Cada pessoa tem suas próprias experiências e as interpreta de maneira singular. Passarei a expor e descrever algumas das minhas experiências na igreja evangélica, desde a minha juventude (que não faz tanto tempo assim!). Espero que isto sirva de inspiração para todos os leitores no sentido de mostrar que a fé independe de boas ou más experiências. Pretendo mostrar que o mais importante é ter experimentado o grande amor de Deus revelado em Jesus.
Vale ressaltar que a despeito de toldas as mazelas, a Igreja (representada de forma minúscula em cada congregação e ajuntamento de crentes) é o Corpo de Cristo cumprindo Seu propósito na Terra.
Cheguei em meados dos anos 80 e lembro-me com certo saudosismo (um dos sentimentos que menos aprecio é a saudade) de quando entrei naquela igrejinha de final de rua, rodeada de favelas. Gente pobre, modesta e sem muita cultura, mas cheia do Espírito e de certo modo (e a seu modo) amorosa.
Tinha um pastor espoleta lá. Meio espalhafatoso – coisa de cearence que eu entendo muito bem! Obreiros rudes por suas vivências e ignorantes por conseqüência da eterna anomalia assembleiana (excetuando uma pequena elite) de não investir com mais vigor no preparo de seus obreiros - pra quê seminário se o Espírito Santo faz tudo, não é mesmo.
No geral os cultos eram “avivados”. Aquela coisa de “glórias a Deus e aleluias” aos berros, pranto e palavras muitas vezes sem muito sentido entrecortadas por manifestações emotivas quase sempre atribuídas ao “pode do Espírito”. A princípio me assustava com tudo aquilo, mas eu acreditava (ou me obrigava a acreditar) em tudo como quem estava diante de uma realidade nova, afinal tinha me convertido e era necessário “zerar” tudo o que havia aprendido até então – isto era o que eu achava, fruto de minha ignorância religiosa.
Aos poucos fui conhecendo as pessoas da congregação. Gente esquisita trajando seus paletós, gravatas, vestidões e saiões... Bota esquisito nisso! Mas os aspectos aparentes não significariam muita coisa diante das coisas que “desaprenderia” (naquele período mais “desaprendi” do que aprendi) por ali e outras tantas que passaria a aprender e conhecer – apesar de amar a Igreja do Senhor, reconheço quem nem todas as experiências em igrejas são boas, porém, vale aquele ditado “o que não te mata te deixa mais forte” (não sei se é exatamente assim o ditado, mas ta valendo!).
Mesmo sem entender quase tudo que via, ouvia e lia, procurei me ambientar para entender aquela realidade cheia de reticências, questionamentos e dúvidas, muitas dúvidas – muitas igrejas não prestam atenção nas dúvidas e elas são tão importantes quanto as certezas. Apesar de pouquíssimas boas impressões e como estava aterrissando de uma repentina e colossal conversão, procurava julgar as coisas com parcimônia e cautela. Afinal, tinha um medo brutal de ofender qualquer coisa que tivesse algum significado divino, espiritual ou bíblico que fosse (coisa de novo convertido). Hoje vejo que todo aquele medo tornou-me refém de mim mesmo, que era inócuo e desnecessário. Acho que se tivesse questionado mais, discordado mais e confrontado mais não teria presenciado ou vivenciado inúmeras situações que deixaram marcas que até hoje me trazem lembranças não muito saudáveis- pra não dizer dolorosas. (CONTINUA. NÃO SEI QUANDO, MAS CONTINUA!) - pr Aécio
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