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sexta-feira, 22 de junho de 2012

MINISTÉRIO SILENCIOSO


Por: Sibele Pistori da Silva Farias
Fonte: Instituto Jetro

A solidão é uns dos piores sentimentos que o ser humano pode adquirir, e por incrível que pareça, esse mal tem estado presente na vida de muitos líderes cristãos. Um doloroso sentimento que é despertado ao longo do ministério diante da grande responsabilidade que se adquire ao ser uma referência espiritual.
O peso que cai sobre as funções e responsabilidades de um líder cristão faz com que perca amizades que pareciam-lhes sólidas devido à falsa imagem que as pessoas fazem desses homens e mulheres. São vistos como pessoas que não passam dificuldades, não tem fraquezas, não adquirem doenças e jamais sofrem abalos emocionais. Tudo isso tem gerado uma vida solitária, ao ponto de não encontrar ninguém para se desabafar, aconselhar ou pedir ajuda na solução de seus problemas.

O resultado dessa solidão é uma vida silenciosa, onde futuramente essa quietude poderá se transformar em diversos problemas, incluindo a área da saúde física e mental, como: infarto, pressão alta, stress, depressão, esgotamento emocional entre outros.

Essa figura de líder espiritual (pastor/a) gera, na visão das pessoas, um ser que não pode falhar. Quase um semideus.
Sabe-se que ninguém nasceu para ficar só e nem viver só. A solidão é inimiga mundial, pois atinge todas as idades e culturas, um dos piores sentimentos existentes e perturbador na vida de um ser humano.

Certa vez, ouvi uma pessoa dizer que não se deve criar muito vínculo com um pastor(a), ou chegar a criar laços de amizade, pois pastores vem e vão de Igrejas, somente elas continuam no mesmo lugar. Uma visão egoísta, fria sem maturidade para compreender que as melhores amizades são aquelas das quais se encontram em alguém que oferece por amor, e, sem nada em troca, um abraço amigo para chorar quando os problemas chegam, lábios para aconselhar quando as coisas não vão bem com a família, ouvidos para ouvir desabafos, e sabedoria para orientar, segundo a palavra de Deus, o melhor caminho a seguir.

O grande problema é que muitos fazem do pastor(a) um personagem santo que vê pecado em tudo ou que pode condenar (a qualquer instante) por algum comportamento mal, e por isso, o afasta de suas amizades, priva-o de um relacionamento mais amigável. Isso acontece devido ao fato de idealizar a sua imagem como a de um ser que não tem vida social ou não tem direito de tê-la, como um ser totalmente sagrado que vive isolado dos pecados do mundo. É através desses pensamentos, que o ministério silencioso cresce, e é dentro dele que muitos pastores e líderes se encontram só, mesmo estando cercado de pessoas.

A verdade é que todo ser humano foi criado da mesma forma, e dotado dos mesmos sentimentos, todos têm limitações em suas vidas, e em determinados momentos quando as crises aparecem, elas ficam mais evidentes.

O abalo emocional está presente no ser humano, não seria o pastor ou a pastora alguém excluído desses sentimentos. É por isso que infelizmente nos dias de hoje, encontramos tantos pastores machucados e desanimados do ministério pastoral. Viver uma vida silenciosa não é fácil, procurar alguém em meio às crises para se aconselhar e não achar, extremamente doloroso. E quando o líder espiritual chega a um limite e desabafa, acaba tornando um grande problema na boca dos críticos.

Cabe ao cristão ampliar seu autoconhecimento, mudar essa visão e entender que o líder é um ser limitado que sofre problemas, que passa por enfermidades, que encara a difícil crise financeira e que precisa de ajuda e conselhos.

Ajudar a quem ajuda é um ministério glorioso, pois leva a uma reflexão de que todos são iguais, leva a entender a importância de ajudar os líderes e principalmente de cuidar mais daqueles que cuidam. Oferecer um braço amigo é respeitar a lei de Deus, do amor fraternal. Não existem líderes super-heróis, e sim líderes super-humanos, com as mesmas limitações e problemas.

Não dê ao seu líder um ministério silencioso.

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