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terça-feira, 29 de março de 2011

GUERRA INTERIOR – PARTE 1


De uns tempos pra cá cresce a fascinação por parte de alguns cristãos pelos movimentos que se concentram na chamada “batalha espiritual” e semelhantes. Muitos ministros evangélicos se dedicam exclusivamente para falar e ensinar sobre o assunto – alguns tiram proveito (da ignorância e ingenuidade alheias) inventando e criando várias doutrinas no mínimo esquisitas, em torno de demônios, anjos, maldições, etc.

Não quero que o leitor pense que sou cético quanto às questões que envolvem o mundo (ou submundo) espiritual, que não creio na existência de anjos ou demônios ou na contínua batalha que se trava nesta esfera. Sim, a Bíblia está repleta de eventos e relatos registrados com requintes de detalhes envolvendo seres espirituais.

Nesta mensagem, minha vontade é chamar a atenção para um conflito real e perene no coração de todo ser humano o qual embora não alarmante, é tão grandioso quanto qualquer outro. Trata-se da guerra interior, onde a insidiosa e beligerante natureza humana se opõe veementemente contra tudo o que é virtuoso.
Embora se assemelhe a uma espécie de “guerra fria”, as batalhas que se deflagram em nosso interior não são menos cruéis ou menos mortíferas. Neste embate sem tréguas, a piedade é só mais uma vítima, visto que a aniquilação de toda forma de benevolência é um fato inconteste, na maioria das, só uma questão de tempo.

Na verdade, vejo também na guerra interior um prelúdio para todas as demais guerras.
Jesus disse que é no coração do homem que reside toda sorte de males. Todo conflito humano começa e termina exatamente ali, no QG, na fortaleza da desgraça, da miséria e de toda tragédia humana: “Porque do coração procedem os maus pensamentos, mortes, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos e blasfêmias.” (Mt 15.19).

Na guerra interior não cabem reducionismos. Tentar simplificar sua realidade a uma série de palestras, pregações e conselhos onde as pessoas aprendem alguns “truques” para vencer o diabo ou técnicas para se colocar na “coleira” o cão chamado “ego”, é no mínimo preocupante.

Admitir a existência desta guerra já é sair em grande vantagem. Negá-la é tragédia anunciada, prenúncio de derrota. Muitos passam a vida inteira tentando esconder seus desejos e pensamentos mais obscuros e vontades mais sinistras. (continua) – pr Aécio

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