Não sei se o título explica, ou se é exatamente o que sinto em relação a determinadas igrejas, movimentos e ministérios que a cada instante surgem com procedimentos que sugam, minam, agridem, desrespeitam, confundem e acabam por estragar trabalhos evangélicos sérios, alguns que levaram dezenas de anos para serem plantados, edificados e estruturados.Sem nenhum constrangimento ou pudor, grupos “predadores” costumam até mesmo alugar salões e outros espaços vagos bem próximos de igrejas há muitos instaladas, travando uma espécie de vale-tudo para atrair os crentes das vizinhas e os não crentes desesperados do entorno.
Quando lancei mão do termo “predadores”,
o fiz pensando naqueles que invariavelmente chegam com propostas mirabolantes e
irresistíveis, arrombando ou destruindo tudo o que está à sua volta. São
aqueles que usam e abusam das temáticas “milagres”, “prosperidade”, “poder de
Deus”, “libertação”, “cura”, “restituição”, “restauração”, “conquista” e outras
não menos atraentes – temas que chamam a atenção principalmente de curiosos,
mas são iscas quase sempre infalíveis para grupos de pessoas (cristãos ou não) que
estão:
- Fragilizadas social,
psicológica, emocional ou espiritualmente;
- Buscando uma religião ou
crença (não importa qual);
- Descontentes com suas
igrejas ou denominações;
- Procurando desesperadamente uma
tábua de salvação, não importando o que ou qual seja;
- Atrás de novas ou
“diferentes” experiências relativas ao universo da fé.
Não é muito difícil a gente
identificar igrejas, movimentos e ministérios predadores.
Apesar de confundirem os
indoutos ou menos avisados, pois à primeira vista boa parte deles é muito
similar aos demais segmentos evangélicos, algumas marcas são peculiares e
facilmente identificáveis. Veja algumas:
QUANTO AS LIDERANÇAS:
No geral, são liderados por homens
ou mulheres extremamente carismáticos e com grande habilidade na oratória,
através da qual fazem questão se auto promoverem, demonstrando certa aura
messiânica. Estes também gostam de manipular as massas usando desde as técnicas
de sugestão e dos velhos e batidos chavões, e até a ênfase exagerada no “sobrenatural”.
Esta química infernal resulta num marketing intenso e apelativo que ilude,
hipnotiza e atrai.
Em suas performances, estes líderes
costumam agir como santos, amorosos, atenciosos e humildes diante de suas plateias.
No entanto, fora do alcance dos olhos do público eles podem ser verdadeiros
demônios, caudilhos autoritários, egoístas excêntricos, esbanjadores cheios de
caprichos e luxos que se materializam em carros importados, mansões caríssimas,
jatinhos particulares, helicópteros e outros mimos dignos de milionários
excêntricos.
Como se não bastasse a
ostentação no estilo de vida, os líderes deste meio também amam títulos de “apóstolos”,
“bispos”, “patriarcas”, “pais”, etc. – se continuar assim, em breve teremos
semideuses, arcanjos e querubins em carne e osso!
QUANTO AS PROPOSTAS:
Geralmente suas propostas e
ofertas são extremamente ousadas e radicais, levando as pessoas a crerem cegamente
que poderão mudar rapidamente da miséria absoluta à vida regalada. Além disto,
prometem milagres instantâneos dos mais espetaculares do tipo “cura do câncer”,
“cura da Aids”, “quebra do ciclo de maldições que acompanha a família”, etc. A impressão que querem causar é a de que eles
são mais poderosos, ou que possuem franquias exclusivas do poder de Deus!
Exageros à parte, basta ir até
um local onde eles se apresentam, ou assistir um de seus programas nos canais abertos de TV, para ver
o quanto os pregadores desta ala usam e abusam à exaustão das imagens em que
seus seguidores afirmam ter recebido uma cura, um milagre, uma benção qualquer.
Mas, é preciso observar que a
exposição exaustiva de um caso provoca a impressão (ou a ilusão) de que aquilo
é uma constante, que acontece a todos que frequentam suas reuniões, mas não é
bem assim.
Quero registrar um caso
recente como exemplo de um ex-obreiro da igreja que pastoreio, o qual migrou
para a mais nova sensação de curas e milagres no Brasil– a IMPD –, encantado com
o curandeirismo e com as falsas promessas. Após abandonar os remédios dos quais
dependia, trocando-os por “óleo e água ungidos”, morreu pouco tempo depois. Um
absurdo que custou a própria vida! Isto eles não publicam na TV, não é?!
O que dizer do sincretismo
encontrado nas campanhas, correntes, reuniões e cultos na IGD, na IURD, na CCB,
na IPDA, nos movimentos mais recentes batizados de “emergentes” e outros tantos
que vão “dando cria” por aí?
QUANTO AOS ENSINOS OU DOUTRINAS:
No meu caso, penso que a
maneira mais fácil de identificarmos um seguimento predatório é prestando bem
atenção em seus ensinos, pregações e até nas músicas, hinos, etc. Depois, é só
compará-los com as Escrituras, pois como em quaisquer seitas, eles ensinam,
pregam e cantam até as coisas mais absurdas com ares de revelações divinas, mas
que não resistem à mais simples análise exegética ou hermenêutica.
Mas é preciso ressaltar aqui
que a gente esbarra num problema sério que contribui para o crescimento destes “monstros”
religiosos: De um lado os descrentes ou adeptos de outras religiões ignoram as
verdades contidas nos Evangelhos, e de outro os crentes leem pouco ou quase
nada da Bíblia!
Outro aspecto importante: Boa
parte das igrejas evangélicas ou cristãs já abriu mão da Escola Bíblica
Dominical, do discipulado e de outras formas clássicas de ensino, as quais levavam
os crentes ao aprofundamento bíblico.
Na tentativa de suprir a
carência (ou ausência) de ensino, aquelas igrejas aderiram a movimentos com
propostas rasas, que não suprem adequadamente a necessidade do ensino
sistemático e permanente da Bíblia.
Lembro-me com pesar de quando
surgiu um dos mais perturbadores movimentos em terras tupiniquins. Aquele que
no Brasil ficou conhecido como “G-12”, e que espalhou heresias ridículas como a
tal da “regressão espiritual” e aquela coisa horrorosa conhecida até hoje como “quebra
de maldição”, dentre outras não menos malignas, etc.
Foi um alvoroço de pessoas correndo
para seus encontros e pós-encontros que, por fim, as deixaram desencontradas até
hoje! Este movimento predatório perdeu força, mas como todos os demais, onde passou
também deixou um lastro de destruições, divisões, confusões, e rebeliões.
Acordei com isto na cabeça,
não se continuo o assunto depois... Pode ser que sim!
Um abraço!
- pr Aécio -
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