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quinta-feira, 4 de julho de 2013

A MALDIÇÃO DA PROSPERIDADE




Minha intenção com essa breve reflexão não é de provocar celeuma, polêmica ou qualquer outro mal estar. Também não quero dizer que ter posses e boa condição financeira é um mal por si só. Quero tão somente oferecer mais uma alternativa, mais uma perspectiva para que você, leitor, possa formar um juízo adequado sobre o assunto.

Já li muitas matérias sobre a “benção da prosperidade” – obviamente quase sempre se referindo a posses materiais, status quo e afins. Muitas dessas matérias eu pude até aproveitar, outras nem pensar. No entanto, tais leituras no geral me deixam mesmo é preocupado com o rumo que a cristandade está tomando. Essa, por sua vez, parece não perceber que muita teologia ruim está sendo produzida sobre o tema, e despejada indiscriminadamente em nossos púlpitos.

A propósito, prosperidade no sentido estritamente material nem sempre é sinônimo de felicidade ou realização plena. Nem todo mundo sabe lidar com dinheiro, bens ou alto padrão de vida. Pelo contrário, para alguns, a pior coisa que já aconteceu em suas vidas foi ter alcançado (por qualquer motivo ou circunstância) o status de vida regalada na qual puderam, enfim, se cercarem de luxos e regalias que antes eram meras utopias.

Há inúmeros relatos de casamentos desfeitos e famílias destruídas exatamente no auge da chamada prosperidade. Exemplos de maridos e esposas que se tornam infiéis, que passam a trair seus cônjuges após adquirirem hábitos ou a frequentarem ambientes que outrora “não cabiam em seus bolsos” são muito comuns. Na mesma toada, há situações em que os filhos (inclusive de crentes) igualmente se perdem, ao se enredarem pelos caminhos tortuosos das baladas, dos shows e das aventuras que antes só viam no programa “Malhação” ou nos ilusórios seriados da Disney.

Poderia relatar também casos de pessoas com as quais convivi ao longo da minha vida cristã, vitimadas pelo que chamei de “maldição da prosperidade”. Pessoas outrora humildes que, de repente se tornaram arrogantes, metidas a socialites emergentes; de pessoas antes super ativas na igreja, mas assim que a riqueza chegou ficaram tão presas, tão ocupadas em suas novas e intensas atividades sociais, nos excesso de lazer e de trabalho, etc., que já não podiam mais congregar, participar dos serviços da comunidade ou mesmo ter comunhão com os irmãos com os quais mantinham intensas relações de amizade.

Nem mesmo obreiros escapam dessa teia, se não prestarem atenção. Vi muitos desses caírem simplesmente por não conseguirem mais administrar a prosperidade financeira e a vocação conferida por Deus e reconhecida na igreja.

Não, não quero que você pense caro leitor, que é pecado almejar prosperidade ou mesmo querer ser rico. Mas, por favor, reflita bastante nestes dois versículos a seguir – prestando atenção nos grifos. Tema e trema diante da possibilidade de um dia abandonar sua fé, seu chamado, ou mesmo de perder sua família e amigos. Lembre-se que o melhor da vida é e está nas coisas mais singelas, nas impagáveis situações do dia a dia que podem nos trazer imenso prazer sem gastar um centavo!

“Mas os que querem tornar-se ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e na perdição.”  -  1 Timóteo 6.9

“Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma.”  -  3 João 1.2

Um forte abraço,

pr Aécio

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