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terça-feira, 12 de outubro de 2010

VALE A PENA LER DE NOVO (COM COMENTÁRIO ADICIONAL)

APROVEITANDO QUE ESTAMOS NA "TORTURA" DO SEGUNDO TURNO...

Não é de hoje que bato de frente com a politização das denominações evangélicas brasileiras. Parece-me que nossos líderes desconhecem a história, ou então, são acometidos de amnésia temporária sempre que se inicia a temporada de caça aos votos.
Minha abordagem não é a de levantar a bandeira de nulidade total das igrejas em relação à política, nem de rechaço aos políticos (se bem que alguns merecem passagem só de ida para Marte), apesar de minhas opiniões – algumas radicais, reconheço – contrárias à grande maioria das lideranças atuais. Estas, não só usam e abusam do troca-troca de votos, como se utilizam de estratagemas nada honestos para manipular as massas que estão sob seus auspícios. Lembro-me com nitidez de quando ainda novo convertido fui induzido a não votar no Lula porque o pastor local recebeu uma “ordem lá de cima” (o “oráculo” presidente da convenção) de alertar o povo da igreja que o mesmo era o anticristo! Sério... É cômico mas é isso mesmo!

Era um dia de culto e o clima assumiu um ar meio tétrico. Os diáconos foram orientados a baixarem as portas para que o povo ouvisse a sinistra “revelação-orientação” – quase uma coação para que não votássemos no naquele que para eles era uma manifestação do capeta! Havia inclusive, interpretações das cores do PT, da estrela de cinco pontas, da barba do homem... Burrice pouca é bobagem, né?! Fiquei com medo terrível do Brasil ser tomado de assalto pelo anticristo... Hoje, mesmo sem ser partidário e não ter votado nele ou em nenhum outro candidato do PT (meu voto hoje é o da consciência, não o da indução), penso que “nunca na história desse país [sic]” tivemos um presidente que tivesse a cara do povão e que falasse sua língua; que mesmo não sendo unanimidade deixará uma marca de popularidade invejável para todos aqueles que torciam pelo seu fracasso – com erros e tudo.

Pois bem, as coisas hoje mudaram. Tem gente comendo do pão que diabo não amassou! Há, há, há... Não resisti a piada! Os mesmos que outrora tachavam o agora presidente Lula de anticristo, hoje babam nas barbas do homem... Xi! Outra piada! As igrejas que rechaçavam o vermelho se “avermelharam”... De novo!... Hoje estou impossível!

Se sou contra ou a favor das igrejas se associarem a partidos, ou de indicarem candidatos, etc., é algo que posso comentar posteriormente com mais profundidade. Por enquanto, adianto que defendo com unhas e dentes a idéia de que os pastores não deveriam ceder seus púlpitos a candidatos com o intuito de “fazer a cabeça” das pessoas, induzindo-as a votarem neles ou em seus partidos para tirar proveito.
Neste caso, acredito que o mais ético e coerente é orientar aos irmãos da comunidade a votarem conscientes da importância de seus votos como expressão de cidadania. Orientar que, ainda que os mesmos optem por anular seus votos, que o façam na liberdade de consciência individual, nunca por indução do pastor ou outro ministro. Peço também para que analisem os partidos e respectivos candidatos; que sondem as propostas; que busquem conhecer as idéias e pensamentos que os candidatos defendem de maneira que não choquem com o que declaramos e cremos; etc. Outra coisa que deixo bem claro é que não devemos votar em candidatos só porque são evangélicos, pois infelizmente, “picaretas” têm aos montes em nosso meio. – pr Aécio

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COMENTÁRIO ADICIONAL:

Desculpa aí gente, mas é "tragicômico" assistir a igreja evangélica brasileira loteada à partidos e a candidatos políticos. Como se não bastassem nossas profundas cisões, ainda temos que aguentar pastores, bispos e outros que tais empreendendo toda sua energia e poder de persuasão para influenciar os crentes a votarem neste ou naquele.
É uma lástima assisitr vídeos no Youtube e ver um pastor "descendo a lenha" na Dilma ou no Serra, então, a gente acha outro vídeo de pitro pastor defendendo apaixonadamente um e outro! Isto é o quê? Hipocrisia demais, demagogia demais ou estupidez demais? Ou será que é os três juntos?

Você que é crente e tem o Espírito Santo use toda a sua inteligência e capacidade de observar. Compare o atual governo e contraste com as propostas do concorrente, dose as informações e boatos. Ore e peça direção de Deus para que seu voto não seja o da indução (há muitos pastores experts em manipular as massas ignorantes), mas o da razão comprometida com a fé e a Palavra de Deus. Chega da infantilização promovida e sustentada por líderes religiosos interessados em concessões para canais de televisão e outros favores políticos impublicáveis.

Chega a ser obsceno assistir pastores brigando ou se justificando publicamente por causa dos entraves e conchavos políticos. Na dúvida, não ouça e nem siga nem mesmo a orientação de sua denominação ou de seu pastor na hora de votar, eles pode mestar tremendamente enganado!

2 comentários:

  1. Pastor acredito que este seja o caminho correto, não apoiar ninguém, mas admoestar com amor para que todos exerçam a cidadania, penso que a igreja poderia se envolver com políticas públicas que possam viabilizar acesso da comunidade a muitas ações de governo, mas sem querer levar vantagem em cima de ninguém...

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  2. Paz, amigo!

    Olha, minha decisão em não apoiar e não votar em ninguém vai além do protesto absoluto ou nulidade inconseqüente. Não levanto bandeiras disto ou daquilo e também não pretendo influenciar ninguém com minha atitude - para se ter uma idéia, minha esposa votou para todos os cargos.
    Acho que votar em branco e declarar meu desafeto publicamente é uma maneira de discordar da arbitrariedade do voto obrigatório num país dito democrático, que me faz sair de casa para fazer o que (na atual conjuntura)faria de outra forma se o voto fosse facultativo: Simplesmente ignoraria as eleições.

    Ao longo dests quase 17 anos de pastorado busco orientar nosso pequeno rebanho nas questões políticas, fugindo das tendências que a maioria das igrejas evangélicas estão assumindo. Busco subsídios na Palavra, nas história da Igreja, na história geral e, sobretudo, busco colher argumentos no contexto atual - deixando as pesoas "livres para exercer sua obrigação de votar". De certa forma,creio que é plenamente possível realizar políticas públicas sem o dedo dos políticos... Neste quesito, atualmente eles mais atrapalham do que ajudam!

    Mas, para todos efeitos, valeu pela dica!

    Um abraço!

    pr Aécio

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