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sexta-feira, 11 de junho de 2010

“AINDA BEM QUE EU VOU MORAR NO CÉU”

Mesmo não sendo um ardoroso fã das músicas evangélicas modernas - que estão cada vez mais mercantilizadas - levantei com a frase acima se repetindo subliminarmente em minha cabeça e não consigo me livrar dela até agora! Resolvi, então, aproveitar este burburinho mental para escrever algumas linhas, talvez seja uma maneira de “descarregar” isso... Assim espero!

Na era do cristianismo fluidificado quem realmente tem a certeza absoluta de que vai morar no céu? – Você leu “certeza absoluta”, sim, pois meias certezas ou certezas relativas não levam ninguém a lugar algum, nem ao céu.
A referida frase na densa letra da música do cantor gospel baiano, o irmão Lázaro, talvez passe despercebida para boa parte daqueles que consumiram seus CDs ou presenciaram seus shows.
Na mesma letra (que busquei na internet por não conhecê-la no todo), o cantor deixa escapar críticas até que suaves, ao mal que envenena as igrejas modernas: “Restaura a tua casa oh Senhor... Riqueza e fama agora é a pregação... Já não se fala mais em salvação...”. Concordo e assino em baixo!

Sim, de fato a igreja precisa passar por um processo de restauração. Tão nova e ao mesmo tempo tão cheia de velhos vícios e velhos ardis. Assim é a igreja brasileira, por exemplo. O que mais me convence de que nossa igreja está necessitando de restauração não é a música daquele irmão não. O que me convence são, principalmente, a banalização do sagrado ministério, a decadência litúrgica e a degradação doutrinária – este tripé macabro está degenerando de maneira vertiginosa todas as denominações, sem exceção!

Concordo também que as pregações atuais são tão fracas, tão fúteis que pretendem apenas salvar firmas da falência e pessoas da pobreza material, mas não conseguem produzir desejo e certeza de salvação! Basta fazer o teste nos horrorosos programas supostamente evangélicos para ver pregadores desvairados vendendo livros e demais penduricalhos, enquanto outros chantageiam as pessoas em nome de Deus com promessas funestas – bem que poderiam usar todo o poder de oratória e de convencimento para que as pessoas realmente desejassem morar no céu, mas a salvação eterna passa longe da preocupação destes.

As pessoas são entorpecidas e atraídas pelas “drogas miraculosas” encontradas em muitos dos templos evangélicos atuais, e assim vão permanecer até que entendam que o mais importante é saber que Jesus quer levá-las para o céu! Sem esta compreensão, de nada adianta elas acreditarem que vão ser exorcizadas com sabão ungido; que serão curadas pelas mãos “ungidas” de certos apostolóides; que mal olhado e inveja se resolvem com sal grosso e muitas outras bobagens do gênero... Elas precisam afirmar com suas bocas e crer em seus corações “AINDA BEM QUE VOU MORAR NO CÉU”! Diante desta certeza, sobram meros detalhes e dispensáveis especulações! – pr Aécio

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