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sábado, 17 de março de 2012

RESPONDENDO A UM “ANÔNIMO” - PARTE 3


Já dizia o velo ditado “quem diz o que quer, ouve o que não quer”. Parodiando a sabedoria popular, em nosso caso fica mais ou menos assim: “quem pergunta aqui o que quer, lê o que não quer” – e se pega a gente meio na transversal tem que ler muito do que não quer mesmo!
Como o ilustre “Anônimo” deve ter corrido da raia, como diz outro, sugiro a todos os demais “anônimos” afoitos o seguinte: Antes de emitirem quaisquer opiniões, críticas, observações ou censuras a quaisquer postagens deste Blog, que leiam a Bíblia na dependência do Espírito Santo, mas que a leiam como um estudioso mesmo; que conheçam o mínimo da história da igreja ao longo destes mais de dois milênios, começando com a própria Bíblia; que aumentem seu acervo de leitura, adquirindo bons livros, lendo com disposição artigos, estudos, comentários e trabalhos dos mais variados sem a afetação típica dos crentes “vaquinha de presépio”. Assim, terão no mínimo o domínio inteligente dos assuntos que quiserem comentar, e “tutano” para defenderem suas teses. Se não for assim fica chato mesmo!

Na terceira parte da minha resposta, gostaria de apresentar um dos homens mais raros e brilhantes que conheço. Ele é daqueles que se distingue dentre o número crescente dos lacaios e chacais que ocupam muitos púlpitos e ministérios atualmente no Brasil: Paulo Romeiro1. Este, cujo trabalho acompanho há mais de duas décadas, é mais um daqueles que você, “Anônimo”, deveria arriscar e mandar aquela perguntinha besta “quantas almas o senhor ganhou e blá, blá, blá...”.

Abaixo, um texto extraído do livro escrito por ele, cujo título “EVANGÉLICOS EM CRISE”2 parece sugerir que as coisas já não andavam tão bem assim naquela época!:

Por que citar nomes?

Uma outra questão levantada em relação ao livro Super-Crentes foi quanto à citação de nomes. Eu o fiz por alguns motivos. Primeiro porque há um precedente bíblico para se citar nomes. Veja o que Paulo fez em 2 Timóteo 4.10. O apóstolo não escreve dizendo: ‘Porque alguém, tendo amado o presente século, me desamparou (...)”. Não, não é isso que ele faz. Ele cita o nome de Demas que, até algum tempo atrás, tinha sido um fiel companheiro. No seu desabafo, Paulo cita ainda outro nome: “Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe dará a paga segundo as suas obras” (2 Tm 4.14). Quando alertou sobre a importância de guardar a fé e manter uma boa consciência na vida cristã, citou nomes de alguns que assim não procederam; “mantendo fé e boa consciência, porquanto alguns, tem do rejeitado a boa consciência, vieram a naufragar na fé. E dentre esses se contam Himeneu e Alexandre, aos quais entreguei a Satanás, para serem castigados, a fim de não mais blsfemarem” (I Tm 1.19, 20).

Quando se tornou necessário corrigir ensinos distorcidos, Paulo não hesitou em mencionar pessoas. Observe a sua exortação a Timóteo: “Evita igualmente os falatórios inúteis e profanos, pois os que deles usam passarão a impiedade ainda maior. Além disso, a linguagem deles corrói como câncer; entre os quais se incluem Himeneu e Fileto. Estes se desviaram da verdade, asseverando que a ressurreição já se realizou, e estão pervertendo a fé de alguns” (2 Tm 2:16-18).

Alguém poderá argumentar que Paulo mencionava apenas o nome de pessoas fracassadas ou que fossem inimigas da fé cristã. Entretanto, isso não é verdade. Na carta aos gálatas (Gl 2:2-11), Paulo apresenta o apóstolo Pedro como uma das colunas da Igreja, algo que ele foi até a morte. Nem por isso Paulo deixou de citá-lo, pois Pedro mereceu ser repreendido: “Quando, porém, Cefas veio a Antioquia, resisti-lhe face a face, porque se tornara repreensível” (Gl 2.11). Há então um precedente ao se citar nomes.

O segundo motivo é que essa é a responsabilidade do cristão. Imagine o leitor se há um remédio sendo comercializado, trazendo perigo de morte à população. Certamente as emissoras de rádio e TV não conseguiriam prestar um serviço ao público levando ao ar o seguinte anúncio: ‘Informamos que há um remédio sendo vendido nas farmácias que poderá leva-lo à morte. Desde que não vamos citar o nome do remédio, tente descobrir você mesmo. Não seria isso um absurdo? Quando alguém descobrisse que remédio é esse, já seria tarde demais.
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1 - O Pr Paulo Romeiro é um dos mais respeitados apologistas no Brasil e pastor na Igreja Cristã da Trindade e você pode encontrar seus artigos aqui.
2 - (Págs. 39, 40 / 1ª Edição de 1995 / Ed. Mundo Cristão)

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