FONTE:
http://institutojetro.com
POR: Guilherme Ávilla Gimenez
Outro dia, estava na fila do
caixa em um supermercado e, inevitavelmente, ouvi a conversa de um casal à
minha frente. Eles falavam mal de sua igreja. Por certo queriam que todos
ouvissem as críticas que faziam, pois o volume da voz era alto. Estavam chateados
com alguma coisa que havia acontecido no domingo e dispararam os comentários
mais maldosos sobre irmãos, pastor, liderança, e por aí vai.
O funcionário que estava no
caixa entrou na conversa e acabou criticando também.
Quando chegou a minha vez,
este mesmo funcionário fez uma piada acerca de igreja achando que eu fosse rir.
Em vez disso, conversei por um ou dois minutos sobre a importância da igreja e
o amor de Jesus por todos nós. Saí do mercado com aquela cena em minha mente.
Fiquei pensando o que leva uma pessoa a expor publicamente sua própria igreja,
tornando-a alvo de chacota e ridicularização pública.
Pensei: "Se eles falam
mal da igreja até para desconhecidos, imagine o que falam dentro de seu próprio
lar". Com tristeza, cheguei à seguinte conclusão: o amor pela igreja de
Cristo está acabando!
Quando os próprios membros da
igreja são portadores de uma voz negativa e a expõem dessa forma é sinal de que
não sentem mais nada por ela e a tratam como qualquer coisa menos como a
"noiva de Cristo". Falar mal da igreja é como falar mal de si mesmo,
afinal, nós somos a igreja. Somos membros do mesmo corpo, somos a família de
Deus. Por um erro eclesiológico olhamos a igreja como se ela fosse uma
realidade à parte de nós mesmos, como se existisse sem nós.
Somos a Igreja
Esse erro faz com que as
pessoas perguntem: "que igreja você frequenta?" Nós não frequentamos
ou somos membros de uma igreja, nós somos a igreja! A Igreja não é um lugar
aonde nós vamos, mas sim é a comunidade da qual fazemos parte desde o momento
quando recebemos a Jesus Cristo como Salvador.
"É fácil ser rude com a
Igreja e é fácil encontrar suas falhas, mas quando você se torna cristão, você
é a igreja" (Charles Conson em being the Body). Falar mal da igreja tem
sido uma prática comum em todos os lugares e de variadas formas. Acaba um
culto, e, nos corredores, as pessoas estão falando mal da igreja.
No FACEBOOK, muitos postam
comentários falando mal da igreja. Nos programas televisivos, muitos
ridicularizam a igreja e aproveitam entrevistas com cristãos para o conteúdo de
suas piadas. Livros inteiros são publicados falando mal da igreja.
Minha pergunta é: qual o
objetivo disso? Em minha opinião, alguém que fala mal da igreja publicamente se
assemelha a um homem que chega em plena praça pública e fala mal de si mesmo,
expondo suas fraquezas e dificuldades. Ou ainda a uma mulher que escreve nas
redes sociais acerca de suas frustrações e problemas pessoais.
Qual seria o objetivo de uma
pessoa fazer tais coisas? Com certeza não é ajudar e nem resolver uma questão,
mas apenas expor suas fraquezas e torná-las públicas. E, ao fazer isso, ela
corre o sério risco de se tornar alvo de gozação, ridicularização e escárnio.
Psicólogos, conselheiros,
mentores e outros profissionais que são procurados para prestar ajuda, sempre
atendem as pessoas dentro de um ambiente seguro e com as portas fechadas. Nesse
ambiente, eles podem ouvir as mágoas, tristezas e problemas que lhe são
trazidos com sinceridade e coração quebrantado.
Acredito que isso vale para os
membros da igreja. Insatisfação ou qualquer outra manifestação de
descontentamento devem ser tratados e expostos em um ambiente próprio, seguro,
e não publicamente.
Amando mais a Igreja
A fila do caixa não é o melhor
lugar para falar mal da noiva de Cristo. Aliás, nenhum lugar é bom para isso.
Falar mal não deveria ser uma prática cristã. Podemos avaliar, conversar a
respeito e até mesmo discutir um tema, mas sair falando mal, destruindo com
palavras aquilo que é alvo do amor de Jesus.
- Sua igreja - isso nunca deveria acontecer.
Deveríamos amar mais a igreja,
pois, ao fazermos isso, muitas coisas que se tornam conteúdo de nossas críticas
simplesmente desapareceriam. Se tornariam desnecessárias.
A Bíblia diz em 1Pedro 4.8 -
"Sobretudo, amem-se sinceramente uns aos outros, porque o amor perdoa
muitíssimos pecados" (NVI). Em outra versão, aparece a expressão "o
amor cobre uma multidão de pecados" (ARC). Quem ama protege em vez de
expor. É o que diz o texto!
Quando amamos a igreja, nós
perdoamos as falhas dos irmãos e lembramos que nós também falhamos. Olhamos
para os outros membros do corpo de Cristo com um olhar perdoador e não com ódio
ou mágoa. O amor protege através do perdão e da reconciliação.
Quem mais gosta dos
comentários maldosos sobre a igreja é o diabo, que faz de tudo para incentivar
os próprios cristãos a falarem mal da igreja.
A noiva
Eu não falo mal da igreja.
Isso é um princípio que tenho e pretendo levá-lo adiante até o dia quando
participarei da igreja celestial. Na fila do caixa ou em postagem do FACEBOOK,
não me verão falando mal da igreja. Se me perguntarem se já me entristeci com
algum membro da igreja, minha resposta será afirmativa e virá acompanhada da
plena consciência de que já devo ter entristecido alguém também.
Já passei por lutas na igreja
e, por certo, ainda passarei, mas se Jesus Cristo, que é santo e perfeito, ama
a igreja, eu, que sou imperfeito e pecador, não poderei amá-la? Se Jesus morreu
pela igreja é sinal de que ela é muito importante e eu, como membro da igreja,
devo me sentir privilegiado e feliz por fazer parte disso. Uma imagem que me
ajuda muito a não falar mal da igreja é a linda cena do noivo e noiva de braços
dados no corredor.
Que coisa linda! Imaginar que
Jesus Cristo é o noivo da igreja me traz um alívio enorme ao coração. É Ele
quem dignifica a igreja, a exalta e a reconhece como valorosa. E, sendo um
membro da igreja, só posso agradecer a Ele por me dar essa honra que me faz
perdoar meus irmãos e seguir firme, perdoando e preservando a beleza da igreja.
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