FONTE: www.institutojetro.com
Liderança é uma arte científica. Ser ciência significa que seu oficio é
aprendido e desenvolvido. Contudo, tem um toque de arte e de
pessoalidade nesse fenômeno, o que distingue um líder e forma as suas
características com os pontos fracos e fortes.
Como ciência, a
liderança requer princípios básicos a serem desenvolvidos pelo pretenso
líder tais como a capacidade da influência, a habilidade comunicacional,
a competência em ler pessoas e fatos, a envergadura da autoridade e do
poder, dentre outros.
A dimensão artística contém um aspecto não
aprendido em teoria, pois é um conhecimento criado. A arte é um oficio
de expressividade da alma humana através de um meio específico que forma
uma invenção.
Assim, arte e ciência significa que liderar é uma
função que requer mais do que o mero acúmulo de conhecimentos, o que
teria a ver com técnica. Técnica é sempre quando exclusivamente um
acúmulo de conhecimentos é necessário para desempenhar uma atividade.
Como
arte, a liderança requer que o líder adapte todo esse conhecimento em
sua história e em sua personalidade. Tudo o que é aprendido precisa ser
amoldado a fim de que o que é técnica se transforme em práxis. O
conhecimento ao mesmo tempo forma, é formado e reformulado.
Como
fenômeno, a liderança precisa de uma práxis associada a uma autoanálise.
Precisa de uma adaptação para as qualidades psicológicas de cada
pretenso líder. Ser práxis significa que é a teoria que direciona a
prática, mas é esta que proporciona consistência àquela. Traduzindo em
miúdos, só pela prática se aprende a teoria, que é individualizada para
lograr eficácia.
Mas acima de tudo, para o mundo ministerial,
liderar ainda é um fenômeno espiritual. Significa que nossa autoridade
superior precisa aprovar, separar e nos indicar para um rebanho. Caso
contrário, toda técnica e ou prática serão estéreis. Isso é fato óbvio
para nós.
Mas enfim o que todas essas dimensões da liderança têm
em comum? Um aspecto único. Um valor comportamental é uma condição "sine
qua non" para o autodesenvolvimento da capacidade de influenciar. A
humildade precisa estar presente em todas as três.
Humildade vem
do Latim humus que significa ‘terra'. Sem discutir fielmente a
etimologia, resta nos saber que esse elemento fica sempre abaixo de
nossos pés, o que já traz uma dimensão exata do que esse valor nos
exige. Sem simplismos, é claro.
Para ser líder, há um caminho a
percorrer. E para alcançar a humildade, o líder precisará de 3 posturas.
Isso porque há um conhecimento a se adquirir, um comportamento a
moldar, uma autoridade espiritual a se conquistar e uma arte a
desenvolver. Como fazer tudo isso sem considerar a necessidade de
automutilação caracteriológica para uma formação pessoal?
Humildade
para abandonar comportamentos ineficazes. Humildade para suportar
autocríticas. Humildade para mudar rumo a um estado de maior capacidade
de influência. Não por acaso, humildade foi o maior ensinamento do
mestre. Amar os outros como a si mesmo é expressão máxima da humildade e
da autodoação.
Primeiro o líder precisa saber que para liderar,
terá que sair de um estado sociopsíquico-espiritual rumo a outro estado.
Ser líder é, portanto uma transformação e com tal precisará abandonar e
incorporar aspectos à sua personalidade. Só é possível alcançar um
estado-fim através de um processo-meio. E para que esse processo-meio
funcione, a humildade opera.
Segundo, é saber que liderar não é um
estado-permanente. Isso porque os grupos diferem, seus contextos idem e
as pessoas nem se falam. Logo, a capacidade de manter-se líder precisa
ser aprimorada e para tal, será necessária a incorporação constante de
novas habilidades e competências.
Por fim, para que o líder
adicione uma dose extra de humildade em si, ele precisará de muita
oração. Só pela muita oração e súplica é que o Senhor se compadece do
líder. Só com muita oração é que o ministro conseguirá estar no lugar
onde deve estar para liderar melhor: no chão, ali logo abaixo de seus
liderados.
Árduo? Sem comentários.
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