Pastor milionário da Assembleia de Deus diz que "vai ferrar" a 'Forbes'
FONTE: Terra
Após a revista Forbes publicar
uma matéria na semana passada sobre a "indústria da fé" brasileira e
citar que o pastor Silas Malafaia, líder do braço brasileiro da
Assembleia de Deus, vale cerca de US$ 150 milhões (R$ 300 milhões), a
revista será processada. "Vou ferrar esses caras", disse Malafaia à
colunista do jornal Folha de S. Paulo Mônica Bergamo. A
entrevista foi publicada nesta terça-feira e, nela, o pastor afirma
viver de renda voluntária. Além disso, Malafaia afirmou que a Forbes
o prejudicou porque, para os fiéis, a impressão que fica é que os
integrantes estão sendo roubados ao pagar o dízimo, disse o pastor ao
jornal brasileiro.
De acordo com a Folha de S. Paulo,
Silas Malafaia estima que seu patrimônio esteja em R$ 6 milhões e que a
maior parte de seus bens são imóveis: nove, ao todo. Segundo o jornal,
são eles: uma casa hoje avaliada em cerca de R$ 2,5 milhões que teria
sido comprada por R$ 800 mil no Rio de Janeiro; apartamento de R$ 400
mil para cada um de seus três filhos; quatro adquiridos na planta (por
R$ 450 mil) e outro na Flórida (EUA), de R$ 500 mil. A Folha diz
ainda que Malafaia afirma ter doado à igreja uma Mercedes blindada, que
foi presente de aniversário de um empresário rico, "parceiro meu",
segundo o pastor.
Polêmica
Na sexta-feira passada, a publicação americana Forbes
divulgou uma matéria apontando que algumas igrejas brasileiras se
tornaram negócios altamente lucrativos e fizeram com que alguns de seus
líderes se transformassem em multimilionários, a chamada "indústria da
fé". De acordo com a Forbes, o maior expoente desta indústria
seria o bispo Edir Macedo, proprietário da Rede Record e fundador da
Igreja Universal do Reino de Deus.
A revista
aponta que o fundador e líder da Igreja Universal do Reino de Deus, que
possui templos nos Estados Unidos, é, de longe, p mais rico pastor do
Brasil, com um patrimônio líquido estimado em US$ 950 milhões (cerca de
R$ 1,9 bilhão).
Segundo a revista, devido a
acusações de charlatanismo, Macedo passou 11 dias na prisão em 1992, mas
continua sendo processado por autoridades americanas e venezuelanas.
Outros pastores também estão conseguindo ficar ricos. Valdemiro
Santiago, um ex-pastor da Igreja Universal do Reino de Deus, que teria
sido expulso da instituição depois de alguns desentendimentos com o seu
patrão, fundou sua igreja, a Igreja Mundial do Poder de Deus, que tem
cerca de 900 mil seguidores e 4 mil templos. O patrimônio dele é
estimado em US$ 220 milhões (R$ 440 milhões).
Silas
Malafaia, líder do braço brasileiro da Assembleia de Deus, está
constantemente envolvido em controvérsias relacionadas com a comunidade
gay no Brasil, da qual ele se declara com orgulho de ser o maior
inimigo, afirma a publicação. O defensor de uma lei que poderia
classificar o homossexualismo como uma doença no Brasil, Malafaia também
é uma figura proeminente no Twitter, onde é seguido por 440 mil
usuários. Malafaia vale cerca de US$ 150 milhões (R$ 300 milhões).
Na lista de endinheirados listados pela Forbes
ainda destacam-se Romildo Ribeiro Soares, conhecido simplesmente como
RR Soares, o fundador da Igreja Internacional da Graça de Deus, que vale
cerca de US$ 125 milhões (R$ 250 milhões) e os fundadores da Igreja
Renascer em Cristo, "apóstolo" Estevam Hernandes Filho e sua esposa,
"Bispa" Sonia, com 1 mil igrejas no Brasil e no exterior, e patrimônio
líquido combinado estimado em US$ 65 milhões (R$ 130 milhões).
Conforme a Forbes,
mesmo o Brasil sendo o maior país católico do mundo, com cerca de 123,2
milhões de fiéis dos 191 milhões de habitantes seguindo o Vaticano, os
últimos dados do Censo mostram uma forte queda entre as fileiras dos
católicos, que agora contam com apenas 64,6% da população - em 1970 a
proporção chegava a 92% do total de habitantes. Enquanto isso, o número
de evangélicos subiu de 15,4% uma década atrás, para 22,2%, ou 42,3
milhões de pessoas no último Censo (2010). É provável que a tendência de
queda do catolicismo continue até 2030 e os católicos cheguem a
representar menos de 50% dos fiéis brasileiros.
Nenhum comentário:
Postar um comentário