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quarta-feira, 26 de maio de 2010

A FALÁCIA DAS MEGA IGREJAS – MAIS PIMENTA


Crentes no mundo todo abandonam as pequenas congregações em busca do “Eldorado”, fascinados cada vez mais com o cristianismo das grandes concentrações (leia-se amontoados de gentes) – tendência nefasta em nossos dias. Mal sabem eles que em mega congregações na maioria das vezes não desenvolverão suficientes comunhão ou amizades (me refiro a amizades reais, não eventuais); não serão devidamente discipulados (e disciplinados quando necessário); não terão um pastoreio de qualidade e muito menos a devida assistência para suas famílias – a única exceção recai sobre a possibilidade de haver um sistema de grupos efetivamente bem elaborado e executado por ministros vocacionados para o ministério pastoral, caso contrário, congregar em igrejas enormes é uma enorme falácia mesmo.

Sei que nas grandes igrejas estão as melhores e mais aparelhadas bandas; que é onde há melhor tratamento acústico; que é onde se encontram os pregadores mais bem preparados teologicamente (embora muitos não valham o que comem); que é lá onde há melhores acomodações, estacionamentos; etc. Mas, nada disto substitui ou compensa o aconchego dos pequenos rebanhos, onde todo mundo cuida de todo mundo e conhece todo mundo, etc.
Na vaidade de se sentir parte de um grande rebanho, muitos irmãos jamais terão a oportunidade de sequer conversar com aquele que pensam ser seu pastor, por exemplo – diga-se de passagem, é até um pouco estranho chamar alguém de “meu pastor” numa igreja de milhares, correndo o risco de nunca sequer receber a visita daquele sujeito em sua casa e que, possivelmente, não o terá por perto nos momentos de maior necessidade – pela lógica aquele nunca nem saberá o nome da esmagadora maioria dos membros, o que dirá de seus sofrimentos.
Aliás, muitos destes pastores de multidões se tornam até arrogantes. Alguns deles entram e saem das igrejas acessando “entradas secretas” que vão do púlpito ao gabinete e vice-versa. Quando muito, eles atendem os maiores dizimistas, os famosos, os empresários, os políticos e os puxa-sacos – é triste escrever ou ler isto, mas é a mais pura realidade. A inacessibilidade destes homens é terrível!

Quer um teste: Você que congrega em uma igreja de 1.000 membros ou mais e não se enquadra no rol das pessoas mais influentes da igreja, que é um ilustre desconhecido ligue na casa ou no celular do pastor titular neste exato momento e diga-lhe que deseja conversar com ele urgentemente, que necessita de oração, que precisa desabafar ou de aconselhamento. Algumas questões prováveis:

1. Você tem os números de seus telefones?
2. Ele o atenderá ou outra pessoa dirá para ligar depois, para encontrá-lo na igreja, etc.?
3. Será que ele dirá para você procurar alguém responsável “por esta área”?
4. Se ele atender, mesmo que já esteja há pelo menos um ano nesta igreja na condição de “não influente”, ele sequer conhecerá seu nome? Lembrará de seu rosto?
5. Ele o receberia em sua casa, para que você pudesse ter comunhão com sua família num almoço de final de semana?
Sei que isto pode provocar uma série de debates, mas a única coisa que quero mostrar aqui é este contra senso de se deixar levar pelo tamanho da igreja, sem levar em conta que as pessoas correrão o risco de não serem devidamente cuidadas, pastoreadas. Que, em matéria de cuidado pastoral e comunhão não existe nada melhor que as pequenas igrejas – salvo na hipótese dos pequenos grupos extremamente bem elaborados, como já disse antes (não aqueles dos modismos tipo gedozianos ou afins, que mais servem para causar divisões e confusões). Neste caso, duas coisas parecem redundantes e as quero reforcar: a primeira é que os pequenos ajuntamentos são os mais eficazes mesmo; a segunda é que pastoreio que se preza mesmo é o de pequenos rebanhos – o resto é fascinação; é falácia.

Há outros efeitos próprios das mega igrejas. Citaria a facilidade com que as pessoas podem manter-se na prática de pecados, tirando proveito do anonimato; ou o convite a manterem-se alheias à necessidade de testemunho de vida mais comprometido com a realidade do Evangelho, além de outros comportamentos do gênero. Afinal, são muitos rostos anônimos perdidos na multidão, sentindo-se satisfeitos tão somente em assistir cultos, onde buscam amenidades e bênçãos – “pastores” de milhares satisfeitos de um lado, “rebanho” na sua grande maioria supostamente bem cuidados, doutrinados e treinados de outro.
Quer um conselho? Procure uma pequena igreja, ou faça parte de um pequeno grupo devidamente bem assistido por alguma denominação séria (cuidado com movimentos estranhos) próximos de sua casa e inicie uma jornada cristã sem a afetação perigosa do modismo das multidões. – pr Aécio

Um comentário:

  1. incrível algumas pessoas se estão fazendo mega estadio do seu time estão felizes e nem importa do valor que ficara mas estão fazendo uma mega igreja estão todos reclamando dizendo que vergonha igreja por que não estão alimentando os pobres e coisa assim ao invés de estarem fazendo mega igrejas.
    para o mundo ninguém reclama mas se e para Deus e para seu povo todos reclamam

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