A ignorância quanto às
questões missionárias em nossas igrejas é algo assustador e frustrante.
Sinceramente não me conformo com a total falta de conhecimento, e de
compromisso que a maioria dos evangélicos tem a respeito do assunto. Ainda mais
na era da informação, onde todas as respostas estão nas pontas dos dedos! Basta
digitar em qualquer buscador da internet palavras ou termos tais como
“missões”, “missionários”, “povos não alcançados”, “envio de missionários”,
“campos missionários” e outros semelhantes, que muito do universo missionários
se abrirá diante dos olhos de quem buscar!
A começar pelos pastores das
congregações, não há como negar a total falta de compromisso da maior parte
deles. Não vem ao caso se cursaram ou não academias teológicas, se são
reformados ou “pentecas”, sinceramente não entendo como ainda se ordenam (consagram
ou ungem) e se delegam lideranças de congregações ou grupos de pessoas a homens
e mulheres que não têm o mínimo de compromisso com os povos ainda não
alcançados. Isso é um contrassenso, e é o que verificamos quase sempre, por
exemplo, quando algum aspirante a missionário me procura e diz “meu pastor não tem visão missionária” –
que vocês me perdoem, mas para mim, pastores sem visão missionária não têm
visão nenhuma!
Faço minha segunda crítica
aqui aos membros comuns das igrejas, embora ressalte que o maior peso, a
maior culpa deve recair mesmo sobre aqueles que deveriam discipular, treinar e
educar seus rebanhos ou grupos. Meu parecer é que, independente de receberem ou não
instruções ou incentivos de seus líderes, todo cristão pode muito bem buscar
conhecer o assunto e se despertar para as necessidades missionárias. No meu
caso, nunca tive incentivo nenhum dos meus pastores para evangelizar ou me
comprometer com missões. Ainda novo convertido tive contato com missões a
partir de uma jovenzinha (graças a Deus hoje ela é minha esposa) e assim, a oportunidade de
conhecer um pouco das realidades de missionários e campos missionários através
de uma agência a mim apresentada por ela. Nunca mais parei! Entendi que
evangelizar e fazer missões faz parte da experiência cristã em todos os seus
aspectos! Penso, inclusive, que pessoas não dadas à evangelização e às missões
precisam questionar sua conversão.
Creio que o simples fato do
cristão ter uma consciência missionária já é um passo muito importante. Se a
partir dessa consciência ele puder despertar outros para missões, é outro passo mais importante ainda. Mas, bom mesmo é
ter envolvimento e compromisso diretos com o universo missionário. Um bom
começo é a prática da intercessão pelos assuntos relativos ao tema. Para tanto,
é possível colher informações através de sites de agências missionárias,
contatos com missionários e literaturas especializadas. Há também a
possibilidade de “garimpar” igrejas e pessoas engajadas e pedir ajuda nos
primeiros passos.
Levantar recursos financeiros
é outra coisa complicada entre nós. Isso me confunde demasiadamente, visto que
os mesmos crentes e as mesmas igrejas que investem fortunas em acampamentos e
outras atividades destinadas a lazer são os mesmos que “não têm recursos para investir no sustento de missionários”! Como
isso?! Como uma igreja pode se mobilizar para levar 200, 300 pessoas a uma
festa ou passeio e não consegue mobilizar 10 ou 20 para sustentar (ainda que em
parte) um missionário?! Como um pastor de uma congregação de 50 pessoas, por
exemplo, consegue espremer seu grupo para a construção ou reforma do prédio e,
não tem a capacidade de arrecadar R$ 200,00 ou R$ 300,00 mensais para investir
em projetos missionários?!
E quanto aos vocacionados?
Eles não existem? O problema está no discipulado falho?
ou da total ausência do discipulado? Creio que eles existem aos
montes, e que estão presentes em todas as igrejas, mas o descaso com o
discipulado e a ausência de desafios tende a fazer com que muitos potenciais
vocacionados ou possíveis candidatos a missões permaneçam inertes ou distraídos com atividades locais.
Eu mesmo conheço relatos de irmãos que foram frustrados em todas as
tentativas de serem treinados e enviados ao campo, mas hoje são pessoas frustradas
dividindo seu tempo entre atividades seculares e o ostracismo de suas
congregações.
Por fim, não há como escapar: O fato é que toda igreja, por menor e mais
pobre que seja deve despertar e desafiar pessoas aos campos não alcançados. O
maior recurso sempre serão as pessoas, logo, qualquer pequena desculpa usada
como argumento para evitar a contribuição efetiva nas questões missionária é,
na verdade, uma grande mentira!
Em Cristo,
pr Aécio
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