, de qualquer que seja o aparelho é até uma afronta à nossa humanidade – mas é o que inocuamente insistimos em tentar. Não há “emoticons” ou “emojis” capazes de traduzir a dor de uma perda, o sofrimento de um coração partido pela saudade, a alegria esfuziante de uma conquista e sentimentos semelhantes, minha gente! De cara digo isso como um apelo: Não deposite todas as fichas em aparelhos eletrônicos, nem em seus recursos ou aplicativos, pelo amor de Deus! Essas coisas NUNCA substituirão as velhas e infalíveis formas de se relacionar. É preciso um retorno às relações de proximidade, ao abraço, ao olho no olho, à conversa em volta da mesa, às gargalhadas gostosas das conversas de ocasião, etc.

Mas ainda têm muitas coisas pra se falar sobre esse assunto, sobre a comunhão. Não posso atribuir (só) às tecnologias a falência das amizades sólidas e verdadeiras. Já de longa data a coisa vem se arruinando, se degringolando. O capitalismo, por exemplo, produziu no ocidente gerações de gente interesseira, cujos relacionamentos já se iniciam em fase terminal, de tão doentios que são.

As relações no mundo capitalista têm seu preço, e dependendo do caso, pode ser muito caro se relacionar hoje em dia – observe o mundo artístico, o mundo dos atletas e das celebridades, etc. e veja como (quase) tudo gira em torno de dinheiro, de status quo e de fama.

Mas, vamos ficar entre os simples mortais. Observo que nem nossas igrejas escapam dessa coisa de se “precificar” a aproximação entre pessoas. O que antes era amor fraternal, hoje pode ser interesse comercial, pode ser moeda de troca, pode ser apena um “toma-lá-dá-cá”. O que não falta hoje em dia entre nós é gente se aproximando umas das outras querendo obter lucro; querendo vender seu peixe; querendo mostrar seu produto; querendo obter alguma vantagem, enfim... Que dó, também, das nossas igrejas, gente! Mas não é só isso não. Tem aquela coisa da exclusão: Se é feio, se é pobre, se não tem “sangue azul”, se mora na favela, etc. conta. E como conta... Quem não se enquadra nos padrões de estética ou da última moda corre sérios riscos de não ser aceito nas rodas de “comunhão”, pode se queimar até mesmo em nossos circuitos cristãos ou evangélicos – que nesse caso não tem nada de cristão ou de evangélico!

O assunto é vastíssimo. Termino com um gostinho de "quero escrever mais". Porém, deixo dois versículos bíblicos que insistem naquilo que alguns de nós há muito desistimos:

“Permaneça o amor fraternal.” - Hebreus 13.1
“Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros ...” - I Pedro 4.8a

Um abraço.

- pr Aécio

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