“Workaholic” é uma expressão americana que teve origem na palavra alcoholic (alcoólatra). Serve para denotar uma pessoa viciada, não em álcool mas em trabalho.
As pessoas viciadas em trabalho sempre existiram, no entanto, esta última década acentuou sua existência motivada pela alta competição, necessidade (talvez mais adequado seria dizer obsessão) por dinheiro, vaidade, sobrevivência ou ainda alguma necessidade pessoal de provar algo a alguém ou a si mesmo(a).
Como resultado da influência de uma pessoa viciada em trabalho pode-se perceber geralmente alguns fatos interessantes: o primeiro deles é que este tipo de pessoa geralmente não consegue se desligar do trabalho mesmo fora dele, acaba por deixar de lado seu parceiro (a), filhos, pais, amigos, aliás, os melhores amigos passam a ser aqueles que de alguma forma tem ligação com seu trabalho.
De outro lado, este tipo de pessoa sofre por trazer para si uma qualidade de vida muito ruim, pois as pressões do dia-a-dia e a autocobrança exagerada fazem com que este tipo de profissional tenha insônia, surtos de mau humor, impotência, atitudes agressivas em situações de pressão ou desconformidade (com os resultados que ele esperava) e pode-se chegar a ter depressão, entre outros efeitos danosos.
Mas uma das mais severas consequências é o medo de fracassar. Este medo condiciona e impulsiona o viciado (em trabalho) a estar cada vez mais forte e mais concentrado na busca por resultados. A palavra fracasso causa arrepios neste profissional.
Tenho um amigo que viajou de férias com a família para o litoral.
Sol forte, bronzeador, cadeira de praia, água de coco do lado e, no colo, o notebook – foram 11 dias da mesma forma.
Não estava de férias, apenas estava trabalhando de sunga e ao ar livre. Sua esposa indignada e farta da situação, em um acesso de fúria tomou o notebook de suas mãos e atirou no mar, resultado: a separação rondou bem perto.
A mulher saiu de casa com as crianças e só aceitaria voltar se ele pudesse ter mais tempo para a família.
Este meu amigo de repente se viu em uma situação cômoda, afinal poderia trabalhar até em casa, pois a esposa não estava lá para “incomodar” segundo ele.
Foram mais de 40 dias nesta situação, e ele começou a achar aquela vida boa, pois agora sim tinha tempo para se dedicar “mais” ao trabalho.
No entanto aconteceu um fato que mudou a história toda, sua esposa ligou certa noite, já bastante tarde para avisa-lo de que o filho menor de dois anos não estava bem. Ele ficou preocupado, pediu a ela que o levasse ao médico, mas não foi ver o garoto.
No dia seguinte a esposa voltou a ligar pedindo a ele que passasse no hospital, pois o filho tinha ficado internado e estava fazendo uma bateria de exames.
O filho não tinha nenhuma doença, apenas saudade do pai. Quando este amigo ouviu isto da boca da própria criança é que pode entender que estava trabalhando para ter uma vida melhor, mas tinha deixado de lado as pessoas mais importantes da sua vida.
Neste dia ele viu seu filho de apenas dois anos adormecer na cama de um hospital segurando com sua pequena mão um dos seus dedos, e pode perceber que aquele pequeno e indefeso ser já tinha dois anos e ele não percebeu, não tinha notado que estava deixando de lado uma das razões da sua vida, talvez a mais importante.
Hoje trabalha menos, ganha menos, mas vive melhor com a família.
Por: Fábio Luciano Violin
Adaptado do Site: http://www.guiarh.com.br
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