Translate

quinta-feira, 29 de abril de 2010

VIAGEM NO TEMPO


Nas últimas semanas tenho tido a oportunidade de discipular novos convertidos, preparando-os para o batismo. É uma viagem e tanto no tempo!
Estar com eles me obriga a revisitar momentos da jornada cristã que a gente se distancia (e se esquece) sem perceber.
É muito agradável vê-los reportando sobre a nova fé, noticiando os acontecimentos em torno da decisão de se entregar ao Senhor, e de confiar n’Ele para a salvação. É lindo vê-los tão resolutos e desejosos em aprender como lidar com a nova realidade; observar suas indagações de como interagir com o mundo à sua volta; ouvir as dúvidas próprias sobre as relações com os amigos e família que nem sempre entendem ou concordam com suas decisões de “mudar de religião”; enfim, caminhar junto com eles por estradas que já trilhei, mas que ainda há muitos detalhes que não prestei a devida atenção. A sensação é que mais aprendo do que ensino, que nunca é tarde demais pra crescer um pouco mais e conhecer mais da Bíblia, do Senhor, das pessoas e de si mesmo.
Nesta viagem com os novos convertidos o estágio inicial (e obrigatório) é uma revisitação ao primeiro amor – aquele de que a gente se distancia sem perceber. Sou levado aos primeiros momentos da fé em que ainda estamos sob o efeito do “tudo é divino, tudo é maravilhoso”. De novo concluo que aquele tempo – o dos primeiros passos – é decisivo para todo o restante da jornada. Como é bom voltar às veredas da ingenuidade, da dependência, do temor diante do sagrado, das surpresas a cada descoberta, da alegria de se sentir acolhido e muitas outras que há muito deixamos para trás.

Revisito os momentos marcantes da minha vida cristã em que culto era culto. Não importava se a banda tocava bem, se a pregação era expositiva, tópica ou temática ou se a igreja estava cheia.
Que maravilha relembrar aqueles momentos em que a gente não exigia que as pessoas fossem “certinhas”, que nos elogiassem, que reconhecessem nosso trabalho ou que sempre estivessem sorrindo pra nós.
Como é bom voltar ao tempo que todo mundo era simplesmente “irmão” e ponto. Nada das chatas formalidades dos cargos, dos títulos e demais exigências eclesiológicas rígidas, frias e insensíveis. Naquele tempo a gente nem ligava pro diácono carrancudo, pro pastor displicente ou pros jovenzinhos bagunceiros. A gente só via irmãos e irmãs, o resto nem percebíamos... Êita tempinho “bão” aquele...

Nesta volta vejo meus erros, meus acertos. Penso na paciência de Deus na hora do cai-levanta, como um pai que fica com as mãos por trás enquanto o filho não firma o passo, enquanto ainda caminha todo desajeitado. Penso também nas poucas pessoas que me ajudaram e me inspiraram a vencer os muuitos obstáculos que jamais venceria sozinho...
Neste estágio da minha viagem no tempo me obrigo a parar... Saudade é um sentimento que não me agrada! Contudo, sou grato a Deus por me dar a oportunidade de (re) aprender com aqueles que nos primeiros passos de sua jornada, possibilitam que me corrija, que preste mais atenção em alguns aspectos negligenciados, que me “reinvente” e que seja motivado a continuar até o fim! - pr Aécio

Nenhum comentário:

Postar um comentário