Foi em meados de 2001 que ouvi numa conferência missionária em Lima, Peru, uma das frases que mais chamou minha atenção na última década: “Saúdo a amada igreja com o incômodo do Espírito Santo!”. Ninguém entendeu nada!
Quem falava era uma missionária brasileira que trabalhava já há algum tempo na Venezuela, inconformada com inércia das igrejas e a maneira como os crentes, de um modo geral, tratavam do tema Missões.
Em sua fala, a missionária complementou que não havia saudado o público com a “Paz do Senhor” por que os crentes estavam tão cheios de paz que já não se incomodavam mais com aqueles que ainda não conheciam o Evangelho.
Pois é, de lá pra cá as coisas só pioraram. Se há quase dez anos as igrejas andavam acomodadas e inertes, hoje em dia estão cada vez mais apáticas e indiferentes em relação ao tema Missões – há muitas igrejas, inclusive, que são veementemente contrárias aos movimentos transculturais, por exemplo.
A zona do conforto, onde a maioria das igrejas evangélicas está acampada, acomoda as lideranças pífias que se assenhoraram do povo de Deus. Estes, não estão nem um pouco interessados em investir a mínima parte da arrecadação de suas congregações em projetos missionário – principalmente os de cunho transculturais –, e quando o fazem, querem que as bandeiras de suas denominações sejam fincadas em terras distantes. Além disto, pecam ao enviarem obreiros sem treinamento, sem noção de contextualização que, muitas vezes, desrespeitam e prejudicam trabalhos pioneiros.
Recentemente soube que uma grande denominação irá enviar 100 candidatos ao campo em comemoração ao seu centenário no Brasil. Dos males o menor... Mas, quem disse que missionários devem ser enviados em comemoração a alguma coisa? Que glória há nisso? Já imaginou ter que esperar mais 100 anos para que esta denominação extremamente rica, com milhões e milhões de membros envie e sustente só mais 200 de seus membros, quando poderia enviar milhares deles? São estes e outros comportamentos “nada a ver” que mostra que há conforto demais entre nós e compromisso de menos para com os não alcançados.
Na zona do conforto está o crente "meia-boca", acostumado com uma religiãozinha de araque, com um cristianismo de quinta categoria. Ali está o "mané-crente", embalado pelas teologiazinhas que fazem ninar os amantes da vida regalada. A zona de conforto é o lugar ideal para quem dá o dízimo pra se mostrar, que contribui movido pelo mesmo espírito de caridade reinante nas religiões das obras mortas.
Quem gosta da zona do conforto é quem acredita estar de bem com Deus só por que vai à igreja aos domingos e participa da Ceia uma vez por mês. Hipócritas... É do que Jesus os chamaria – merecidamente!
A zona do conforto é o refúgio dos rebeldes passivos; é o recôndito daqueles que fingem não ouvir ou não entender só pra ter uma desculpa, uma dissimulação que seja... Pra quem vive ali, na zona do conforto, vale tudo pra não obedecer a ordem de Mateus 28.19 (“...ide, fazei discípulos de todas as nações...”) e Atos 1.8 (“... ser-me-eis minhas testemunhas... até os confins da terra”).
Saúdo a todos os leitores com o incômodo do Espírito Santo! – pr Aécio (Visite o Pulpito Virtual e leia mais mensagens do pastor)
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