Este é um dos assuntos mais badalados, falados, cantados e pregados em nossas igrejas. Mas, na mesma proporção e intensidade, é um dos assuntos mais controvertido, mal entendido, mal praticado e negligenciado.
Como falhamos quando se trata de comunhão! Como somos hipócritas nesta matéria! Como somos mentirosos até, em muitos aspectos, quando a ela nos referimos!
Parece que a introdução doeu um pouco, mas vou mais fundo: Nós, evangélicos, somos péssimos promotores de comunhão e não estamos lá muito interessados em mudar o estado das coisas.
Não se trata de ter de provar ou justificar o que estou afirmando agora, basta notarmos os comportamentos em nosso meio e todos chegaremos às mesmas conclusões. Eis algumas que colhi ao longo dos anos:
- Somos denominações divididas (panelões), que se dissolvem em congregações divididas (panelinhas) e que contêm um povo dividido (micro panelinhas), entrincheiradas em nossos interesses doutrinários, litúrgicos, financeiros, políticos, gostos e preferências pessoais, etc., que só se ajuntam na maioria das vezes visando interesses muito específicos, num relacionamento tipo custo-benefício.
- Somos bons para encher templos, estádios e anfiteatros, mas somos no mínimo desajeitados em encher os corações das pessoas com sentimentos e atitudes realmente sinceros; respeito e real interesse pelos seus problemas.
- Resumimos em nossos cultos, encontros, reuniões, etc., quase toda dinâmica de nossas relações interpessoais – há quem entre numa reunião ou culto apressado, desaparecendo logo após a benção apostólica na mesma velocidade com a qual chegou – como ter comunhão com alguém assim?
- Existem também pastores e demais ministros sem noção , achando que amizades nascem e se perpetuam em fortuitos apertos de mão ou simpáticos, mãs impessoais, “a paz do senhor”.
- Os norteadores das amizades nas nossas igrejas sãos, em geral, os mesmos de qualquer outro círculo no mundo: preferências, hobbies, roupas, status quo, etc., quando deveríamos estar interessados tão somente em fluir na vida da cristã autêntica, deixando que os desdobros desta relação acontecessem naturalmente.
- Falamos tanto em perdão e tolerância, mas somos incapazes de conviver com as pessoas quando elas nos magoam ou discordam em algum ponto.
- Ao invés de chorarmos a queda de um irmão, de um líder principalmente, passamos a "informação" pra frente com ares de "bem feito"!
Em matéria de comunhão, a imensa maioria das igrejas está desviada – pelo menos no critério bíblico. Na rua da igreja que pastoreio, por exemplo, há várias outras igrejas e há também vizinhos evangélicos de outras denominações que fazem questão de mostrar sua insatisfação pela nossa presença ali! Alguns deles fazem questão de mostrar a insatisfação atravessando a rua, mudando o semblante, meneando a cabeça, desdenhando do que acontece no templo ou de algum evento comunitário que realizamos esporadicamente.
Penso que tudo isto fere o coração de Deus, envergonha o nome de Jesus e entristece grandemente o Espírito Santo. Mas, há algo que também deveria nos preocupar: O que as pessoas de fora da igreja acham? O que um não cristão pensa quando vê o “povo da Bíblia”, os crentes, divididos, se digladiando e se distanciando cada vez mais uns dos outros? – pr Aécio
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