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sexta-feira, 29 de junho de 2012

IGREJAS, MOVIMENTOS E MINISTÉRIOS PREDADORES – PARTE 2


Aqui no Brasil, entre ventos, eventos e atrações, a ala dos predadores vai variando nos métodos e técnicas com o intuito de fidelizar o que podemos chamar de clientela. Isto mesmo, o clientelismo está acima de qualquer outro interesse, inclusive sobre o discipulado e o interesse pelo crescimento espiritual sadio, afinal o que importa é casa cheia... E cofres também! Não importa se é santo ou profano; se é sério ou leviano; se é convertido, invertido ou só divertido!
O pieguismo fingido no trato com os adeptos e simpatizantes destes “devoradores de almas” está na cara (geralmente obreiros e líderes destes segmentos recebem treinamentos que deixariam qualquer franqueado do McDonald’s de queixo caído!).
Pode parecer exagero, mas é preciso saber que o que está por trás da “fala mansa” nas pregações melosas e apelativas, das performances bem elaboradas na apresentação de seus cultos (que muitas vezes se assemelham a shows) e dos jogos de cena recheados de dramatizações emotivas que de espontâneos não têm nada: Tudo é estudado, calculado e combinado como em qualquer empresa que depende de números e, como já afirmei, de numerário.

O discurso afinado com o pensamento secular e humanista correntes faz das igrejas, movimentos e ministérios predadores ótimos atrativos para aqueles que até querem encontrar respostas imediatas para seus dilemas, ou cura para suas doenças.
Sim, não duvido que dentre estes possa até existir um e outro que queira, ou que aceite até mudar de religião. Acho que, no geral, a maioria não quer mesmo é mudar de vida, ou de conduta! Em outras palavras: Não quer conversão, nem compromisso com a fé evangélica!

Pode parecer duro o que você leu acima, mas é a mais pura verdade.
Não pense que a maioria das pessoas que entra nas igrejas evangélicas o fazem por que está cansada de pecar, ou porque teme ser condenada por toda a eternidade. Não pense ainda que foi subitamente tomada de uma paixão descontrolada por Jesus.

Posso ser crucificado por essa afirmação, mas tenho a impressão de que a maioria quer mesmo é o conforto da vida regalada, quer as bênçãos e todas as demais propostas mirabolantes que as fabriquetas de milagres estão oferecendo por aí! Neste bojo estão aqueles que continuarão se embriagando, fumando, usando drogas, mentindo, adulterando, fornicando, subornando, enfim, praticando todo tipo de pecado sem nenhum constrangimento. Estes permanecerão frequentando cultos, eventos ou encontros onde se sentirem mais confortáveis, como se fossem irmãos em Cristo, quando na verdade ainda permanecem na qualidade de filhos do diabo. A esta altura é preciso lembrar que se houve alguma contribuição por parte dos predadores foi a de torna-los duas vezes mais candidatos ao inferno!

COMBATENDO IGREJAS, MOVIMENTOS E MINISTÉRIOS PREDADORES

Durante algum tempo minha preocupação era combater as seitas e heresias clássicas, aquelas que são bastante e facilmente conhecidas em razão dos seus ensinos e práticas esdrúxulos ou antibíblicos estarem muitas vezes à vista. Mas, erroneamente meus esforços eram concentrados no que acontecia apenas do lado de fora das nossas igrejas – ato falho repetido por quase todos os pastores.

Com o tempo percebi que tão ou mais perigosos são os falsos ensinos, doutrinas, práticas e comportamentos que de repente vão surgindo sorrateiramente, bem debaixo dos nossos narizes, entre nós! Estes sim são perigosos porque vão “comendo por dentro”, absorvendo tudo o que está em volta, destruindo, causando polêmicas, semeando dúvidas, provocando subversões, escandalizando e espalhando confusão.
Como um câncer, tais comportamentos erráticos vão crescendo silenciosamente, até chegarem numa “metástase” violentamente incontrolável, fase em que indivíduos ou grupos inteiros já foram comprometidos, e quando não há o que fazer a não ser se livrar deles – como em algumas experiências pessoais, tenho visto muitos pastores às voltas com eventos assim.

A propósito, já que comparei os predadores com o câncer, o mais indicado é o tratamento preventivo, de preferência. A maneira mais eficaz de evitar que uma igreja seja vitimada é a prevenção! Para isto servem as Escolas Bíblicas, os Cultos de Ensino e o mais importante: O discipulado. Por um lado, os pastores precisam implementar e enfatizar estas frentes em suas congregações. Os crentes, por sua vez, precisam urgentemente se interessar mais pelo aprendizado.

Quando não for possível alcançar o mal na origem, seja em que estágio for, o tratamento deve ser, então, radical e intenso. Não tem como a gente “pegar leve” nestes casos!

A pregação expositiva mais do que nunca é fundamental e indispensável. No meu caso, jamais poupei esforços ou palavras todas as vezes que me referi às mentiras e melindres dos “alquimistas da fé”. Algumas vezes ouvi “pastor o senhor não pode falar assim desta igreja, deste movimento, deste ministério ou deste pregador”, mas preferi dar atenção à minha consciência, às minhas convicções ao invés de considerar ou ceder aos conformados – é uma questão de escolher a quem queremos ouvir e servir, se Palavra de Deus ou se as vozes de quem já foi inoculado pelo veneno dos predadores.

Várias vezes preferi perder membros da congregação, encarando algumas destas perdas como uma “cirurgia” de Deus tirando do meio aqueles que, em algum momento, deixaram de ser bênçãos para o restante do corpo, e passaram a ser ameaças – pastores e líderes locais não podem ter medo de perder membros de seus grupos, principalmente oferecem perigo aos demais. É preferível abrir mão de dois, dez ou vinte do que correr o risco de perder uma igreja ou uma comunidade inteira!

Um abraço!

- pr Aécio -

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