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segunda-feira, 8 de março de 2010

A IGREJA QUE DEUS JAMAIS DESEJOU - PARTE 4

A igreja que Deus jamais desejou é auto centralizada. Nela, a palavra omissão é insuficiente para definir a postura daqueles que transformaram a Grande Comissão em “grande omissão”. Nela o que antes era o povo do caminho (At 19.23 e outras refs.), se ajunta o “povo do cantinho”. Nela, os outrora chamados para fora estão cada vez mais voltados para dentro, acomodados fisicamente, “sentados eternamente em bancos esplêndidos”; acomodados espiritualmente ao som das pregações chulas de prosperidade e outras efemeridades; acomodados emocional e sentimentalmente pelos hinos-mantras que mais abalam os tímpanos do que o inferno!
Missões e evangelização na igreja que Deus jamais desejou não é prioridade – é opção de agenda quando convém. E, mesmo quando há surtos de missões e evangelização, tudo o que se faz, faz-se na base do proselitismo barato, com ênfase no que batizei de “igrejismo”; faze-se com a característica peculiar da concorrência do livre mercado (de igrejas e da fé).

Poucos crentes sabem que a igreja evangélica em nosso país conta com algo em torno de três mil missionários transculturais espalhados pelo mundo. Isto, se comparado ao oceano de crentes atualmente no Brasil, é uma gota. Com licença, mas devo ressaltar que o que se gasta com missões por aqui é uma verdadeira miséria, se compararmos os gastos astronômicos com organizações de congressos e demais eventos que são ótimos para produzir barulho e atrair mídia, péssimos, porém, para produzir frutos para a eternidade.
O que me constrange é saber que em nosso Brasil evangélico valoriza-se muito mais a cantores e preletores nacionais e internacionais, pagando verdadeiras fortunas a eles para entreterem públicos de crentes ávidos por “novidades gospel” – perdoem-me a franqueza mais o que tem de lixo sendo cantado e pregado por aqui não é brincadeira. Em contrapartida, como são desvalorizados aqueles que abortaram seus próprios sonhos para realizar o “grande sonho” de Deus, que é de ver todas as nações da Terra alcançadas para Sua glória.
Nossos missionários são muitas vezes tratados como mendigos, ainda insistindo na comparação com os VIP’s da elite gospel nacional e internacional. Aqueles, em muitos casos, quando muito, recebem “ofertinhas”, arrecadações resultantes de bazares ou festas beneficentes, estes grandes e vultosos cachês. Aqueles, humildes como são, hospedam-se nas casas de quaisquer irmãos que lhes abrirem as portas de suas casas, estes outros exigem acomodações à altura de seu sucesso. Aqueles comem o que lhes oferecerem, estes escolhem o cardápio. Aqueles não reclamam se tiverem de andar de Fusca ou Kombi, estes exigem ar-condicionado. Aqueles servem ao Reino, estes se aproveitam da fama.
Incluo neste “pacote” os salários altíssimos destinados aos pastores em várias igrejas que, se comparados às ofertas mensais de próprios missionários, estas não passam de gorjeta. Salários superfaturados e quantias absurdas mais têm contribuído para transformar estes homens em profissionais de tribuna do que qualquer outra coisa. Sei que podem me odiar por isso, mas na igreja que deus jamais desejou os pastores e lideranças são empregados bem pagos, enquanto na Igreja-Noiva, eles são servos gratos e obedientes ao seu chamado.

Outro aspecto não menos intrigante na igreja que Deus jamais desejou é o fato dos gastos com as construções dos templos faraônicos, nos quais os gastos são astronômicos. Aí, sim é que gostaria de saber quais serão as explicações que os grandões das lideranças darão ao Senhor, no dia da prestação de contas. Como justificarão investimentos absurdos em templos luxuosos e requintados, símbolos de suas extravagâncias, em detrimento às necessidades de investimentos em projetos missionários estratégicos, ou da implantação e manutenção de projetos comunitários tais como escolas, creches e outros serviços comunitários.

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