POR: David Guimarães
VIA: Vidanet
O Cavalo de Tróia é uma estória conhecida da mitologia grega. Após
anos de tentativas infrutíferas de invadir a fortaleza de Tróia, os
gregos constroem um grande cavalo de madeira e o deixam às portas da
cidade, como um presente. Os troianos tomam o cavalo como símbolo de sua
vitória e o levam para dentro das muralhas, na praça central da cidade,
sem saber que em seu interior estava o inimigo. À noite, enquanto todos
dormem, guerreiros saem de dentro do cavalo e abrem os portões para que
o exército grego entre e leve a cidade à ruína. Essa estória incrível
levou ao surgimento de várias expressões que usamos hoje, sendo “cavalo
de tróia” o termo genérico associado a vários vírus de computador.
Existe também a expressão “presente de grego”, algo recebido como
agradável, mas com consequências prejudiciais escondidas.
Todos estamos hoje preocupados com a saúde física, emocional e
espiritual de nossa família. Isso é notório pela busca de moradias em
condomínios fechados, com câmeras e seguranças motorizados. Em nossos
lares, usamos chaves codificadas e “olho mágico” nas portas. Pesquisamos
as escolas mais adequadas, com ambiente que estimule o desenvolvimento
da sua capacidade e cultura dos nossos filhos. Buscamos conhecer os seus
amigos e suas famílias, a fim de afastá-los de influências que possam
prejudicar o seu desenvolvimento.
Porém todas estas muralhas que construímos em torno da nossa família
de nada servem quando trazemos para o centro do nosso lar o Cavalo de
Tróia. A televisão é uma comporta aberta que inunda a nossa casa com
tudo o que lutamos para manter do lado de fora: a violência, futilidade,
vingança, sexo, pornografia, materialismo. Enquanto celebramos a
segurança das muralhas que construímos, nossa mente está sendo destruída
pelos guerreiros que saíram do cavalo que nós mesmos colocamos em uma
posição de destaque no centro de nossa sala.
A televisão define a forma com que nos relacionamos, nos ensina novas
expressões, gírias, formas de tratamento, molda os nossos desejos e
ambições. Enquanto estamos nos divertindo em frente ao cavalo de Tróia,
aprendemos como trair criativamente, descobrimos novas formas de matar e
infligir sofrimento, aumentamos nosso vocabulário de ofensas. Passamos o
pouco tempo que temos em família – nossas refeições e tempo livre – em
frente ao cavalo. Usamos cavalos cada vez maiores e com mais recursos –
salas especiais, som, iluminação. Os sofás mais confortáveis dos nossos
lares estão diante do nosso cavalo de Tróia pessoal. Alguns de nós,
pensando que estamos trazendo conforto à nossa família, ainda colocamos
cavalinhos nos quartos e em vários cômodos da casa, aumentando o seu
poder de destruição.
A televisão nos leva a querer o que não precisamos ter, nos leva a
conhecer o que não trará benefício, nos incentiva a sermos o que outras
pessoas são, e não o que nós mesmos somos.
Você quer essa influência na sua família?
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