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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

OCUPADOS DEMAIS PARA SE OCUPAR COM DEUS

Fica cada vez mais claro o que Jesus queria dizer aos discípulos quanto ao esfriamento da fé nos últimos dias. A pergunta que não quer calar ecoa em nossa geração: “...quando vier o Filho do Homem, achará, porventura, fé na terra?” (Lc 18.8). No Brasil, por exemplo, tirando o já cansado fervor das igrejas pentecostais tradicionais e o barulho retumbante (não passa disso) das ondas Neopentecostais (o plural se faz necessário em razão das muitas ramificações ou divisões, como queira), o que resta são igrejas desmotivadas, vazias, anacrônicas, apáticas, etc.
Nota-se que os crentes estão cada vez mais desinteressados pelos sermões, indiferentes quanto ao louvor e, o pior de tudo, avessos à vida devocional. Somamos a esta realidade espiritual a dinâmica frenética que envolve a imensa maioria das pessoas em nossos dias, onde as listas de prioridades excluem tudo o que não é tangível ou que não oferece prazer imediato. O resultado da fatídica equação se verifica nos cultos vazios, nas orações sonolentas, no louvor tétrico, na indiferença entre os irmãos e na prática ministerial reduzida ao profissionalismo medíocre e inócuo.
Como se não bastasse o cenário descrito acima, o que mais me choca é a constatação precisa de que muita gente de confissão cristã evangélica está tão atolada em seus compromissos seculares e cotidianos que já não consigo vislumbrar uma forma de convencê-los a dar meia volta e começar a iniciar uma agenda espiritual pró-ativa, participativa e mais fervorosa, espiritualmente falando. Como pastor, confesso que estou demasiadamente assustado com a indiferença dos crentes em relação aos cultos e demais atividades necessárias para a manutenção da vida espiritual. Mesmo sabendo que isso pode soar como mais uma reclamação ou exortação pastoral, apenas, chamo a atenção para o triste fato de que esta geração deveria estar mais preocupada em mostrar para as próximas gerações um Evangelho que vai além de nossos afazeres e ocupações do dia a dia; que não se limita às tarefas repetitivas de nossos mundinhos e que não fica relegado à disputa de tempo com o lazer e demais compromissos de somenos importância.

Um comentário:

  1. A Paz do Senhor,

    Pastor Aécio. Como vai o senhor? Acredito que alegre e combativo. A sua firmeza moral nas palavras mostra isso, mesmo com as adversidades da vida cristã e pastoral.

    Olha Pastor, atualmente a vida cristã tem sido pautada no consumo seja dos ícones ou de um cristianismo de marketing. Infelizmente a vida cristã se transformou num grande espetáculo em que o mais importante é ser teatral na realização do evangelho, porque superficial na vida espiritual. O compromisso com Deus se transformou no compromisso com as "bençãos" que ele pode oportunizar se seguido a bula eclesial de ajguns lideres horrorosos que temos. Sem conta que a secularização da igreja e dos seus membros tem tornado a vida cristã apagada e sem brilho porque a meta é o pragmatismo fundamentado no cotidiano pobre e virulento que temos, em que o mais importante é a vida material, em detrimento da vida espiritual. O mais predatório é que com essa onda megalomaniaca por "bençãos materiais" Deus se tornou uma espécie de empregado do cristão que quer tirar o máximo de lucro do mesmo. Isso é assustador porque o ide e a vida devocional se tornaram resíduo. Muitos cristãos hoje não querem mais fazer o trabalho de formiga no que concerne ao evangelho, preferem viver um cristianismo superficial onde a meta é o bem esta pessoal sem limites.

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