Ontem estava pensando nos vários “naipes” de pessoas que conheci ao longo dos meus últimos vinte e poucos anos de vida. Pensei nas pessoas generosas, amorosas, carinhosas, atenciosas e muitas outras que causaram grande impacto positivo na minha vida e favoreceram minha caminhada com Jesus. Como são importantes pessoas assim – e como sou grato por elas existirem!
A propósito, pensei também nas outras pessoas que da mesma forma, mas pelo avesso, ao longo da jornada contribuíram para que pudesse discernir entre quem presta e quem não presta. Tais pessoas também são, ao menos para mim, paradoxalmente importantes. Por isso dedico-lhes este “estranho” tributo.
No meu caso, muita gente incorreta contribuiu para que formasse uma opinião correta sobre o próprio Evangelho. Isto mesmo, para que minha fé sobrepujasse o limite do mero religioso e avançasse pelo campo do racional, ético e moral. Refiro-me àqueles que conheci (ou conheço), que estão em nosso meio, mas não são dos nossos. Falam como crentes, vestem-se como crentes, cantam como crentes e até pregam como crentes... Mas, não prestam – com licença ao verbo “rasgado”! Se a questão é por que não foram transformados, etc., é outro assunto, o que não vem ao caso neste momento.
Se o que está lendo lhe causar algum sentimento desconfortável, saiba que é muito mais complicado lidar com os sentimentos quando se escreve do que quando se lê – imagina o que sinto agora?!
Então, começando pelos sentimentos, creio que as várias pessoas para às quais ofereço esta pequena homenagem me ensinaram a lidar com os sentimentos ruins, próprios da natureza humana. Ensinaram-me a compreendê-las com o incompreensível e desconcertante amor de Deus, sob uma perspectiva que antes não conhecia, que é a de um coração que luta para não odiar, desejar vingança ou querer revanche.
Aprendi também a ser cada vez mais verdadeiro, mesmo sabendo que isto demanda um preço altíssimo nestes dias em que a mentira é argumento útil para quem não tem caráter, quando tive que lidar com mentirosos dissimulados, que inventam fatos e distorcem a verdade para tirar vantagens ou se safar de responsabilidades. Por isto, reconheço a importância dos mentirosos.
Cresci na dependência e confiança em Deus (e só n’Ele), quando fui diversas vezes traído e deixado para trás por pessoas que tinha em alta conta, nos quais investi parte dos melhores anos da minha vida. Como foram importantes os episódios de traição para me ensinarem que só Ele é 100% fiel!
Sofri pelos egoístas que não pensaram duas vezes quando quiseram salvar seu próprio lado, livrando sua cara, desertando e cuspindo no prato que comeram. Entretanto, todos estes foram igualmente importantes para mim, pois me ensinara a nunca fazer isto com as pessoas que dependem ou confiam em mim, mesmo quando meus caprichos e vontades disserem “Aécio, vai embora!”.
Acheguei-me mais aos pés do Senhor, confiando que Ele é o fiel ajudador, o Emanuel, quando me vi sonhando sozinho, na solidão das madrugadas, escondendo minhas fraquezas e driblando meus medos – quantos medos! Antes não entendia muito bem, mas hoje reconheço a importância daquelas pessoas que estão ao nosso lado, porém, abissalmente distantes daquilo que desejamos fazer ou empreender.
Frustrei-me em muitos dos projetos que tinha porque dependia de parceiros, de gente que poria a mão na massa, que tomaria o mesmo jugo, mas não encontrei. Na maioria das vezes não os encontrei mesmo demonstrando minha necessidade – há uma escassez enorme de parceiros e amigos de jugo hoje em dia.
Com mos carnais, satisfeitos em viver na dubiedade, divididos entre o santo e o profano, percebi a importância de ter um coração puro, uma vida reta. Aprendi que santidade é uma conquista diária, não uma experiência cúltica sazonal.
Tornei-me mais corajoso quando entendi que a covardia é a tática dos insensatos, além de ser uma deformação de caráter das mais horrendas. Conhece algum covarde vitorioso?! Eu também não! Hoje, quanto mais covardes surgem em meu caminho (e não são poucos), mais tenho a certeza de que a maior de todas as armas e estratégias de que podemos lançar mão é a própria coragem, a vontade de chegar lá, custe o que custar. Com eles aprendi a tirar força da fraqueza, a usar os pequenos recursos, a me “virar” em pequenos espaços e esperar grandes resultados das mais humildes e aparentemente pequenas coisas. Aprendi a me alegrar com as mais insignificantes realizações, e sentir a mesma alegria daqueles que conquistam grandes impérios!
Por estas e muitas outras razões e experiências, a todos os covardes e companhia limitada: Meu muito obrigado! - pr Aécio
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