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terça-feira, 11 de maio de 2010

ALGUMAS LEMBRANÇAS E EXPERIÊNCIAS DE UM TUPINIQUIM CEARENCE...

...QUE SÓ QUER SER FELIZ NO NÃO TÃO MARAVILHOSO, MAS MESMO ASSIM ADORÁVEL UNIVERSO EVANGÉLICO! - QUINTO CAPÍTULO

A pior solidão de todas é aquela que a gente sofre no meio da multidão. Milhões de cristãos são pessoas extremamente solitárias, mesmo quando estão em meio a pequenas multidões de cultuadores.
Somos programados a ir, permanecer e voltar dos nossos cultos como se fôssemos robôzinhos cheios sensores que respondem a comandos com reações do tipo “paz do senhor”, “aleluia”, “misericórdia”, “sangue-de-Jesus-tem-poder” e outras falas não menos impessoais. Tudo muito distante, sem pulso, sem interesse ou empatia.
Até mesmo fora do ambiente dos templos, muitos crentes se encontram para falar das coisas dos cultos, dos ministérios que exercem, dos acontecimentos entre na irmandade, do que “Deus fez ou está fazendo”, do “milagre que aconteceu com filho do cunhado do vizinho da parente da mãe da sogra da prima dele”, do mais novo louvor hit da praça, etc. Parece que ninguém quer que os outros se “intrometam” nas suas vidas, então, todos nós levantamos uma barreira, um muro de amenidades, um bunker de superficialidades e de religiosidade rebuscada.

A impressão que tenho desde sempre é que nós, crentes nos proibimos de falar do trivial, do corriqueiro, do que realmente interessa. Parece que todo mundo desconfia de todo mundo. Em nossas igrejas as pessoas não se sentem à vontade para falar de seus sofrimentos, de seus medos, de suas dúvidas, de suas vontades, de suas paixões, de suas desilusões, de suas mágoas, de seus rancores e até de seus pecados.
Entre irmandade e amizade, hoje em dia fico com a segunda opção. Irmãos a gente encontra feito capim – muitas vezes parecem que são só capim mesmo. Aliás, encontrar amizade no meio da irmandade que a gente está acostumado a ver em nossas igrejas, restrita tão somente ao ambiente religioso chega a ser desanimador, dependendo da ocasião até atrapalha.
Achar amigos entre nós é uma missão quase impossível! Refiro-me a pessoas que se interessam por outras pessoas de verdade. Falo com certa reserva, mas inúmeras vezes tive a sensação de ter sido ludibriado, sugado até o último por pessoas que após se aproveitarem o bastante “sentiram de Deus” de “chutar a amizade pra cima” e nunca voltarem ao menos pra dizer obrigado – este tipo de atitude truculenta, maquiavélica e interesseira deixa marcas indeléveis, traumas difíceis de serem curados.

Das experiências mais amargas que tive o desprazer de vivenciar nestes anos de cristão, algumas delas residem exatamente na falta de delicadeza de quatro sujeitos com os quais teria continuado amizade sem nenhum problema (mesmo com suas falhas de conduta, afinal ninguém é perfeito!). Vou procurar relatar as experiências e dar um “retrato” dos sujeitos de forma fictícia, apenas para não causar nenhum furor, mas o que vou relatar é verdadeiro e acontece com certa freqüência entre nós.

Um desses sujeitos era extremamente autoritário, senhor da razão, cujo caráter dominador ditava uma amizade polarizada do tipo "eu mando, eu sei, eu faço, eu sou, eu tenho mais experiência”.
Outro deles defino como o cúmulo do indivíduo dissimulado e aproveitador, o clássico sangue-suga; aquele tipo que vê nos amigos “um grande investimento”, alguém em quem se pode encostar.
Mais um era especial... especialmente melindroso, escorregadio feito quiabo; o típico sujeito sempre “meio” (meio cheio de razão, meio comprometido, meio mentiroso, meio insensato, meio enrustido, meio amargurado, meio invejoso, meio fiel, meio disposto e meio vingativo).
O último desta pequena lista é o “Mr. M” (o mascarado); gentleman de quem ninguém desconfia; aquele que se ufana em tripudiar enquanto revela os truques dos outros só pra fazer média, pra tirar vantagens pessoais... Até que sua máscara caia, até que sua identidade seja revelada e agente possa dizer: “Muy amigo”! - pr Aécio

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