Encerrei hoje um ciclo de matérias de nossa classe na EBD sobre este que é um dos assuntos mais controversos – não deveria, mais é: A Oração.
Quanto a oração, a impressão que tenho é que a
grande maioria dos cristãos evangélicos demonstram atitudes repletas de distorções em
relação ao assunto. Outros simplesmente o ignoram e bem poucos compreendem,
amam e fazem deste um hábito de primeira necessidade, como aqueles presentes em nosso cotidiano (alimentar-se, banhar-se, etc.).
Nas distorções mais evidentes,
cito aquela em que aprendemos (e ensinamos) que o ato de orar é algo
estritamente litúrgico, não um desfrute da presença abençoadora do Criador,
nosso bom e amoroso Deus que, como um pai, deseja estar, interagir, dialogar e
sentir seus filhos queridos.
Embora o aspecto religioso ou espiritual
na oração seja o mais relevante ou evidente, orar deveria ser um sentimento de
nós, criaturas, querermos, desejarmos se relacionar com Ele.
Quando a gente fala “vamos
orar”, por exemplo, parece que em nosso íntimo se traduz mais ou menos “vamos
começar pedir gente”! E não é só isso!
Oração nem sempre é pedir! Aliás,
acho que o ideal da oração seria pedir o mínimo possível para alcançar o máximo
da companhia de Deus, visto que quando estamos pedindo toda a atenção se volta
pra nós mesmos, não é?! Em contrapartida, quantas vezes nos retiramos a um lugar
solitário para apenas sentir o tremendo amor de Deus? Quase nunca, na verdade! Estamos
sempre pedindo, pedindo, pedindo... Querendo, querendo, querendo...
Sei que Deus não tem nenhum problema
de ego, mas como seria interessante se nossos corações se assemelhassem aos corações
dos salmistas, como aqueles da Bíblia que exaltavam os feitos, as maravilhas e
a pessoa do Criado em suas canções e versos. Mas, nossos corações têm mais dos
pedintes e menos dos salmistas!
Outra distorção não menos
grave é aquela em que fazemos da oração uma prática de socorro imediato. Para
nós, oração é como se fosse o extintor que a gente só lembra que existe quando
vê o fogo no motor do carro; ou ainda como se fosse o bote salva vidas que só
tem a devida atenção quando o barco está afundando.
Na maioria das vezes é assim
que tratamos a oração: Uma coisa que só serve quando nos vemos numa necessidade
repentina e, tão logo tenhamos o problema resolvido, voltamos a esquecer de
orar.
Talvez, a mais terrível das
distorções é aquela em que nos esquecemos de que a oração aparece em toda a
Bíblia como um mandamento, uma ordem. Não orar, por si só, é rebelião! Cristãos
que se privam da oração, inconscientemente afrontam o Criador que deseja
interagir com Seus amados.
Negar ou negligenciar a
prática da oração é como se Deus quisesse dialogar, conversar, estar conosco e
simplesmente o desprezarmos. É como se estivéssemos dizendo “não Deus, eu não
quero e nem preciso do Senhor”.
Pense nisto!
- pr Aécio -
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