Para muitos, a vida é ingrata. Outros, porém, são ingratos com a própria vida. Aqueles lamentam não ter tido oportunidades, os outros abusam ou fazem pouco caso delas.
A desgraça da vez ficou conhecida nacionalmente como “caso Bruno”.
Afora os detalhes macabros que permeiam os acontecimentos até então supostamente protagonizados pelo ex-goleiro do Flamengo e sua trupe, e explorados minuciosamente pelas mídias, vejo se repetindo mais uma tragédia típica da nossa cultura mergulhada na imensa poça lamacenta, onde a moralidade e o bom senso simplesmente não têm vez.
Afora os detalhes macabros que permeiam os acontecimentos até então supostamente protagonizados pelo ex-goleiro do Flamengo e sua trupe, e explorados minuciosamente pelas mídias, vejo se repetindo mais uma tragédia típica da nossa cultura mergulhada na imensa poça lamacenta, onde a moralidade e o bom senso simplesmente não têm vez.
O “caso Bruno” deve ser compreendido assim: “Os casos no ‘caso Bruno’”.
O “caso Bruno” é uma maneira reducionista, quase simpática de se referir a algo extremamente cruel e dantesco, digno dos sinistros enredos daqueles filmes horrorosos, onde não faltam pessoas dilaceradas, decapitadas, etc., com sangue jorrando pra todos os lados. Se visto por este ângulo, este é o “caso Eliza”.
O “caso Bruno” pode ser um axioma que resume o fim de sua meteórica ascensão profissional, mas pode ser o começo triste do “caso Bruninho”, o bebê de poucos meses, supostamente rejeitado pelo pai, agora órfão de mãe e alvo de disputa por parte dos avós separados, cujos testemunhos apresentam certas ambiguidades.
O “caso Bruno” revela que velhas amizades nem sempre são tão confiáveis e eficientes assim, principalmente quando uma das partes se torna uma espécie de fonte de renda ou favores. Se esta for a leitura, este é “caso Macarrão”.
O “caso Bruno” evidencia outro caso, um replay, uma cena que se repete à exaustão todos os dias, que vira mais um número nas estatísticas, mostrando a fragilização da família, a degradação da sociedade e a incompetência dos governantes – refiro-me ao “caso do menor”, primo de Bruno.
O “caso Bruno” trás à tona um daqueles tipos que a gente pensa só existir no imaginário coletivo. Trata-se do ex-policial, indivíduo a quem se atribui um feito à altura dos mais atrozes predadores. Podemos chamar de “caso Bola”.
O “caso Bruno” se liga ao “caso Dayane”, sua mulher, que antes poderiam até dividir os mesmos sonhos, mas agora terão de compartilhar e conviver com o mesmo pesadelo.
Há muitos outros “casos” embutidos, atrelados ou derivados do “caso Bruno”, mas penso que o comentário acima pode nos fazer refletir, ao invés de simplesmente julgarmos. Afinal, o “caso Bruno” poderia ser “nosso caso”! – pr Aécio
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