Pode ser que os leitores do Blog estavam esperando alguma manifestação de nossa parte sobre a tragédia no Haiti. Pois bem, não há muito o que ser dito diante das matérias veiculadas por todos os meios de comunicação. Aliás, o que tenho lido de baboseiras relacionadas aos eventos catastróficos naquele país é mais trágico que a própria tragédia - grande parte destas baboseiras li em sites e blogs evangélicos, postadas ou escritas ora por espiritualóides sem noção do ridículo, ora por intelectualóides tentando explicar o inexplicável.
Alguns são tão tapados que dão à tragédia um ar todo vingativo de Deus em razão das práticas do Voodoo, etc., outros "viajam na maionese" com seus comentários filosoficamente calculados, mais preocupados com o que vão achar de seus textos do que com a desgraça dos haitianos. Tudo isto é muito fácil para quem não está chorando seus mortos ou sentindo o fedor de cadáveres nas ruas. É simples para nós aqui, fazermos análises e comentários sem ter um membro necrosando e o que é muito pior, sem saber se vai resistir às infecções, não é?! É cômodo para aqueles que estão confortáveis em suas casas e escritórios ficar metendo o bedelho na vida de quem está vivendo um inferno!
E mais: o que dizer dos órfãos, dos viúvos, dos que herdarão os traumas físicos causados pelas perdas de membros, ou fadados aos limites da loucura por conta das imagens que jamais sairão de suas mentes?
Optei por orar, clamar em favor dos haitianos. Optei por procurar meios de ajudar através de instituições ou organizações humanitárias (que são muitas) para ver se posso amenizar um pouco o pesadelo daquele povo esmagado pelo terremoto, ainda que seja numa fração mínima. Optei pela empatia. Optei por imaginar que poderia ser eu ali, minhas filhas... Minha esposa ou alguns de meus parentes e amigos...
E se fosse você ou seus amados debaixo dos escombros?! Pense nisto... Antes de escrever ou falar sobre o Haiti.
- pr Aécio -
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