Já publiquei várias matérias por aqui e em outros espaços falando sobre meu desafeto, quanto às práticas nada cristãs de candidatos (evangélicos ou não) dentro e/ou nos arredores dos templos. Pois é, no domingo passado (12/09), ao chegar para o culto tive o desprazer de me deparar com um rapazinho distribuindo os famigerados "santinhos" de dois candidatos (famosos no meio gospel) quase na entrada da igreja.
Fiz a abordagem e pedi para que ele deixasse o local imediatamente, porém, só depois da terceira chamada de atenção foi que o mesmo disse que já estava se retirando e que apenas estava esperando sua pastora, a qual o havia deixado ali.
Diante deste fato gostaria de fazer algumas considerações:
Sobre os candidatos crentes - Os mesmos candidatos que não respeitam ambientes de cultos demonstram com este ato falho que não merecem a confiança dos eleitores (em especial dos eleitores cristãos). Ao meu ver, sinalizam que não estão lá muito dispostos a obedecerem princípios éticos elementares, portanto, são também candidatos tendentes a cometerem mais e maiores infrações - jamais votaria e não aconselho que se votem nestes.
Sobre os pastores que transformam seus púlpitos em palanque e suas igrejas em currais eleitorais - É vergonhosa esta prática cada vez mais comum, disseminadas em quase todas as denominações. Baseada na "lei universal da troca de favores", pastores transformam suas congregações em nichos eleitoreiros, alienando e induzindo as pessoas através de discursos que oscilam entre a verborréia relgiosa sem noção e a velha ignorância política.
Sobre como os crentes deveriam proceder nestes casos - Fiz um pedido a igreja que pastoreio. Pedi que os irmãos não lhes dessem atenção, ao invés disto, que dessem um "gelo" em panfleteiros e candidatos que aparecerem por lá causando muvuca politiqueira - quem sabe assim eles sejam um pouco mais educados.
Sobre o "medo" de não ser favorecido na hipótese de necessitar de um representante político por alguma causa, ou de ser hostilizado pela posição que adotamos - Primeiro, nenhum político é um "fazedor de favores". São sim funcionários públicos eleitos para trabalharem pelo povo e atenderem suas necessidades, dentro de suas alçadas, óbvio. Segundo, qualquer político (principalmente cristão) que só atende aqueles que lhe oferecem votos é um grandes canalha, visto que no pleito eleitoral todos eles assumem o risco de perder ou ganhar. Quando perdem, devem reclamar apenas do número insuficiente de pessoas que acreditaram em suas propostas; quando ganham devem trabalhar por toda a comunidade, sem exceção, honesta e sinceramente para colocar seus projetos em prática, e só - esta é a regra.
Sobre o que a Lei diz de tais práticas - Segundo a Lei 9.504/97 e de acordo com o artigo 13 da resolução 22.718/2008, do Tribunal Superior Eleitoral, estas práticas podem ser configuradas como crimes - cristãos sérios não compactuam com isto, não é?!
Um abraço! - pr Aécio
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