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sábado, 29 de setembro de 2012

CAVALO DE TRÓIA

POR: David Guimarães
VIA: Vidanet


O Cavalo de Tróia é uma estória conhecida da mitologia grega. Após anos de tentativas infrutíferas de invadir a fortaleza de Tróia, os gregos constroem um grande cavalo de madeira e o deixam às portas da cidade, como um presente. Os troianos tomam o cavalo como símbolo de sua vitória e o levam para dentro das muralhas, na praça central da cidade, sem saber que em seu interior estava o inimigo. À noite, enquanto todos dormem, guerreiros saem de dentro do cavalo e abrem os portões para que o exército grego entre e leve a cidade à ruína. Essa estória incrível levou ao surgimento de várias expressões que usamos hoje, sendo “cavalo de tróia” o termo genérico associado a vários ví­rus de computador. Existe também a expressão “presente de grego”, algo recebido como agradável, mas com consequências prejudiciais escondidas.

Todos estamos hoje preocupados com a saúde física, emocional e espiritual de nossa família. Isso é notório pela busca de moradias em condomínios fechados, com câmeras e seguranças motorizados. Em nossos lares, usamos chaves codificadas e “olho mágico” nas portas. Pesquisamos as escolas mais adequadas, com ambiente que estimule o desenvolvimento da sua capacidade e cultura dos nossos filhos. Buscamos conhecer os seus amigos e suas famílias, a fim de afastá-los de influências que possam prejudicar o seu desenvolvimento.

Porém todas estas muralhas que construímos em torno da nossa família de nada servem quando trazemos para o centro do nosso lar o Cavalo de Tróia. A televisão é uma comporta aberta que inunda a nossa casa com tudo o que lutamos para manter do lado de fora: a violência, futilidade, vingança, sexo, pornografia, materialismo. Enquanto celebramos a segurança das muralhas que construímos, nossa mente está sendo destruída pelos guerreiros que saíram do cavalo que nós mesmos colocamos em uma posição de destaque no centro de nossa sala.

A televisão define a forma com que nos relacionamos, nos ensina novas expressões, gírias, formas de tratamento, molda os nossos desejos e ambições. Enquanto estamos nos divertindo em frente ao cavalo de Tróia, aprendemos como trair criativamente, descobrimos novas formas de matar e infligir sofrimento, aumentamos nosso vocabulário de ofensas. Passamos o pouco tempo que temos em família – nossas refeições e tempo livre – em frente ao cavalo. Usamos cavalos cada vez maiores e com mais recursos – salas especiais, som, iluminação. Os sofás mais confortáveis dos nossos lares estão diante do nosso cavalo de Tróia pessoal. Alguns de nós, pensando que estamos trazendo conforto à nossa família, ainda colocamos cavalinhos nos quartos e em vários cômodos da casa, aumentando o seu poder de destruição.

A televisão nos leva a querer o que não precisamos ter, nos leva a conhecer o que não trará benefício, nos incentiva a sermos o que outras pessoas são, e não o que nós mesmos somos.

Você quer essa influência na sua família?

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