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terça-feira, 7 de junho de 2011

UMA REFLEXÃO SOBRE O BATISMO

Dentro de alguns dias estarei participando de mais um batismo nas águas. É sempre inspirador ver pessoas confessarem publicamente ao Senhor Jesus com este ato.

Mais inspirador ainda é ver vários daqueles que discipulei dando mais um passo importante em sua jornada de fé (nestas últimas duas décadas, todos os anos tenho tido a oportunidade de ensinar o “bê-a-bá” da mensagem de Cristo, as primeiras letras do Evangelho) – como já escrevi em comentários anteriores, é sempre uma viagem ao passado, uma agradável viagem por sinal.

Muitas recordações e pensamentos, além da comoção deste momento ímpar, passam pela minha mente ao presenciar o ato batismal. Inevitavelmente penso no dia em que fui batizado, por exemplo. Recordo-me da apreensão, da ansiedade e da incontida alegria de, por fim, sentir-me completamente comprometido com o Senhor que me salvou. Tamanho era o desejo de descer às águas para me identificar definitivamente com os demais irmãos, enfim, com a igreja, que nem dormi direito na noite anterior. 

Como fui o primeiro de minha família a descer as águas, visto que nenhum outro ainda havia se decidido a seguir o Senhor Jesus, não houve celebração, não ganhei nenhuma festa ou sequer felicitações dos de minha casa, embora nem isso tenha pesado ou causado alguma frustração. Meu desejo e interesse naquele dia focavam só o batismo – algo tão esperado que sequer sentiria falta de qualquer manifestação. Bastava meu interior cheio da certeza de que os céus estavam em festa; era suficiente minha alma festejando silenciosamente também!

O batismo também me transporta para as boas experiências dos primeiro anos na fé. Faz-me lembrar do deslumbramento a cada novo aprendizado nas mensagens que escutava, nas aulas na escola dominical, nas visitas aos lares e nos cultos ao ar livre. Ainda me leva aos momentos em que alguns irmãos me cercavam de cuidados por ser novo convertido, além de muitas outras lembranças igualmente agradáveis.

Mas, olho para os que descem às águas e penso também em como serão suas próprias experiências. Faço deles motivos de minhas orações para que permaneçam firmes e que jamais desistam da fé, mesmo quando pensarem que esta não vale a pena.
Penso se eles realmente entenderam que, ao confessarem a Jesus publicamente, também assumem o compromisso de passarem a mensagem adiante; que deverão pregar o Evangelho para outras pessoas e dar testemunho do poder transformador que ele tem através de suas próprias vidas.

Penso em como estes novos convertidos aplicarão os dons que lhe forem confiados e descobertos na medida em que alcançarem certa maturidade e intimidade com o Todo poderoso. Fico tentando imaginar como reagirão ao se depararem com o possível chamado para algum ministério específico.

Penso em como reagirão diante das lutas e tentações que os desafiarão a cada dia. 

Penso nas dificuldades que enfrentarão diante das controvérsias que cercam a Igreja em nossos dias e como irão resistir e escapar das heresias que os cercearão durante todo o tempo de suas vidas.

Penso em como eu mesmo – um veterano, um líder, um irmão mais velho (para alguns um pai) – poderei ser uma referência e influência positivas nestes dias repletos de lobos vestidos em pele de cordeiro e de chacais à espreita de vítimas incautas.

Penso nos riscos destes novos irmãos, de serem atraídos pelas vozes dos falsos profetas; enredados pelos discursos dissimulados dos apóstolos do engano; fascinados pelo personalismo dos bispos mercenários e convencidos pelas promessas vazias dos missionários mafiosos.

Penso em como eles conseguirão discernir o joio do trigo, visto que muitas vezes até a gente mesmo se confunde.
 
- pr Aécio -

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