Não é muito difícil encontrar pessoas que estejam o tempo todo fingindo ser o que não são.
Os cristãos não estão imunes a essa falha de caráter que compromete seriamente os relacionamentos - aliás, acho que encontrei mascarados na igreja em maior proporção do que vi lá fora.
Quando um pequeno grupo deixou recentememente a congregação que pastoreio fiquei mais uma vez impressionado com a capacidade que as pessoas têm de agir como se a vida fosse um imenso palco ou um baile à fantasia. Cada uma delas usou e abusou da (s) sua (s) máscara(s) - há pessoas que possuem verdadeiras coleções de máscaras. Havia a máscara do perseguido; a máscara o injustiçado; a máscara do santarrão; a máscara do perfeccionista; a máscara do ofendido; a máscara da humildade; a máscara da sinceridade; a máscara do coitadinho... Xiii! Era máscara que não acabava mais -havia quem usasse mais de uma máscara ao mesmo tempo, o tempo todo!
Hoje em dia, olho para os eventos que contribuiram e culminaram com a saída de tais pessoas da comunidade e entendo que nenhuma delas se deu conta de que Deus lhes estava proporcionando a oportunidade de se desnudar, se despir de suas fantasias, pois o melhor momento para mostrar o que realmente somos é quando nos deparamos com eventuais pressões, crises e eventos que nos "esticam" até o último. Por exemplo, uma enxerida dentre as tais pessoas, que antes não perdia a oportunidade de ressaltar as virtudes da igreja que lhe abriu portas e proporcionou momentos infinitamente marcantes, hoje cospe no prato que comeu ao afirmar do alto de sua petulância: "Igrejinha nunca mais!" (verborréia estúpida ou simplesmente burrice da grossa, pois igreja não se mede pela fachada do templo ou pelo número de adeptos - viu, fulana?!).
Ganhei de um pastor amigo (Pr Paiva) um livro que trás no capítulo inicial algo muito interessante sobre isso. Leia um trecho:
'"Todos nós usamos algum tipo de máscara'...Além do medo de sofrer possíveis agressões, eu diria que a principal razão de usarmos máscaras reside na falsa segurança que elas nos proporcionam. Por detrás de um disfarce, nos sentimos protegidos dos ataques do mundo real e isentos das responsabilidades que a verdade nos exige. Pode parecer seguro, mas o mundo das máscaras é um mundo de descuplas e mentiras. Além de transmitir algo que não somos, é uma forma de fugirmos de nós mesmos. Quer dizer, estamos tão insatisfeitos com o que somos, que acabamos indo ao encontro de novas alternativas para nos apresentar à sociedade.
Outro efeito aterrorizados de uma vida sob as máscaras é o isolamento. Eu não tenho meios de descobrir até onde você irá nessa luta, mas encorajo-o a seguir até o fim. Nenhum de nós nasceu para viver no isolamento e é exatamente para esta condição que as máscaras nos conduzem... As máscaras não nos permitem estabelecer relacionamentos verdadeiros, e nos colocam por trás de gigantescos outdoors do tipo: 'Mantenham distância!' E assim, cada vez mais, nos afundamos no isolamento e nos distanciamos das pessoas. No baile da vida nos apresentamos com um disfarce sorridente e radiante, mas, o que poucos sabem é que, por trás deles, há um mundo triste e um coração solitário que ninguém conhece."
EXTRAÍDO DO LIVRO "A AÇÃO DA CRUZ" (PR JOSÉ RODRIGUES)-VOLUME 1 / EDITORA MCM - PÁGS. 13 E 14
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