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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

CRISTÃOS, ASSIM ELES FORAM CHAMADOS

“E sucedeu que todo um ano se reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.”  -  Atos 11:26


Quando reconheci e confessei a Jesus como Salvador, de cara fui orientado a frequentar uma igreja Assembleia de Deus, com a ressalva de que não se podia confiar em qualquer igreja, além da observação de que alguns parentes pertenciam a essa denominação, logo, era a mais indicada. Como nunca havia pisado em nenhuma igreja evangélica, e tudo o que me interessava era cultivar a fé que abraçara, segui o conselho sem nenhum questionamento ou resistência - antes de continuar deixo claro que isso não é uma crítica, e que até hoje entendo a preocupação e cuidado de quem assim me conduziu no início da minha caminhada cristã.

Pois bem, me tornei um “assembleiano” e, em bem pouco tempo, um “assembeliano roxo”.

Embora não pretenda ficar gravitando em torno da minha história assembleiana, preciso pontuar que, pelo menos na primeira metade dos cinco anos que permaneci nessa denominação, alimentei o que vou chamar de "orgulho denominacional" típico de quem achava que estava no lugar onde as doutrinas (somando aquela confusão que inclui os costumes e tal) eram as únicas corretas; onde os cultos eram os mais espirituais; etc. Enfim, naquele período, tudo o mais que “minha igreja” pudesse oferecer sempre seria “mais” e “melhor” que tudo o que pudesse ser oferecido em outros lugares (leia-se igrejas).

Mas acho que minha experiência está longe de ser um fato isolado. Tenho absoluta certeza que em todas as denominações sempre houve, há e haverá crentes acometidos desse comportamento nada bíblico, nada saudável e que mais atrapalha do que ajuda para a formação de um discípulo.

Com o tempo passei a entender que um autêntico seguidor de Jesus, essencialmente comprometido com o Reino, não deve firmar sua base de fé sobre o terreno movediço das instituições ou organizações religiosas.

Falando nisso, creio que já passou da hora de cair a ficha na cabeça da nação evangélica brasileira de que no início, e por um bom tempo, não havia presbiterianos, batistas, assembleianos, metodistas, pentecostais ou qualquer outro “apelido denominacional”. Eles, nossos primeiros irmãos, foram chamados de cristãos.

Ainda que inicialmente alguns habitantes de Antioquia tenham passado a se referir aos primeiros crentes dali como “cristãos” de maneira jocosa ou irônica – pois, para eles, nossos irmãos se assemelhavam a seu Mestre na maneira de falar e agir –, talvez, sem querer, conseguiram imprimir um termo comum, que ainda hoje traduz com muito mais ênfase a identidade de um seguidor de Jesus do que os outros nomes que os crentes foram recebendo a posteriori – e dos quais muitos se orgulham erroneamente.

- pr Aécio -

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