Não sei se justa ou
injustamente, nós brasileiros somos conhecidos como “o povo do jeitinho”.
Coincidência ou não, há, inclusive, um ditado (quase um slogan) popular que reza: “Tem jeito pra tudo, menos pra morte!”.
Coincidência ou não, há, inclusive, um ditado (quase um slogan) popular que reza: “Tem jeito pra tudo, menos pra morte!”.
Este negócio de generalizar
sempre incomoda aqueles (a maioria, creio) que não se enquadram nessa forma já
consolidada de alguns de fora nos enxergarem – acho até que todas as culturas, em
todos os cantos desse mundão por aí carregam algum traço comportamental que
pode ou deve incomodar, assustar e até escandalizar os outros, iguais ou piores
do que este tal “jeitinho brasileiro”.
A propósito, já que toquei no
assunto, é também muito comum por aqui lançarmos mão de alguns artifícios de
improvisação que chamamos de “gambiarra” (tenho um amigo que costuma brincar
dizendo que se formou na fictícia “FAGAMSP – Faculdade de Gambiarra de São
Paulo”).
Gambiarra é aquele artifício
geralmente paliativo ou provisório que usamos para escorar um móvel quebrado,
remendar uma parede rachada, prover iluminação de emergência, encobrir uma trincadura
de um objeto qualquer. É um “puxadinho” aqui, uma extensão ou “bico de luz” ali
e um “gato” acolá e mais o que a necessidade, a imaginação e os materiais ao
alcance das mãos possibilitarem fazer.
Cresci vendo gambiarras e até hoje
as vejo espalhadas por onde ando!
Até eu, que não sou mestre no
assunto, já lancei mão de umas “gambiarrazinhas” lá em casa e em situações
inusitadas nas muitas viagens. Umas até que deram certo e “salvaram o dia”, mas
outras só aumentaram a dor de cabeça...
E quando o jeitinho e a gambiarra
se encontram com o comodismo?! O perigo é tudo se estragar de vez e não dar
para se aproveitar nada do que se pretendia consertar ou salvar!!
Nas questões espirituais tudo
é bem diferente. Não tem jeitinho que dê jeito, nem gambiarra que conserte os
estragos na vida de um indivíduo, quando este se desencaminha e se perde nas
questões da fé.
É triste conhecer e saber de
crentes que parecem se acomodar num estilo de vida cristã onde nada é efetivo
ou permanente, onde tudo é improvisado e transitório. É lamentável perceber que
muitos crentes veteranos não se importam com regras, disciplina ou ordem quanto
às práticas de orar e buscar conhecimento na Palavra do Senhor. Tenho a
impressão de que para aqueles, é normal levar tudo na base de concertinhos aqui
e remendinhos acolá, como se isso não fizesse diferença alguma.
Querer dar um jeitinho no mau
testemunho, querendo encobrir práticas pecaminosas não confessas e não abandonadas é pura
perca de tempo e de energia. Igualmente, tentar fazer uma gambiarra no intuito
de reparar uma espiritualidade de fachada é só mais uma falácia que,
quando muito, poderá apenas retardar a queda fatal.
- pr Aécio -
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