IGREJAS “LEGAIS”, COMUNIDADES “DA HORA” E OUTROS LUGARES “AGRADÁVEIS” AO PÚBLICO CONSUMIDOR DA RELIGIÃO SELF SERVICE
Nos últimos anos cresce no Brasil (e
no mundo) uma ala de igrejas e comunidades que pretendem atingir
públicos diferenciados, tribos e determinados segmentos sociais que
possuem características peculiares – seria mais uma onda? Com templos
estilizados, linguagens sui generis e demais artifícios, esta
ala fideliza públicos bem específicos.
À primeira vista nenhum problema,
tudo bem, mas... E quando a mensagem do Evangelho se dilui na tentativa
desenfreada de arrebanhar fiéis para formar nichos de crentes
estereotipados? E quando as liturgias destes redutos se resumem em
encontros temáticos destinados exclusivamente aos grupos, aos seus
gostos e preferências, excluindo os demais? E quando a espiritualidade
demonstrada por eles se torna algo extremamente individualista, baseadas
na antropocêntrica filosofia “adoro Jesus do meu jeito e ninguém tem nada a ver com isso”?
Sei que este assunto causa furor
– principalmente entre os mais liberais, integrantes da tal ala – mas,
acho que o debate precisa ser levado em consideração com aprofundamento
(e sem paixões), visto haver em nossos dias inúmeros grupos que pretendem
refundar ou reinventar a Igreja de Cristo com propostas extremas, que
rechaçam tudo aquilo que classificam como “careta, ultrapassado, e
antiquado”. Alguns grupos chegam a ser extremamente agressivos quando se
referem às denominações mais tradicionais e conservadoras, além de
hostilizarem todos aqueles que não concordam com eles. Pode parecer
precipitação, mas as vezes penso que pretendem refundar a Igreja, ou
reinventar o Corpo de Cristo mesmo!
É bem verdade que muitos líderes
que investem neste segmento são pessoas bem intencionadas, que usam de
alguns artifícios para se aproximar de tribos que talvez não seriam
alcançadas com tanta facilidade. Porém, muitos que formam a cabeça
pensante desta ala são frustrados, amargurados ou simplesmente
revoltados por algum motivo ou por experiências não muito saudáveis em
alguma denominação. Levantam-se entre eles verdadeiros “xiitas”,
empunhando bandeiras terroristas contra todo tipo de estrutura e
instituição; armados até os dentes com seus discursos piegas e ingênuos
de que “igreja não é organização, mas organismo”, blá, blá, blá... – alguém põe fé em organismo desorganizado?... Nem eu!
Sei que as igrejas modernas
estão grandemente comprometidas e afetadas de todas as formas.
Politicagem, picaretagem, malandragem e sacanagem até. Todavia, isto não
expressa a maioria; não representa a maioria, logo, julgar o todo pelas
exceções pode parecer pretexto para o surgimento de movimentos
esquisitos do tipo “os sem igreja”, “igreja emergente”, “igreja
alternativa” e outros mais complicados e complexos que qualquer
organização e estrutura... Quem aguenta?!
- pr Aécio -
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