“E sucedeu que todo um ano se
reuniram naquela igreja, e ensinaram muita gente; e em Antioquia foram os
discípulos, pela primeira vez, chamados cristãos.” - Atos
11:26
Quando reconheci e confessei a
Jesus como Salvador, de cara fui orientado a frequentar uma igreja Assembleia
de Deus, com a ressalva de que não se podia confiar em qualquer igreja, além da
observação de que alguns parentes pertenciam a essa denominação, logo, era a
mais indicada. Como nunca havia pisado em nenhuma igreja evangélica, e tudo o
que me interessava era cultivar a fé que abraçara, segui o conselho sem nenhum
questionamento ou resistência - antes de continuar deixo claro que isso não é uma crítica, e que até hoje entendo a preocupação e cuidado de quem assim me conduziu no início da minha caminhada cristã.
Pois bem, me tornei um
“assembleiano” e, em bem pouco tempo, um “assembeliano roxo”.
Embora não pretenda ficar gravitando em
torno da minha história assembleiana, preciso pontuar que, pelo menos na primeira metade dos cinco anos que permaneci nessa denominação, alimentei o que vou chamar de "orgulho
denominacional" típico de quem achava que estava no lugar onde as doutrinas (somando
aquela confusão que inclui os costumes e tal) eram as únicas corretas; onde os
cultos eram os mais espirituais; etc. Enfim, naquele período, tudo o mais que “minha
igreja” pudesse oferecer sempre seria “mais” e “melhor” que tudo o que pudesse ser oferecido em outros lugares (leia-se igrejas).
Mas acho que minha experiência
está longe de ser um fato isolado. Tenho absoluta certeza que em todas as
denominações sempre houve, há e haverá crentes acometidos desse comportamento
nada bíblico, nada saudável e que mais atrapalha do que ajuda para a formação
de um discípulo.
Com o tempo passei a entender
que um autêntico seguidor de Jesus, essencialmente comprometido com o Reino, não
deve firmar sua base de fé sobre o terreno movediço das instituições ou
organizações religiosas.
Falando nisso, creio que já
passou da hora de cair a ficha na cabeça da nação evangélica brasileira de que
no início, e por um bom tempo, não havia presbiterianos, batistas,
assembleianos, metodistas, pentecostais ou qualquer outro “apelido
denominacional”. Eles, nossos primeiros irmãos, foram chamados de cristãos.
Ainda que inicialmente alguns
habitantes de Antioquia tenham passado a se referir aos primeiros crentes dali como
“cristãos” de maneira jocosa ou irônica – pois, para eles, nossos irmãos se
assemelhavam a seu Mestre na maneira de falar e agir –, talvez, sem querer,
conseguiram imprimir um termo comum, que ainda hoje traduz com muito mais ênfase
a identidade de um seguidor de Jesus do que os outros nomes que os crentes
foram recebendo a posteriori – e dos quais muitos se orgulham erroneamente.
- pr Aécio -
Nenhum comentário:
Postar um comentário