"Não conte o número de amigos que você tem, mas o o número de amigos com quem pode contar." |
A palavra comunhão, como conhecemos em português, vem da raiz grega
“koinos” e dá origem a termos como “koinonia”, que dentre outros
significados, “também significava estreita união e laços fraternais
entre os homens.” (Dicionário Internacional de Teologia do Novo
Testamento – Lothar Coenen e Colin Brown/Vida Nova 2ª edição, pág. 377).
Pois bem, é sobre esse significado que quero soltar o verbo, comparando
com alguns comportamentos que presencio ao longo da minha vida cristã.
Falar de comunhão na era de amizades virtuais “feicebuquianas”
(desculpem o neologismo desengonçado) é tarefa quase impossível, pelo
menos para mim. Tentar traduzir emoções e sentimentos nas frias linhas
de um teclado, de qualquer que seja o aparelho é até uma afronta à nossa
humanidade – mas é o que inocuamente insistimos em tentar. Não há
“emoticons” ou “emojis” capazes de traduzir a dor de uma perda, o
sofrimento de um coração partido pela saudade, a alegria esfuziante de
uma conquista e sentimentos semelhantes, minha gente! De cara digo isso
como um apelo: Não deposite todas as fichas em aparelhos eletrônicos,
nem em seus recursos ou aplicativos, pelo amor de Deus! Essas coisas
NUNCA substituirão as velhas e infalíveis formas de se relacionar. É
preciso um retorno às relações de proximidade, ao abraço, ao olho no
olho, à conversa em volta da mesa, às gargalhadas gostosas das conversas
de ocasião, etc.
Mas ainda têm muitas coisas pra se falar sobre
esse assunto, sobre a comunhão. Não posso atribuir (só) às tecnologias a
falência das amizades sólidas e verdadeiras. Já de longa data a coisa
vem se arruinando, se degringolando. O capitalismo, por exemplo,
produziu no ocidente gerações de gente interesseira, cujos
relacionamentos já se iniciam em fase terminal, de tão doentios que são.
As relações no mundo capitalista têm seu preço, e dependendo do caso,
pode ser muito caro se relacionar hoje em dia – observe o mundo
artístico, o mundo dos atletas e das celebridades, etc. e veja como
(quase) tudo gira em torno de dinheiro, de status quo e de fama.
Mas, vamos ficar entre os simples mortais. Observo que nem nossas
igrejas escapam dessa coisa de se “precificar” a aproximação entre
pessoas. O que antes era amor fraternal, hoje pode ser interesse
comercial, pode ser moeda de troca, pode ser apena um “toma-lá-dá-cá”. O
que não falta hoje em dia entre nós é gente se aproximando umas das
outras querendo obter lucro; querendo vender seu peixe; querendo mostrar
seu produto; querendo obter alguma vantagem, enfim... Que dó, também,
das nossas igrejas, gente! Mas não é só isso não. Tem aquela coisa da
exclusão: Se é feio, se é pobre, se não tem “sangue azul”, se mora na
favela, etc. conta. E como conta... Quem não se enquadra nos padrões de
estética ou da última moda corre sérios riscos de não ser aceito nas
rodas de “comunhão”, pode se queimar até mesmo em nossos circuitos
cristãos ou evangélicos – que nesse caso não tem nada de cristão ou de
evangélico!
O assunto é vastíssimo. Termino com um gostinho de
"quero escrever mais". Porém, deixo dois versículos bíblicos que
insistem naquilo que alguns de nós há muito desistimos:
“Permaneça o amor fraternal.” - Hebreus 13.1
“Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros ...” - I Pedro 4.8a
“Mas, sobretudo, tende ardente amor uns para com os outros ...” - I Pedro 4.8a
Um abraço.
- pr Aécio -
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